segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CONVERSAS NA FILA DOS MILHÕES

Estava na fila da lotérica e mil histórias eram criadas ao redor da ideia de se ganhar 200.000.000.00.
- Ajudaria a toda minha família e ficaria livre de todos os problemas que ela me causa, principalmente da minha sogra que, não me deixa viver em paz, com minha mulher. Também pudera, minha casa é na laje acima da casa dela.
- Faria uma viagem para conhecer o mundo inteiro e dava uma banana para todos os meus parentes.
- Pegaria um monte de gostosas...
- Faria uma ou melhor várias palsticas e chutaria o meu marido pão duro.
- Comparia um prédio de apartamentos e alugaria todos e ia para a ilha curtir com a minha família.
- Trocaria minha velha por uma nêga de 16 e dai ja viu, né?
- Compraria viagra para o meu marido.
- Com esse dinheirama toda faria um plano de saúde para minha mulher.
De todas essas histórias a última é a que mais demonstra o qué o mais importante não é o dinheiro, mas sim, a saúde da companheira e do amor entre ambos, visto que o depoente citado era um senhor de aparência e feição modesta.
Estas são poucas das milhões de histórias, sonhos e desejos que os 200.000.000,00 da Mega sena da virada está despertando nas cabeças dos brasileiros.

NÃO É NÃO!

Começou a cobiçar... não teve o desejo retornado, então... Perseguir seria uma chance de estar perto daquele que desejava tê-lo em...
A noite o seguia em sonhos alucinantes: eis-me cá! Devora-me ou te devorarei mesmo que em sonhos não te abandonarei até que me...
Não! Afasta-te de mim, oh insano pecado...
Se não me devorares, será para sempre desejado e...
Não, não e não! Porque Não é não! E mais: não sois tão palatável como achas que sois.
Então, não é não!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

FESTANÇAS NATALINAS

Prezados webleitores,

Depois de uma ano de muita escritas poética e científica, peço-lhe um momento, uma trégua para os meus humildes neurônios os quais precisam novas sinapses para em 2011 poderem produzirem.
Felicidades a todos!
Abç e flz 2011

terça-feira, 30 de novembro de 2010

WEBLOG HIPERGÊNERO DIGITAL

A sociedade é constituida de elementos fundamentais, dentre estes, encontram-se os gêneros textuais que, por seu turno levam ao ensino e aprendizagem de linguagem e escrita, sobretudo do ponto de vista da comunicação via web, especialmente no weblog.
A tese continuo mais tarde...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

“UM OUVIDO, POR UM OLHO”: DICOTOMIA ORALIDADE- ESCRITURA

 Enquanto a fala humana se constitui de sons, a escrita depende de sinais visuais. Lajolo; Zilberman, 2010, p. 50

A sociedade contemporânea tem nos dito e lembrado a todo instante por vários meios de comunicação de que somos sujeitos da cultura escrita e, por excelência, grafocêntricos. Entretanto, importa dizer que os maiores e mais emocionantes momentos de nossas vidas são expressos através da oralidade. Dizendo de outro modo, quando estamos muito felizes ou tristes expressamos oralmente nossas emoções por meio de gritos, choros e exclamações – que não comportaria nesse texto citá-las – mas, todos sabem como eles nos vêem à boca.
Dessa maneira, Zumthor (2010) sugere que a vocalização de palavras é, em si, um ato humano espontâneo, porque a voz constitui-se na exposição do acontecimento de modo a acompanhar o movimento corporal de seu enunciador; além do visual e do tátil conforme seria se tal expressão fosse veiculada pela escrita.

Por outro lado, se tem a discussão que aponta a escrita como responsável pelo enfraquecimento da dinâmica social do pensamento oral – Platão – uma vez que, os sentimentos fixados no papel impedem à dinamicidade de sua interpretação tal qual ocorreria quando de sua exposição verbal na praça pública.
Nesse contexto, Lajolo e Zilberman (2010) corroboram com essa discussão quando chama a atenção para o processo homogeneizante que a cultura da escrita assume sobre a oralidade, visto que a tradição popular que antes se mantinha na perspectiva de transmissão de saberes e conhecimentos “boca a boca” de geração a geração, agora precisa da reificação da escrita. [...] sacramentada pelo discurso da crítica – sempre escrito – que a tradição popular oral parece ganhar legitimidade, como se para ser reconhecido e valorizado, o mundo da voz precisasse da chancela letrada. (LAJOLO; ZILBERMAN, 2010, p. 44).
Histórico e culturalmente, a ideia da cultura escrita que sobrepôs à cultura de oralidade, se fundam em princípios civilizatórios impostos pelos europeus, uma vez que eles detinham a partir da tradição religiosa, o conhecimento dos dois códigos escrito e oral. Isto, sem dúvida, os diferenciava dos outros povos de cultura oral. Logo, considera-se que tal deferência feita à escrita ao longo de séculos de dominação só ampliou o domínio social, político, econômico e cultural dos que escreviam e liam sobre aqueles que não conheciam o mundo das letras e, permaneciam atuando no plano da comunicação oral.
Ainda que esta dicotomia seja uma realidade, há comunidades que, talvez por atraso sócio-econômico ou escolar e cultural tentam manter em seus costumes através da oralidade; principal tecnologia de transmissão do conhecimento. Não obstante a presença contínua de “oralidade secundária” via mídia massa tente-se fortalecer esses traços distintivos, Lajolo e Zilberman (2010) afirma que em tais contextos é perceptível que “escrita e oralidade comunicam-se, entrelaçam-se, misturam-se. Imbricam-se, fundem-se; afastam-se, reaproximam-se, reafastam-se. Sobrepõem em um incansável e sempre renovado modo de ser.” (LAJOLO; ZILBERMAN, 2010, p. 45).
As autoras mostram ao longo de suas teses, exemplos retirados de literaturas regionais, nos quais os interlocutores, mesmo que distintos social e culturalmente, trocam experiências por meio da oralidade, todavia, há sempre aquele que ver no registro escrito de algo que chama a atenção ambos na conversação como sendo necessário, prevalecendo assim, o olho sobre o ouvido. Vale ressaltar aqui, como essas questões se articularam muito bem na microsserie global, Hoje é dia de Maria na qual se compilaram falas da cultura popular, fazendo modificações semânticas e pragmáticas na escrita.
Para Lajolo e Zilberman (2010) isto equivale à ideia de que a escrita está carregada de nuances, isto é, a pontuação se encarrega de articular o ritmo da leitura do texto escrito “Um dos domínios nos quais, com maior clareza, escrita e leitura rendem vassalagem à fala é a pontuação” (Lajolo; Zilberman, 2010, p. 50).
No contexto de comunicação face a face, na qual o interlocutor faz uso de estratagemas presentes na oralização, tentando diminuir as suspeições que pairam sobre a fala. Já no que diz respeito à produção oral, a enunciação, graças à voz tem valor moral na comunidade de tradição popular, porém para ela ganhar ar de verdade e ser respeitar é fundamental que seja escrita. “escreve ai o que lhe digo e verás que é verdade”. Zumthor (2010) corrobora com essa ideia ao defender que também na oralidade se realiza consciência linguística, porque nela expressam-se pensamentos míticos e religiosos através da oralização desses saberes.
Por fim, na cultura contemporânea em que se vive hoje, a escrita sobrepõe a oralidade a tal ponto, que reclama para si a todo instante, o reconhecimento de técnica comunicacional e expressiva humana de caráter superior à tradição oral. Todavia, há gêneros que requerem, no mínimo uma equalização, sendo esta uma escolha ideológica do enunciador. Para além dos exemplos clássicos de literatura citados pelas autoras, cita-se, sem querer compara as qualidades estilística e poética de Rosa, Lobato, claro; na peça Marido a preço da China, de minha autoria, na qual os personagens Côca e Damião dialogam através de uma escrita oralizada, pois se manteve na escrita de tal gênero, os princípios da escrita da oralidade no presente no labor com o cordel e a literatura populares.

Bibliografias:
LAJOLO, Marisa. ZILBERMAN. A oralidade visita a escrita. In. LAJOLO, Marisa. ZILBERMAN.Das tábuas da lei à tela do computador: a leitura em seus discursos. 1. ed. São Paulo: Ática, 2009, pp. 43-55.
ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

ARTIGO NA REVISTA HIPERTEXTUS

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POR UMA PEDAGOGIA DA CIBERLINGUAGEM1: EXPLORANDO. REDES SOCIAIS ORKUT, TWITTER E WEBLOG: Robério Pereira Barreto*. (UNEB/CEFAPRO-MT) jpgbarreto@gmail.com ...


www.hipertextus.net/volume5/Roberio-Pereira-Barreto.pdf

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CAMINHANÇA A TRÊS




Nas campinas monocromáticas do sertão, eu, o amor e a solidão andamos juntos tal qual siameses nascem e, solitariamente estão ligados.
    Nessa caminhada pergunto:
- Amor o que queres tu tão colado a mim, se nessa caminhada estamos do mesmo lado da estrada da vida, perdidos?
- e você Solidão? Por que nos faz companhia nesse dia de horas lentas e continuas?!
Ambas juntos respondem:
- Não queremos que sofras sozinho! És tu um mal companheiro de travessia, isto sim.
Pasmei diante de clara constatação:
Quanto egoísmo pensar que meus companheiros têm interesses diferentes dos meus. Não, eles são partes de mim que não conheço.
Depois dessa prosa a minha caminhaça não será mais solitária.
Levo comigo parceiros inseparáveis: o Amor e Solidão.
- Parceiro, caminhar sozinho é a oportunidade de encontrar a si mesmo em constante desalinho, murmura a Solidão.
- Verdade, confirmando a voz da Solidão, o Amor se lança a filosofia.
- Um dia, sem mim tudo poderá chegar ao fim. Veja aqueles que se deslocaram de mim por egoísmo e fantasia, estão pertos de ti, Solidão!
A Solidão foi provocada então responde ao Amor:
Amor, aqueles que chegam até a mim vem porque se afastaram de todos e, principalmente de si mesmos, e agora não se reconhece e dizem: Tu, Ele e Aquela são as minha parceiras.

sábado, 6 de novembro de 2010

A MENINA DAS PERNAS DE LOUÇA

Branquinha e de beleza angelical, a menina desfila na rua com as pernas lisas e brinhantes à luz do sol que, sem piedade insiste em queimar tamanha branquitude. Iresoluta, a menina desafia o furor da luz, ofuscando-na com sua limpidez e brancura.
A menina de pernas de louça, meiga como a boneca chinesa timidamente é exposta a luz... A menina de pernas de louça caminha na minha frente e nem posso tocá-la... que decepção! Tão linda e escultural e, infelizmente não tocá-la me faz mal.
Menina das pernas de louças desfila, desfila e destila...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AUTONOMIA: ESTRATÉGIA PARA APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ON-LINE

Há inúmeras discussões sobre as formas que as tecnologias de informação e comunicação têm possibilitado a aprendizagem de estudantes, bem como os desafios que o professor enfrenta ao atuar nesse contexto de ensino e aprendizagem. Isso acontece por que em cursos on-line os professores e estudantes precisam de forma individualizada, didatizar os processos, os mecanismos, as tecnologias e os conhecimentos de comunicação e, automaticamente, adequá-los aos seus objetivos curriculares, tirando o mais que podem do poder motivacional a elas (TIC) inerentes em tempo que tenta fazer a diminuição do potencial das ameaças do discurso face a face na interação mediada por computador que, até então era feita no curso presencial pelo professor.

No que diz respeito à autonomia de aprendizagem suscitada pelas tecnologias de informação e comunicação empregadas nos cursos em que a aprendizagem on-line é a prática interacional, de acordo com Brown (1994) citado por Parreiras (2010) os métodos usados pelo aprendiz no seu processo de aprendizagem on-line são tão ou mais importantes que os utilizados pelo professor para ensinar.

Para Brown (1994) esta ação é denominada de Principio do Investimento Estratégico no qual se registra o nível de dedicação individual que cada aprendiz faz em termos de tempo, esforço e atenção à sua aprendizagem. Isso é observado quando se analisam as maneiras como os estudantes empregam suas estratégias para a compreensão e produção de conhecimentos em rede, on-line.

Para Parreiras (2010) o que há nesse contexto é

A multiplicidade de estratégias a que o autor se refere denota as diferenças individuais dos aprendizes e representa o grande dilema pedagógico do professor em ambiente presencial. Ele precisa se preocupar em atender tais diferenças ao mesmo tempo em que se preocupa em garantir o sucesso do grupo como um todo. (PARREIRAS, 2010, p. 225).

Dessa maneira, o professor que atua no âmbito da educação e aprendizagem on-line, mesmo sem haver uma formação ou treinamento específico tenta amenizar o problema, dizendo sempre aos aprendizes que são capazes de enxergarem a si próprios e a tirarem o maior proveito das suas experiências e talentos. Assim, eles ganham independência, cuja autonomia para a aprendizagem é considerada uma estratégia fundamental para a aquisição e compartilhamento de saberes em rede.

Diante desse quadro vale dizer que a UNESCO em 1972 publicou um relatório no qual afirma que a autonomia do individuo é um dos principais objetivos da educação. O processo de autonomia tem sido a melhor estratégia para a educação em rede, até porque nesse contexto os aprendizes assumem uma série de procedimentos em que a autonomia

focalizada desse ângulo pressupõe a independência do aprendiz no que concerne a onde, quando, e o que estudar. Com as tecnologias da informação e da telecomunicação, a importância da autonomia individual é mais pragmática do que ideológica. (PARREIRAS, 2010, p. 225)

Essa questão traz possibilidades em que a autonomia torna-se uma realidade necessária para a aprendizagem on-line. Logo o processo de auto-aprimoramento, o que é essencial, junto à segurança e à auto-estima, para a sobrevivência de indivíduos, sistemas sociais, corporações, países até mesmo no planeta, ganha o suporte das tecnologias da informação e da comunicação, “a noção de autonomia ligada à auto-aprendizagem abre caminhos para que o indivíduo cumpra o seu direito e obrigação de se auto-aprimorar.” (PARREIRAS, 2010, p. 226).

Há autores que, dedicando-se a compreender como esta autonomia auxilia na construção de relações e interações em sala de aula virtual, afirmam que o aluno se assume como sujeito de sua aprendizagem e, portanto, autorrealiza-se como aprendente. Com isso o processo de aquisição de conhecimento em rede é superior a média, em que os estudantes são tutelados pelo ensino presencial no qual o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem.

Diante dessas afirmativas e considerando que a autonomia no processo de ensino-aprendizagem é uma estratégia fundamental desenvolvida por cada aprendiz, passa-se compreender que ser autônomo no ambiente virtual é produzir e socializar conhecimentos.

Ademais, questiona-se:

a) afinal, o ambiente virtual tem mesmo a capacidade de promover certa autonomia no aprendiz, ou se o aprendiz que o procura já é potencialmente mais autônomo. E, mais,

b) em que medida a autonomia de aprendizes no ambiente virtual pode ser atribuída a estratégias utilizadas por eles quando de suas interações de aprendizagem em rede.

Na conformação dessa ideal Blin (1999) citado por Parreiras (2010) afirma que

Aprendizes dão o primeiro passo em direção à autonomia quando eles aceitam conscientemente a responsabilidade por sua própria aprendizagem; e desenvolvem autonomia através de um esforço contínuo para entender o que, como, porque e com que grau de sucesso eles estão aprendendo. (PARREIRAS, 2010, p. 231).

É interessante pensar que, ao elaborar seus pensamentos de maneira individual para em seguida socializar na rede, o aprendiz vai ao encontro de sua autonomia. Portanto, a interação produzida a partir do encontro on-line no qual “autonomias” se encontram e certamente se promove a aprendizagem de caráter reflexivo e, com isso, a há diminuição de intervenções feitas pelo professor, aumentando assim, a autonomia do aprendiz o que automaticamente é transformado em motivação extrínseca, conforme Tsui.

No que diz respeito à aprendizagem on-line é preciso reconhecer que o ambiente virtual tem certa dominância sobre a autonomia do aprendiz em relação ao meio presencial.

O meio virtual ainda é um ambiente predominantemente textual no Brasil. Isso tem implicações no controle que o aprendiz tem sobre o seu processo de aprendizagem, e ocorre até mesmo para os aprendizes mais habilidosos nas estratégias de comunicação, oral, por exemplo, ao terem que encontrar soluções compensatórias para a ausência de interação face a face. (PARREIRAS, 2010, p. 228).

Por um lado, a aprendizagem no ambiente on-line ocorre através de textos que requerem leituras e, portanto, demanda tempo para a compreensão e maturação das ideias. Em face disto, os aprendizes reclamam não ter o tempo suficiente para a resolução dos problemas. Além desse empecilho há ainda a questão do suporte técnico, uma vez que há insuficiência de conexão em tempo para que as atividades sejam postadas e reconstruídas no coletivo da rede.

Não obstante à problemática da conexão, os aprendizes no ambiente on-line indicam que a falta de habilidade com as plataformas de comunicação impendem ações no sentido de administrar a combinação de conhecimento tecnológico e os recursos para encontrar formas de se chegar aos objetivos pretendidos na ação de aprender on-line, conforme Parreiras.

A despeito de quaisquer problemas, Blin (1999) pondera sobre essa questão ao reconhecer que “Aprendizes dão o primeiro passo em direção à autonomia quando eles aceitam conscientemente a responsabilidade por sua própria aprendizagem; [...]” (BLIN, 1999 citado por PARREIRAS, 2010, p. 231).

Esta autonomia normalmente é iniciada quando o aprendiz chega ao curso de pós-graduação seja ela on-line ou presencial, visto que motivações intrínseca e extrínseca orientam a aprendizagem desses sujeitos. Assim sendo, a autonomia se soma a mais uma das estratégias individuais que cada um já possui para realizar seus objetivos de formação intelectual.

Outro ponto que deve ser levando em consideração nessa modalidade de ensino e aprendizagem, é que os sujeitos que procuram a aprendizagem on-line não podem ser considerados mais ou menos autônomos do que aqueles que vivenciam a aprendizagem presencial.

Cada aprendiz ao procurar um meio de formação seja inicial ou continuada precisa trazer consigo estratégias que, somadas à questão da autonomia, potencializem suas aprendizagens independentemente de qual seja a modalidade.

Referencias

BLIN, Françoise. CALL and the development of learner autonomy: towards an activity-theorical perspective. In DEBSKI, Robert; LEVY, Mike (Ed.) world CALL: Global Perspective on computer-Assisted Language Learning. Lisse: Swets &Zeitlinger, 1999, p. 133-147.

BROWN, H. Douglas.teaching by principles: na intecative approch to language pedagogy. Englewood Cliffs: Prentice Hall Regents, 1994.

PARREIRAS, Vicente Aguimar. Estratégias de aprendizagem on-line e autonomia: uma relação biunívoca ou antagônica. In: MENEZES, Vera Lúcia. (Org.) Interação e aprendizagem em ambiente virtual. 2. Ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ATIVIDADE DE CONSTRUÇÃO E USO DE GÊNEROS TEXTUAIS EM REDE

EM (CANTOS)

Robério Pereira Barreto

A noite andando com passos lentos parecia denunciar o que veria acontecer. Na penumbra, corpos desenhados à mão da sombra se expunham esculpidos em molduras dos feixes de luz que passeavam entre prédios.
Perambulando a esmo, os pensamentos iam e vinham ao encontro do passado vivido numa cidade do interior, onde a praça era local de encontros à luz da lua cheia. Ali se vivi as historias de um futuro que para poucos chegaria; conhecer e viver na cidade grande seriam a realização do sonho de infância.
Hoje, à noite as sombras lhe fazem companhia e em (cantos) que jamais apareceram nas histórias de infância, lhes revelam a solidão do mundo entre escuros humanos que se revelam em cada esquina.
Prosseguir sem destino...!? Parar e contemplar as vitrines da vida é sentir-se exposto nela. Então, vagabundear pelos em (cantos) da vida às escuras e às sombras de si passou a ser o seu destino.
Aqui e ali, passado, presente e futuro se confundem e não revelam muito de escuras esquinas que ainda estão por vir. Televisores ligados por detrás de vidraças revelam em (cantos) que não sei existem ou hão de existir. O que se ver são sombras a iludir...

Irecê – BA, 29 de junho de 2010.

Considera-se que através de prática promovidas pela Internet, especialmente, no weblog o sujeito se ergue, e a partir dela se edifica no e para o mundo da linguagem e das práticas com textos orais e escrito, vindo inclusive, a se tornar parte dele. “Por intermédio do discurso escrito, oral e eletrônico, o sujeito constrói o mundo como objeto e constrói-se a si mesmo. (GREIMAS & COURTÉS, 1979, apud LOZANO, 2002, p. 100).

Pesquise e use os conceitos de conto e escrita para dar continuidade ao conto Em (Cantos), apresentado acima.



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MSN: ORALIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO E DA LINGUAGEM

Ensaia-se aqui, a ideia de que a produção de linguagem no MSN possibilita e, até pontecializa a oralização da linguagem, uma vez que se aplica na comunicação a li realizada, principios econômicos ofertados pela fonêntica e a fonologia.
Diante disso, adota-se como categoria central, a oralidade, em virtude de os participantes-comunicantes no MSN, ao tornar e ou tomar a palavras na comunicação oralizadas, os interlocutores retomam as vozes textuais no sentido de, por meio, da escrita digital valoriza a função da "voz escrita" na produção de mensagem.
a voz que diz texto certamente leva em conta a função linguistica, mas também uma outra, musical ritmada (grifo meu) a  voz do contador é apta a se dobrar à diversidade dos personagens ou das emoções. uma menina palavra, um único pronome podem transmitir múltiplas mensagens. (BAJARD, 1999, p. 97).
Comprende-se que para uma comunicação oralizada no MSN, o papel do comunicador - enunciador - mais experiente é determinante para a interação, porque nela estão dispostas capacidades linguisticas e semiologicas nas quais, ambos, locutor e interlocutor são levados a intermediarem a relação por meio do uso de expressões em que a acentuação e a disposição das palavras são corroboradas pela entonação da "escrita vocalizada", o que certamente determina o ritmo e a velocidade da comunicação.
Disponibiliza-se nesse espaço algumas bibliografias que poderão servir de base teórica para estudos sobre oralidade e cultura escrita, bem como sobre estudos que tenham a voz como elemento central dessa discussão.

Assim sendo, toma-se aqui a discussão de Paul Zumthor sobre o conceito de vocalidade em vez de oralidade. Segundo esse autor:

Vocalidade é a historicidade de uma voz: se uso. Uma longa tradição de pensamento,é verdade, considera e valoriza a voz como portadora da linguagem, ja que na voz e pela voz se articulam as sonoridades significativas (1993, p.21)

Nessa perspectiva, aparece a distinção de Bajar (1999) sobre oralizar e dizer. Para este autor oralizar é uma atividade de identificação das palavras através da voz; dizer é uma terminologia empregada a atividade de comunicação vocal de um texto preexistente. Dessa maneira, o texto escrito se torna um novo texgto, multicodificado com a música da voz. (BAJAR, 1999, p. 111).

São elas:


 
Gêneros orais e escritos, de Joaquim Dolz e Bernard Schneuwly;



Escritura e nomadismo, de Paul Zumthor;



A letra e a voz, de Paul Zumthor;



Oralidade e cultura escrita, de Walter Ong;



Cultura escrita e Oralidade, de David Olson;



Ler e dizer, de Elie Bajar.







segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A ESCRITA COMO ATIVIDADE LEIGA


Discute-se que a nossa cultura é fundamentalmente de escrita e, portanto, têm havido estudos significativos sobre a presença desta tecnologia no processo educacional e formativo de todos. Desse ponto, de vista Ivan Illich, apresentou seu apelo à pequisa em cultura escrita a partir da compreensão de que há uma escrita leiga em nossa sociedade e, por isso, é constituida a partir do pensamento de que tudo na sociedade é possivel de ser reconhecido através de discurso que podem ser fixados no tempo e espaço da enunciação, podendo a esperiência desse procedimento descritiva.
Assim sendo, este espaço busca compreender as travessias que a escrita fez ao longo de sua história e fixação no inconsciente coletivo como tecnologia intelectual capaz de ancorar e decupar mensagens em variados níveis sociais e políticos.

sábado, 2 de outubro de 2010

DESCULPAS NOSSAS DE CADA DIA

O que seria de nós, pobres e incopetentes humanos que arranjamos subterfúgios para não assumirmos nossas fraquezas e preguiças, se não fossem os virus de computador? Pois, bem é com essa imagem que provoco as nossas imcopletudes diante de nossas realidades. Com a palavra o leitor!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

BRANCAS NOITES

Agora estou em meio as minhas brancas noites
e nelas imagens daquele querer em loucas
e perigosas horas fizeram de ti...

domingo, 26 de setembro de 2010

Caminhar à luz da lua é vivenciar lucidez
da existência humana...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

VOCÊ POR UM INSTANTE

A vida é uma constante loucura
e nela se vivem as mais imprudentes
e deliciosas insanidades.

Nessa loucura queria ter você
nem que fosse por uma única vez
e tudo seria eterno...

Só de fechar os olhos sinto teu toque,
tua respiração em ritmo ofegante
misturada com a minha.

domingo, 12 de setembro de 2010

SIMPLESMENTE FICOU

A boca a degustar o sabor do seu corpo
Que, em assalto foi roubado furtivamente,
aumentando o desejo de querer
nem que seja por um insante mais;

No inconsciente o desenho escultural
de seu Ser sendo desnudado na fúria
de mãos incontroláveis, passeando
nas curvas delineadas pela nudez inesperada.

Nas lembranças os momentos não vividos,
mas queridos com muita euforia.
Quiça o tempo reconsidere e...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DE ENSINO EM LINGUA PORTUGUESA



O Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias da Universidade do Estado da Bahia, Campus XVI – Irecê-BA, abre inscrições para o curso de especialização – lato sensu – em Metodologia de Ensino em Língua Portuguesa e das Literaturas será presencial com 465h, em 12 meses com encontros a cada quinze dias. A autoria do projeto é professor Robério Pereira Barreto e da Professora Marcia Lanza, a qual coordenará as atividades do curso. O quadro do professores é composto por mestres e doutores, ambos da Uneb. As inscrições para o curso poderá ser realizadas na sede do Campus, no período de 01 a 30 de setembro, no valor de R$100,00 (cem reais) e a mensalidade será de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) e tem como público alvo portadores de diploma nível superior em Letras ou áreas afins.
Maiores informações poderão ser obtidas pelos telefones (74)3541-4532/8108/3503 -Ramal 36 com o servidor Dan Silva.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O RECONHECIMENTO DE SI NA ESCRITA NO WEBLOG

É interessante observar que na conversação escrita praticada no ciberespaço, mais precisamente no weblog, objeto de nossa pesquisa, as leis da linguagem e discurso tendem a ser criadas e respeitadas pelos cibernautas a tal ponto que se criou uma “ética” lingüístico-discursiva primordial para sua realização no espaço virutal da escrita.
Essa escrita normalmente se articula em torno das necessidades de comunicação entre os interagentes da comunicação virtual. A exemplo temos osblogueiros que realizam suas comunicação visando encontrar intelocutores que os reconheçam na mesma perspectiva de si, isto é, haverá sempre alguém disposto a reconhecer e legitimar tanto a produção de linguagem quanto a sua semântica. Isso se transforma naquilo que se convencionalizou social e virtualmente compreender que "“as leis tendem a ser respeitadas se os indivíduos que as acatam tiveram a liberdade necessária para poderem reconhecer-se como inventora na sua construção e na sua difusão”. (ZUIN, 2008, p. 21).
Nesse movimento e raciocínio a criações de linguagem no ciberespaço pode ser compreendidos a partir dos imperativos lingüístico-discursivos universalizados e legitimados no contrato discursivo firmado pelos participantes de cibercomunidades.
A esse respeito pode-se que a realização desse processo ocorre de maneira livre, isto é, os cibernautas ousam e vão além dos princípios uso da língua(gem) estabelecidos pela escola e a sociedade da escrita formal. Por esse ato tenciona o saber instituído pelo uso “formal” da tecnologia intelectual escrita usada no suporte material papel, na produção de linguagem usando a escrita como tecnologia intelectual no suporte digital, chat e weblog.
Esse aspecto educativo-linguistico da contemporaneidade precisa ser, a nosso ver, atribuído ao papel da escola a qual deve explorar com toda a seriedade os limiares possíveis existentes entre o uso e reconhecimento da produção de linguagem através da escrita no fazer comunicativo da sala de aula, bem como da escrita como tecnologia intelectual presente nas relações sociais dos cibernautas.
É nessa expectativa que a análise da linguagem realizada pelos cibernautas no Território de Identidade de Irecê se pauta, ou seja, é na compreensão da alteridade discursiva entre significante e significado das expressões e palavras postadas e ditas tanto no chat quanto no weblog que consagram o desejo de ser daqueles que constrói argumentos para se expressarem e serem reconhecidos a partir de seus lugares de fala e de escuta.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

WEBLOG: COMUNICAÇÃO, DIALOGISMO E FORMAÇÃO CONTINUADA

O weblog em sendo uma tecnologia intelectual em que todos podem dialogar de maneira assíncrona, certamente, possibilita aprendizagens continuadas e, assim, poderá servir de meio pelo qual todos passam a pertencer a determinados contextos socioculturais e assim produzir e socializar conhecimentos.

    Nesse contexto, diz-se que a relação dialógica entre enunciados – post e comentários – , mesmo os que estão separados no tempo, é que permite fazer uma interlocução com Bakhtin para dar suporte as formas de relação como os ambientes virtuais recentes, como é o caso dos weblogs.

    Quando se escreve um post, automaticamente se pensa no superdestinatário que, segundo Bakhtin é aquele que interage responsivamente com o autor. Isso produz uma reação em cadeia, de maneira que, na maioria das vezes se constrói uma rede de aprendizagem. Por outro lado, essa ação promove "primeiro uma delimitação conciliadora, depois a cooperação" (BAKHTIN, 2000, p. 376). "Cooperação que parte do reconhecimento da existência de zonas fronteiriças, onde a competição, mesmo a retórica, não tem sentido, onde a autonomia se firma no diálogo e os limites se tornam faróis que guiam a ação." (GUTIERREZ, 2005, p.12).

    Ao se considerar o post como uma produção textual de sentido completo, busca-se assim compreender Bakhtin (2000) entende que cada enunciado é em si mesmo completo e irreproduzível. O simples repetir já muda o sentido do que foi repetido. Um enunciado é sempre inédito, embora criado sobre algo de antemão dado, um sentimento, uma visão de mundo: "o objeto vai edificando-se durante o processo criador" (BAKHTIN, 2000, p.349).

    Assim, weblog edifica-se como espaço de formação continuada em rede, visto que a maioria dos enunciados postados possibilita a interação entre os sujeitos – autor e leitor – que ao fazer seus comentários esclarecem e até desconstroem sentidos até então considerados válidos.


 

Num blog, cada post, é um enunciado completo, aberto para comentários e que, assim, engendra uma relação dialógica com outros enunciados. Cada post ou comentário é um enunciado novo, irreproduzível, que vai além de refletir algo dado e externo. O aspecto público de um post é uma condição que não apenas permite, mas que propõe o diálogo. (GUTIERREZ, 2005, p.12).

    

    É interessante que se compreenda que no weblog os textos são publicizados de maneira a permitir que o leitor interatue. Com isso, assume lugar de autoria ao colocar publicamente suas compreensões da discussão proposta no e pelo post. Logo, Um post está, deste modo, sempre aberto às novas vozes que se somam ao diálogo e compõem polifonicamente outros textos, posts, comentários num diálogo que não se fecha, sentido sempre inacabado. Pondera (GUTIERREZ, 2005, p.13).

    Nesta perspectiva, estabelece-se o dialogismo entre os cibernautas que, por meio de uma ação individual, promove o diálogo e o acesso à formação continuada e em rede, pois cada um que participa com comentários vai construindo e entrelaçando visões diferenciadas sobre o objeto.

    Assim sendo, atuar no weblog tanto por meio de post quanto através de comentários, conforme propõem Bakhtin (2000, p. 352), é "tornar se parte integrante do enunciado do texto [...]", e, por sua vez um enunciado considerado em sua relação com a realidade, com o sujeito real e com outros enunciados, torna-se uma ação dialógica.

    Por fim, há na produção publicada no weblog o que Bakhtin denominou de relação dialógica entre enunciados, mesmo os que estão separados no tempo, suportam as relações e estabelecem sentidos entre si. Então, quando escreve e/ou se ler um post e se compreende, automaticamente vira se parte deste texto, passando a compor o "terceiro num diálogo [...]" (BAKHTIN, 2000, p. 355), o superdestinatário que interage responsivamente por meio dos comentários ou de outros posts interlinkados. O comentário num post pode possibilitar "primeiro uma delimitação conciliadora, depois a cooperação" (BAKHTIN, 2000, p. 376).

    Para Gutierrez, (2005) a cooperação existente entre os cibernautas que participam da blogosfera partem do reconhecimento de que há "zonas fronteiriças, onde a competição, mesmo a retórica, não tem sentido, onde a autonomia se firma no diálogo e os limites se tornam faróis que guiam a ação." (GUTIERREZ, 2005, p.14).

    Diante desse quadro, pode-se inferir que no weblog está a potência e a possibilidade de se vivenciar atos de comunicação que, levando ao dialogismo que reconhece os sujeitos como participe da produção e socialização do conhecimento, certamente, promovem a formação continuada entre aqueles que estão abertos a desconstrução e, consequentemente, a reformulação de novos pensamentos.


 

Bibliografias consultadas.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

GUTIERREZ, Suzana. Distribuição de Conteúdos e Aprendizagem On-line. Revista Novas Tecnologias na Educação - Renote Porto Alegre: CINTED-UFRGS, v. 2, n. 2, nov. 2004 . Disponível em http://www.cinted.ufrgs.br/renote/nov2004/artigos/a6_distribuicao_conteudos.pdf, acesso em 20 mar 2005.

GUTIERREZ, Suzana. Mapeando caminhos de autoria e autonomia: a inserção das tecnologias educacionais informatizadas no trabalho de professores que cooperam em comunidades de pesquisadores. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. 233p.

GUTIERREZ, Suzana. Weblogs e educação: contribuição para a construção de uma teoria. In. Novas Tecnologias CINTED-UFRGS na Educação, 2005.


 

sábado, 21 de agosto de 2010

PALESTRAS REALIZADA NA ESCOLA CLARICE GAMA, EM SÃO GABRIEL-BA

ADOLESCENTES, REDES SOCIAIS E INTERAÇÕES EM AMBIENTES DIGITAIS



Robério Pereira Barreto



Esta palestra intui discutir por meio de dados de pesquisa realizada em escolas de Irecê –Ba, o modo como os adolescentes se relacionam na redes sociais da Internet. Faz parte da pesquisa discutida em dissertação de Mestrado: Tecnologias intelectuais chat e weblog: modus de produção de linguagem na web (2009-2010) no Programa de Mestrado em Educação e Contemporaneidade da PPGEduc – da Universidade do Estado da Bahia, Campus I – Salvador – BA, quando se debateu questões relacionadas à forma como os cibernautas do Território de Irecê – BA, a partir das lan houses produziam seus relacionamentos e interagiam por meio de uma linguagem própria, especialmente desenvolvida para tal processo comunicacional, o internetês.

Esta exposição esta dividida em dois momentos que os considero a didatização da palestra. No primeiro faz-se a exposição teórica que sustenta a falas, em seguida, far-se-á a exposição dos dados quantitativos e qualitativos coletados durante a pesquisa a campo.

Por um lado, apresentar-se-á em justaposição a discussão de Recuero (2008) sobre as redes sociais na Internet, livro homônimo, tendo-o como ponto de ancoragem teórica. Por outro lado, far-se-a uma interlocução com Bakhtin (1981) no sentido de explicitar o contexto e o conceito de interação verbal em que se promove a comunicação via redes sociais na web. Ainda na conjuntura da interação se partilha do pensamento de Primo (2007), sobre a interação mediada por computador, visando com isso, situar os processos de criação e socialização de capital social e cultural via redes sociais Que, neste caso, especificamente trata-se da interação feita através dos comentários realizados em weblog, post no Twitter, Folotolog, etc.

Nesses lócus, a possibilidade de situar e evidenciar os conceitos de interação socio-verbal e, por consequência o modus de produção de linguagem dos cibernautas interagentes.

Atesta-se que as tecnologias intelectuais suportadas pela web ocupam e promovem dinâmicas e constantes mudanças na sociedade de vida social intensa, tendo nas redes sociais o meio de se produzir linguagem de acordo com o cotidiano da comunidade.

De acordo com Fragoso (2008)

a natureza , motivos, prováveis e possíveis desdobramentos dessa alterações, por sua vez, são extremamente complexos, e a velocidade do processo tem sido estonteante. (...) é difícil resistir à tentação do determinismo tecnológico, que traduz em respostas encantadoramente simples a máxima de que a tecnologia define a sociedade. (FRAGOSO, 2008, apud RECUERO, 2008, p. 12).

Para Recuero (2008) as redes sociais por se constituírem em complexos interacionais apoiadas em tecnologias digitais de comunicação fazem com que os agrupamentos humanos na web se encontrem e revelem suas formas de comportamentos pessoais. “When a computer network connects people and organization it is a social network ” (GARTON, HAYTHORNTHWAITE e WELLMAN, 1997, p. 1).

Diante dessas questões, se prioriza as redes sociais da web, Weblog por se compreender que há nessa tecnologia intelectual um modus de produção de linguagem, por meio da qual a conexão e a interação entre os cibernautas se completam e solidificam.

Essas relações em rede sociais ocorrem devido ao acordo estabelecido entre os participantes das comunidades que, falando um mesmo código e partilhando o capital social nela existente edificam a interação social.

Essas interações, na Internet, são percebidas graças à possibilidade de se manter os rastros sociais dos indivíduos, que permanecem ali. Um comentário em um weblog, por exemplo, permanece ali até que alguém o delete ou o e weblog saia do air (sic). Assim acontece com a maior parte das interações na mediação do computador. Essa interações são, de certo modo, fadadas a permanecer no ciberespaço, permitindo ao pesquisador percepção das trocas sociais mesmo distante, no tempo e no espaço, de onde foram realizadas. (RECUERO, 2008, p. 30).

Na realidade, o modus de produção de linguagem no âmbito das tecnologias intelectuais, com destaque para o weblog, baseia-se, sobretudo no principio da interação social em que, segundo Bakhtin (1981) há um Eu e Outro que compartilham ações de linguagem e capital social no ato de interação via Weblog.

Recuero (2008) ao tratar da questão da interação nas redes sociais, enfatiza o conceito de interação de Parsons e Shill (1975) “compreende sempre o alter e o ego como elementos fundamentais, onde um constitui-se em elementos de orientação para o outro. A ação de um depende da reação do outro, e há orientação com relação às expectativas.” (RECUERO, 2008, p. 31).

Isto leva à inferência de que cibernautas ao se constituírem como atores sociais na rede, buscam em suas ações de linguagem e comunicação a reciprocidade, esta por sua vez pode acontece instantaneamente como também podem acontecer a posteriori, visto que os comentários dos post de weblog normalmente correm por meio de assincronias.

Nicolelis (2009) mostra esta questão de maneira interessante no livro O blog da família, quando o seu protagonista Pirata relata as vivências da família por meio de posts na web. Consequentemente, cada post é avaliado pelo weblogleitores que, interagindo assicronicamente com ele, deixam suas impressões, inclusive duvidam de seu perfil a partir das marcas estilísticas no modo de narrar os fatos de sua casa.

Deise, de Florianópolis (SC): qual é, cara? Pelo seu jetio de escrever, vc já é meio grandinho pra usar o nickname Pirata, não ? Tô achando tb que essa sua família é de mentirinha. Deixa de embromação, mane. De qquer forma, confesso q me diveri muito.

De Pirata para Deise: Qual é sua, Deusa? Já chega chutando o balde? Logo vc vai saber p q esse nickname. Vc é uma gatinha de garras mto afiadas, sabia? Um beijo e continue acessando o blog. Vem coisa quente por ai.

Apresenta-se nessa interlocução a ideia de que “A interação, é, portanto, aquela ação que tem um reflexo comunicativo entre individuo e seus pares como reflexo social” (RECUERO, 2008, p. 31).

A palavra dirige-se a um interlocutor: ela é função da pessoa desse interlocutor: variará se se tratar de uma pessoa do mesmo grupo social ou não, se esta for inferior ou superior na hierarquia social, se estiver ligada ao locutor por laços sociais mais ou menos estreitos (pai, mãe, marido, etc.). (BAKHTIN, 1981, p.112)

A noção de interação verbal via discurso realizado no weblog é gerada pelo efeito de sentidos originado pela sequência verbal, pela situação, pelo contexto histórico-social, pelas condições de produção e também pelos papéis sociais desempenhados pelos interlocutores. Ou seja, além dos aspectos linguísticos as condições de produção do discurso são definitivas para compô-lo.

Assim sendo, é importante entender que no decorrer da interlocução mediada pelas tecnologias digitais se vai além das mediações tradicionais, isto é, buscas mais que apenas escutar e falar deseja-se relações e trocas de capital social e simbólico oferecido pelas tecnologias intelectuais: Weblog, Orkut, etc.

Baudrillard (1991) sugere que este tipo de comportamento nos processos de interação socio-verbal nas redes sociais pode ser acompanhado de ações dissimulatórias nas quais as identidades são protegidas através de nicknames, conforme sugere o diálogo acima citado, no qual se suspeita da real idade do enunciador. Deste modo, “dissimular é fingir não ter o que se tem. Simular é fingir ter o que não se tem. O primeiro refere-se a uma presença, o segundo a uma ausência.” (BAUDRILLARD, 1981, p. 9).

Nesse contexto, Thompson (1988) informa que as tecnologias intelectuais suportadas na Internet, passaram a oferecer maneiras diferenciadas de ação e interação socio-verbal, bem como novos tipos de relacionamentos sociais. Logo, proporciona aos interagentes situações interativas além das fronteiras físicas da interação tradicional.

Para Bakhtin (1981) a linguagem é interação social. O sujeito, ao falar ou escrever, deixa em seu texto marcas profundas de sua sociedade, seu núcleo familiar, suas experiências, além de pressuposições sobre o que o interlocutor gostaria ou não de ouvir ou ler, tendo em vista também seu contexto social.

No movimento de interação social os sujeitos constituem os seus discursos por meio das palavras alheias de outros sujeitos (e não da língua, isto é, já ideologizadas), as quais ganham significação no seu discurso interior e, ao mesmo tempo, geram as réplicas ao dizer do outro, que por sua vez vão mobilizar o discurso desse outro, e assim por diante.

“(...) ela é função da pessoa desse interlocutor: variará se se tratar de uma pessoa do mesmo grupo social ou não, se esta for inferior ou superior na hierarquia social, se estiver ligada ao locutor por laços sociais mais ou menos estreitos (pai, mãe, marido, etc.). (BAKHTIN, 1981, p.112)

A noção de interação verbal via discurso realizado no weblog é gerada pelo efeito de sentidos originado pela sequência verbal, pela situação, pelo contexto histórico-social, pelas condições de produção e também pelos papéis sociais desempenhados pelos interlocutores. Ou seja, além dos aspectos linguísticos as condições de produção do discurso são definitivas para compô-lo.

O papel pedagógico das redes sociais na escola contemporânea caracteriza-se, pois, a sociedade contemporânea a partir da compreensão de que se está vivendo num acelerado processo de desenvolvimento tecnológico e científico no qual cada vez mais há substituição do fazer humano pela máquina da informação e, sobretudo, no campo educacional.

Nesse sentido, vale ressaltar que a forte presença das tecnologias intelectuais – Orkut, Facebook, Twitte e Weblog nos espaços escolares seja através de inforcentros, ou fora dele, lan houses há crescente descompasso no processo de ensino no universo das escolas públicas de maneira que se reconhece a importância de uma formação voltada para o uso didático e pedagógico dos meios digitais de comunicação social no sistema educacional.

Em verdade esses meios digitais estão disseminando novas ideias, hábitos, juízos éticos e, sobremodo, estéticos relacionados aos conhecimentos disponíveis na web. Portanto, interessa nesse caso, oferecer uma possibilidade de formação articulada com esses novos desafios para se enfrentar a nova educação escolar que se instaura nesse panorama em que o virtual cada vez mais é potencializado pela linguagem e imagem da mídia digital.

(...) os desafios que enfrenta a educação escola nesse cenário de intenso desenvolvimento da mídia imagético-eletrônico. Está implícita nessa problematização que a escola não está imune às diversas mudanças sociais. Essas mudanças são provocadas pela nova ordem social e econômica pela qual passa o país (Grifo meu) e ascende à instituição escolar e, ao mesmo tempo, são, de alguma maneira, tocadas por ela. (LOUREIRO, 2003, p. 11).

Dessa maneira surge uma nova perspectiva de pensar a escola e a formação dos profissionais da educação para atuarem de maneira significativa nos espaços onde a tecnologia da informação e comunicação – TICs e as redes sociais se intensificam como presença potencial de aquisição de conhecimento. Por outro lado, a ação pedagógica ora suscitada por essa nova atividade educativa, reclama por formações nessa direção, ou seja, o estado precisa avançar rapidamente nessa direção e criar mecanismos pedagógicos que assegure a formação continuada dos profissionais da educação, visando um processo de formação, que impliquem escolhas valores e convenções éticas e concepção de homem e mundo contemporâneos.

Na sociedade contemporânea, vem se acentuando o domínio pedagógico dos meios de comunicação e das tecnologias intelectuais atreladas às internet ligada à escola cada vez mais midiatizada. “A mídia concretiza práticas pedagógicas à medida que se ocupa, intencionalmente, da transmissão e assimilação de sensibilidades e saberes hegemonicamente vinculados ao consumo. (LOREIRO, 2003, p. 13).

Nessa perspectiva, a educação na contemporaneidade deve seguir ao princípio de que “o saber muda de estatuto ao mesmo tempo em que as sociedades entram na idade pós-industrial e a cultura na idade pós-moderna” (LYOTARD, 2000, p. xv). Não há dúvida de que a educação está sendo levada a incorporar elementos da contemporaneidade, posto que as mudanças tecnológicas, culturais, políticas e econômicas, na maioria das vezes sintetizadas no surgimento de uma forma sócio-educacional pautada na velocidade da informação e criação instantânea de conhecimentos.



Bibliografias consultadas

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

GUTIERREZ, Suzana. Distribuição de Conteúdos e Aprendizagem On-line. Revista Novas Tecnologias na Educação - Renote Porto Alegre: CINTED-UFRGS, v. 2, n. 2, nov. 2004 . Disponível em http://www.cinted.ufrgs.br/renote/nov2004/artigos/a6_distribuicao_conteudos.pdf, acesso em 20 mar 2005.

GUTIERREZ, Suzana. Mapeando caminhos de autoria e autonomia: a inserção das tecnologias educacionais informatizadas no trabalho de professores que cooperam em comunidades de pesquisadores. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. 233p.

GUTIERREZ, Suzana. Weblogs e educação: contribuição para a construção de uma teoria. In. Novas Tecnologias CINTED-UFRGS na Educação, 2005.

RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

Núcleo de Estudos Linguagens e Tecnologias – NULTEC – iniciará suas atividades com reuniões quinzenais, a partir de 26 de agosto de 2010, das 17 às 19 horas, a serem realizadas no DCHT – Campus XVI Irecê – e tem como objetivo a construção de um espaço de discussão teórico-metodológica que auxilie a professores do ensino básico ao ensino superior, bem como a estudantes dos mesmos nível de ensino a compreenderem a importância que têm as linguagens e as tecnologias digitais no cotidiano da escola e do mundo da vida de todos envolvidos na educação; se aproveite ao máximo o potencial destas recursos para se fazer construções e encaminhamentos que ampliem o modo de aprender e ensinar de todos, através das potencialidades das tecnologias digitais, intelectuais e de comunicação aplicadas à educação. Conforme tabela abaixo:




CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:

Data/horário Ações Recursos

26/08/10 Apresentação do projeto e direcionamentos de ações Datashow, internet

16/09/10 Estudo sobre usos das redes sociais como potencialidades de escrita em sala de aula Datashow, internet e texto

30/09/10 Aspectos da pesquisa em redes sociais na internet Datashow, internet e texto

14/10/10 Capital social, individual e filiação nas redes sociais Datashow, internet e texto

28/10/10 Comunidades virtuais: da escrita ao encontro de si Datashow, internet e texto

4/11/10 Tecnologias na educação: uma travessia a ser feita Datashow, internet e texto

28/11/10 O professor analógico, aluno digital novo dilema da educação na contemporaneidade Datashow, internet e texto



Atenciosamente,



Robério Pereira Barreto

Coordenador do NULTEC

domingo, 15 de agosto de 2010

REDES SOCIAIS: PARA ALÉM DO VIRTUAL

Sabe-se que a comunicação mediada por computador tem possibilitado travessias importantes na vida social contemporanea. Nessa concepção está a ideia de que todos os meios de interação social levam ao encontro fisico dos sujeitos. Então, a Internet e suas ferramentas de comunicação acabam por possibilitar aos individuos sessões de conversação que os rementem à vivências no mundo real.
Os indivíduos sempre se corresponderam a distância - lembrem-se pois, dos namorados via carta postal - estes acabavam em contatos físicos. Embora, a imaginação quando do ato interacional leva a construção de perfis que, às vezes, na realidade eram contestados.
De qualquer modo, as redes socias na internet tem conduzido para além do virtual. Seja por meio de ações isoladas ou até mesmo por comunidades que acerca de uma causa comum acabam se encontrando no mundo real e, por consequência, agem socialmente em busca da melhorias para a sociedade.
Diante disso, apresenta-se nesse ensaio uma possibilidade para  reflexão sobre a simplificação que está sendo dada a interação via redes sociais, isto é, crer-se na maioria das vezes que os indivíduos que inteagem na web, apenas se mantêm escondidos por atrás de um perfil ou nickname.  

domingo, 8 de agosto de 2010

ESCREVER PARA DISCIPLINAR AS INVENÇÕES DO PENSAMENTO

Escrever deveria ser o verbo mais praticado por todos. Quando se diz escrever é no sentido de se produzir textos que expressem pensamentos em que todos possam partilhar. Embora se saiba que a escrita é limitadora dos sujeitos, sobretudo, em se tratando de uma cultura de oralidade como a nossa.
Os mais sagazes afirmam que a escrita faz parte de sociedades civilizadas, de modo que à medida em que a sociedades se inscrevem no mundo da escrita, mais civilizada e promissora se torna. Para essa defesa há que se lembra de uma coisa: esta pratica esta vinculada aos contratos sociais estabelecidos pelo modernidade, na qual o homem perdeu credibilidade para sua palavra dita (oral), tendo que se registrada via escrita para garantir seu resultado.
Por outro lado, a escrever passou a ser confundida com fazer literatura à maneira dos grupos sociais estabelecidos pelo dominio do código escrito e, também pela meios de divulgação dessa produção de pensamento.
Henry Miller disse: "Rimbaud reduziu a literatura à vida; eu me esforcei para pôr a vida na literatura" Nessa ótica, pode-se dizer que a cada texto produzido o autor de inventa, pois busca em cada ação mostrar sua capacidade de controlar o turbilhão de ideias que podem ser transpostas ao suporte de divulgação - papel, computador, internet, etc. de maneira que não se confunda fatos com palavra. Escrever se faz com palavras e não com fatos. Isso significa que para escrever não precisa ter uma vida cheia de peripécias e aventuras palpitantes, basta ter o dominio e a técnica para escolher as palavras para espressar seus pensamentos.
Nesse sentido é interessante perceber que a internet por meio das redes sociais, especialmente, no weblog tem proporcionado aos sujeitos espaços de produção escrita que determinam de certa maneira a disciplinarização dos atos de escrita.
Isso pode ser entendido como uma possibilidade melancolica ou estérica da manipulação da realidade que cada um cria para si. No weblog há constantemente a reinvenção do escritor na medida em que ele se apresenta através dos vários gêneros textais possíveis de expressar determinados pesamentos.
Para concluir essa defesa, falo por mim, cada texto aqui postado é um dos milhares de escritores que há em minha mente. 

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Assim penso, assim escrevo!

Tudo que não aprendi não digo,
mas quando falo me coloco à
aprendizagem das vivências
que a vida me oferece.

domingo, 1 de agosto de 2010

TRABALHO APRESENTADO NO SEMINÁRIO GRAPHO - PPGEDUC - UNEB




Resumo: esta proposta de comunicação coordenada visa apresentar as novas possibilidades de produção e socialização de saberes culturais e educacionais que as TICs, associadas à Internet têm em levar às comunidades rurais para outras dimensões políticas e socioeconômicas possíveis por meio do ciberespaço. Sabe-se, hoje, que as pequenas cidades do interior do país, especialmente, as do sertão nordestino já dispõem de acesso à internet. Isso se estende aos povoados de maior concentração populacional, de maneira que as lan houses se tornaram espaços de aprendizagem e, consequentemente, divulgação e socialização de questões de identidades rurais até então desconhecidas. Considera-se, pois, que a cibercultura é uma marca da contemporaneidade e, portanto, é preciso discuta-la a partir de ocorrências que envolvam sujeitos que até então estavam alijados do acesso aos bens simbólicos presentes nas redes de comunicação. Assim, a educação desses indivíduos deve inseri-los no ciberespaço com sujeitos proativos e que participam do processo socioeconômico e educacional de sua localidade, bem como do país e do mundo.

TRABALHO APRESENTADO NA 62ª REUNIÃO DA SBPC 2010- NATAL - BR

domingo, 18 de julho de 2010

COTIDIANO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS NAS REDES SOCIAIS

Trata-se aqui em breves linhas dos desafios que a internet tem feio a todos nós no sentido de que estamos integrados ao mundo direto ou indiretamente. Com isso, constata-se que há hegemonia das tecnologias de informação e comunicação no fazer cotidiano dos cidadãos.
Hoje, a internet é o meio de comunicação dominante, mecanismo de socialização e troca de informações, a serviço dos mais variados interesses e mercados. Por exemplo  a “geração Y” que aprendeu a conhecer e desejar produtos e serviços até então oferecidos pela TV e que não mais responde aos anseios de cibernautas que atuam na rede de maneira digital.
Acontecimentos públicos que antes eram transmitidos pela TV em seus horários jornalísticos, já não têm mais tanta importância, uma vez que via internet às informações e imagens são postadas em tempo real. Vejam-se as ocorrências onde os governos ditatorias fecharam as televisões, mas as informações chegavam em tempo real via internet transmitidas pelo celular.
Contemporaneamente, a internet e as redes sociais suportadas por ela mediam debates instantâneos entre o mercado e o consumidor. E mais: nas campanhas eleitorais atuais, a internet vai auxiliar em ações dos candidatos, pois nesse espaço se substitui os espaços físicos da praça pública pelos virtuais - Orkut, Msn, Facebook, Twitter. No campo da linguagem surge o desafio de se pensar na troca de discurso político com requintes de retórica classica por uma linguagem que explore os princípios da publicidade. Brevidade e carga psicológica ao leitor por meio de imagens e emoções expressas nas faces maquiadas e retocadas através de fotoshop.
Nesse momento de campanha eleitoral via redes socais, vale a provocação: “Praça pública, ora essa. Isso é do tempo em que as bandinhas bufavam em cima dos coretos” (Bucci, 2002). Para confirmação desse pensamento, redes sociais dos candidatos estão “bombando” e o Twitter é o vencedor desse quesito.
O interessante é que vemos candidatos virtualmente articulado com as velhas práticas discursivas em que o eleitor passa a ser alvo de suas intenções políticas, de maneira que as necessidades básicas do cotidiano nas propostas no ambiente digital ganha configuração de novidade e problema novo pede um herói para sua resolução.
No campo da imagem não poderia ser diferente, todos os candidatos apresentam suas fotos em perfis das redes sociais com no mínimo 20 anos mais jovem na faça, mas ao proferir seus discursos, ver-se quanto são velhas as promessas, vindo estas, a igualarem-se a idade cronológica da cada um. A cirurgia plástica digital nesse período é a prática da vez, tem cada figura na redes sociais se por acaso alguma criança pode perder o sono.

sábado, 17 de julho de 2010

CHUVEIRO

Escorre do chuveiro
Àgua que alimentando a pele
Dos corpos nus em fumegante braseiro.

Estes corpos se entregando aos mais
Lascivos desejos derretem se
sob o vapor que sobe e desenha
Suas esculturas no vidro do espelho.

Entre sussurros e gemidos
Escorrem entre as peles
O néctar do prazer...

Cada gota d’àgua a tocar as peles
Alimenta o desejo, o tesão
E os arrepios pelos corpos
Levam a contemplação...

Ah! Como não te deseja, Pecado?
Queima dentro de nós
Como lava de vulcão deflorando
A virgem montanha...

Em erupção corações saltitam
E os peitos inflam
desejando...
desejando...
As mãos sucumbem ao tocar
O pecado e o prazer abunda
Nesses corpos que explodem
Em êxtase a cada abraço
E toque íntimo nas delicadezas

sexta-feira, 16 de julho de 2010

QUANDO?!

QUANDO

Minha boca em brasa encontra
seus flamenjantes e tímidos lábios...

QUANDO

Minha carne firme e alucinada
toca em sua delicadeza
as forças sucubem e...

QUANDO

Desfalecido enconsta seu colo
quente e latejante na minha face
aquece a alma por novo amor imploro.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

PROSA A DOIS: MEU POETA FANTASMAGÓRICO E EU

Este texto foi construído para palestra sobre o processo de criação literária, no Sarau realizado pelo Colegiado de Letras, organizado e coordenado pela professora mestra Maria Aurenívea de Assis e os estudantes do curso de Letras. Aos quais agradeço imensamente pelo convite e a oportunidade de apresentar ao público do UNEB - DCHT - Campus XVI - Irecê, o processo com o qual produzo meus versos e tortas linhas literárias. 

Leitores, o que lhes apresento a partir de agora é o que chamariam os filósofos espiritualistas e psicólogos freudianos e jungianos de meu ‘duplo eu’. Entretanto, o denomino de meu poeta fantasmal porque o que ele fala é de fato algo de outro mundo. O mundo da alma, que por sinal, a ciência moderna se encarregou de tirar de circulação faz tempo. Porém, meu fantasma lírico é um herói. Não daqueles gregos que enfrentava a fúria dos deuses..., mas sim herói da resistência, pois a cada manhã ensolarada ou sombria, tenta encontrar sinais de que estar vivo e amar valem à pena! Inclusive a pena que assina o cheque depois de um encontro romântico no qual corpos se entregaram às fantasias da alma em busca de si.

O lado bom do meu poeta fantasmagórico é que ele não tem estresse. Sabem por quê? Ele é pansensível e isso faz com que ele se movimente em todos os meios intelectual, acadêmico, popular e poético. Contudo, têm suas preferências, claro, pois como todo cidadão mesmo que seja um espectro, tem direito de mostrar suas vontades. Afinal, estamos numa democracia, ora essa! E sua predileção é o interior das pessoas onde tudo está. Daí, graças à pansensibilidade da suas falas, atinge com flecha envenenada o lado mais endurecido e dormente do ser humano; o coração! Agitando-o e levando-o à embriaguez, na qual ele se desnude de vestimentas morais e sai em busca de si e da felicidade.

Embora meu poeta pareça frágil, lhes afirmo: não o é! Porque é com ele e seus versos traquinos que aprendo diariamente coisas sobre a vida no mundo individualista e perverso no qual vivemos. - Eu, no mundo físico; ele no metafísico - Aquelas nem os anos de estudos formam capazes de me ensinar. Assim, tornei-me seu eterno aprendiz.

A propósito, as falas de meu poeta imaginário são poesias que, na verdade, estão suspensas no ar como se fossem partículas humanas que em todo instante se desprendem de cada um de nós, ao deixarmos, por acaso, abrir nossas couraças cotidianas que nos fazem personagens inumanas, pseudo-racionais e nem nos damos conta.

Contrário a isso, e tentando ver outros lados da questão, é que creio na força da sua pansensibilidade, a qual é a responsável por tentar fazer dessas fugas o encontro do sujeito consigo mesmo. Não obstante, as “almas sebosas” não admitirem que suas essências ou excrescências não pudessem se afastar de si, devido a seu grau de egoísmo, o qual, portanto, lhe faz tão infeliz que nem sente que sua alma foi anestesiada, tornando se incessível às coisas bela da vida.

Esses pseudo-racionais cuja justificativa é o rigor da ciência, a qual é olhada pelo lado mais cruel, a lógica binária; falso e verdadeiro. Para esses, o amor, a sensibilidade e a beleza do ser são apenas substantivos abstratos e que apenas desviam a atenção.

Diante dessa situação, às vezes, falo ao meu poeta imaginário: “talvez fosse melhor escrever sobre histórias, amenidades ou fatos reais” Mas, ele logo me repreende dizendo:

A história pode não ser a verdade em sua essência; amenidades são maquiagens que cobrem a realidade com seus tons aristocráticos em chá da tarde de uma minoria que nega a se próprio; racionalidade é a batuta da ciência e, portanto, com ela os maestros regem suas orquestras como se estivesse no “monte parnaso” e apenas podem ser visto, porém já mais tocados! Então, meu caro Robério Pereira Barreto, não se apoquente com as minhas atitudes porque não lhe causarei grandes problemas, apenas você será tachado de neolírico diletante.

Por enquanto, creio que essa nosso primeiro encontro serve como breve apresentação do meu fantasmagórico ser lírico. Mais tarde falaremos de seu estilo de compor e sua obsessão pela escrita impulsiva na qual ele se pronuncia com a diligência de que tem “almas” para salvar do encontro Hades.

Dando continuidade ao diálogo sobre produção quase poética, ou melhor, a poeticidade e ao mimetismo de poeta fantasmal que ora lhes dirige a palavra, o qual não tem estilo próprio. Se me dão licença e me permitem os ortodoxos, faço uso de um silogismo “se estilo é o homem, logo todo homem é estiloso”. Contudo, não sou um homem, mas sim um poeta fantasmal, portanto não posso ter estilo. Ademais, meu companheiro de aventura literária Robério Barreto o tem, acho. Motivo que, às vezes, leva-nos a brigas infernais – ainda bem que sou uma voz aos seus ouvidos, e não estou ao alcance de sua fúria. Se tivesse sei não... – de tal maneira que ficamos de mal iguais a crianças e, no máximo, ficamos uma noite sem nos falar. Isso tudo porque lhe digo com convicção de um espectro: Homem para de se preocupar com o que os críticos podem falar de sua obra. Estes não são nada além do que leitores que cultuam certa doutrina e, portanto, o que não estiver ao seu alcance é motivo para teorizações. Ainda digo mais: Os críticos são mais egocêntricos do que a própria razão, principalmente, quando há intenção de valorizar suas vaidades pessoais, usando discursos indiretos generalizados (cf. os formalistas russos..., de acordo com a estilística, etc.) porque assim, se protegem de possíveis equívocos, ficando assim subjetivamente guardados sob o manto do método. Se é que a arte precisa de um método para ser interpretada.

Passado esse momento de crise, iniciamos nossas conversas, as quais mais parecem monólogos interiores. Fico, pois, horas falando e meu interlocutor nem me dá atenção. Fico furioso! Às vezes, escrevo tão irresponsavelmente que creio ter atingido a suprema perversão da linguagem, a poesia. Contudo, sou advertido pelo meu interlocutor e então, volto para as minhas obrigações de revisor, buscando encaixar os sentidos das palavras conforme o tema proposto.

Portanto, é nisso que está meaning do meu estilo, por isso não consigo deixar o poema sem as marcas indeléveis da perversão, elipses, lapsos, colapsos e erros propositais, cuja regência, concordância e grafia corretas devem ser realizadas pelo leitor. Se é que alguém que ler um poema sobre solidão se preocupe em encontrar esses detalhes.

Então, Robério com sua preocupação de escritor diletante me repreende: Puxa vida Poeta, dessa maneira a estética fica complicada! Calmamente lhe respondo: Meu caro, pelo que vejo queres que me torne um parnasiano... Essa coisa de metrificação é para os teóricos da literatura se lembrar de que suas aulas de matemática foram boas, porque aprenderam a contar e, portanto, fazem à metrificação e escansão dos versos. Sem porra-louquice e transgressão não haveria a arte! Até porque ninguém da muita importância essa estruturação clássica na poesia contemporânea, pós-moderna como queira chamar. Hoje, gênero menor... Então, não terei problema em continuar a escrever assim, mesmo porque os meus leitores – olha que não são muitos, hein -, às vezes, me perguntam por que eu escrevo tanto. Normalmente, minto e lhes digo que escrevo porque não tenho nada que fazer de madrugado, daí resolvo aporrinhar o meu amigo Robério, dizendo ou lembrando-lhe coisas do passado e, às vezes, inventando as que um dia poderão acontecer (Aristóteles que perdoe!).

Na verdade, tenho vocação para a música, ou seja, sempre que penso em escrever um poema me vem à mente o ritmo e as rimas da música. Nessa tentativa é que começam os meus conflitos, pois penso na relação entre música e poesia e confesso: fico furioso porque sempre me debato com a velha questão rima rica ou pobre! Qual será melhor esteticamente? Sem resposta pronta, continuo o meu fazer impulsivo, o qual é vigiado pelo radar do meu crítico disfarçado de parceiro literário, Robério Pereira Barreto. Agora vejam; um sujeito com esse nome... Sei lá está para crítica assim como o urutau está para o disfarce. Assim sendo, percebam com que estou lidando! Não me importo e sigo em frente, produzido versos que vão da sensibilidade poética à agressão da língua.

Quanto ao processo mimético, confesso: nem se aproxima pretendido por Aristóteles, pois a minha intenção poética e promover o caos na cabeça de meus leitores – olha que não muitos, diga-se de passagem, – os quais vez ou outra dizem timidamente confusos: Nossa, Professor! Li um poema seu e achei muito bom, outros; professor você pegou pesado brincando com a sensibilidade da alma e da solidão da gente, hein? Que coisa!

Por isso e outras cositas más ficou danado de ciúme. Porque eu me dano para elaborar tal poema, mas quem recebe os elogios é o meu algoz, esse tal professor Robério.... Ah, mas não pensem que deixo barato. Não deixo mesmo! Assim que posso brado: está aí, parabéns! Conseguiu os loiros da vitória, uma orgasmo artístico, né? Agora eu...? Bem, dizem por ai que, criar é uma coisa complicada e nós dois fazemos isso muito bem (sem falsa modéstia). Estou apenas querendo que sejam divididos os créditos!

Assim sendo, somos uma dupla cujo mimetismo de ambos se dilui na proporção de nosso ato criativo. Portanto, à medida que nos aproximamos, automaticamente, disfarçamos e nos tornamos um só. Por isso, na poesia em questão não encontrarão referências explicitas aos grandes nomes universais, mas sim a nossa maneira ou estilo que se adapta a qualquer tema ou situação quando nasce a inspiração poética. Portanto, temos como referência o urutuau, bicho danado e que tem no disfarce sua maior beleza. Então, é com esse disfarce que produzimos poesia caoticamente bela. (Na próxima conversa pretendo explicar porque essa poesia tem beleza, bem como somos obcecados pelo tema solidão).

À maneira de Nietzsche me relaciono bem com a solidão, de modo que a tenho como companheira de trabalho e vida, tirando desses momentos de penumbra íntima substratos para a poesia. Não obstante estar a maior parte de meu tempo lidando com pessoas. Creio que esse convívio é importante, mas, às vezes, secam-me as emoções, porque a todo instante deparo-me com as contradições humanas, as quais jamais serão dissipadas, pois físico e mentalmente todos nós as carregamos como marcas individuais e, portanto, resta à alma em sua magnífica complexidade causa-me inspirações e curiosidades. Eis que é onde se encontra o meu objeto de desejo, embora saiba que tudo que penso poeticamente seja apenas subjetivismo diletante.

Espero que um dia meus leitores – não há muitos – possam me entender e, assim, perceberem que não sou um defensor saudosista da estética romântica. Penso que a revolução proposta pelo romantismo, na verdade, foi uma ideal cuja burguesia se auto-afirmou por longos períodos no poder, tendo como referência os ensinamentos judaico-cristãos, os quais foram corrompidos pelos discursos falsos moralistas de seus ícones.



Irecê, 12 de julho de 2010.