A NOVA ORDEM: CONSUMIR É PRECISO, TER PAZ NÃO!
Robério Pereira Barreto
* O homem contemporâneo assume a ordem do dia, consumir. Importa iniciar perguntando: Você possui MP8, Ipod, TV de Plasma, Playstation e Notebook com internet movem? Se a resposta for sim. Bem-vindo ao mundo do conectados, cidadãos do mundo! Agora, se ainda está ouvido rádio Am/Fm, vendo TV de 21 polegadas, usando cartão telefônico e manda carta por fax, infelizmente, considere-se na era analógica, porque a nova ordem é se linkar aos novos recursos tecnológicos e, simplesmente, ser um consumidor e cidadão dos bits.
Então, preste bastante atenção, porque este é o recado que a mídia, sobretudo, a televisão deixa para nós todos os dias em nossas casas. Seja um consumidor! Há nessas publicidades uma espécie de sedução, isto é, tudo é bonito, funcional e fácil de comprar. (os aparelhos de ginásticas, emagrecedores, eletro-eletrônicos e produtos de limpeza que “facilitam” a vida da dona de casa).
Isso cria vontades e desejos de consumo e até, alterar o padrão de comportamento das pessoas, pois aqueles que não dispõem de recurso financeiros para a realização de tais sonhos, colocam em risco a paz e a tranqüilidade da família, uma vez que suprimi as necessidades básicas – alimentação, saúde e moradia – em busca da aquisição de bens de consumo que os façam ser vistos como cidadãos pertencentes a um grupo social que, na maioria das vezes não podem faz parte, porque apenas é mais uma vítima do desejo desenfreado de comprar tudo que lhe ofertado pela mídia.
Em um nível mais elevando de consumo, há pessoas que desde cedo são incentivadas pelos pais ao consumismo e, com isso, tornam-se compulsivos e até vivem atormentados pelo fantasma da futilidade, compram por comprar! Isto tem criado vários problemas nas sociedades, sobretudo nas famílias pobres que na maioria das vezes se submetem às situações de risco em virtude de querer dar tudo que seus filhos pedem, principalmente, objetos que estão na moda e são mostrados diariamente na mídia como sendo símbolo de status social.
Nesse contexto, trata-se de questões em que a violência psicológica é presente e, às vezes, é transformada em agressão física, ou seja, o desejo de consumir determinados produtos é tão intenso que pais e filhos se agridem mutuamente. Para refletir: Você prefere viver em paz com o mínimo necessário, ou com a casa cheia de futilidades e em guerra interior?
* Professor da UNEB – Campus XVI, pesquisador de Linguagens em mídias digitais e Literatura e Cultura Populares.