domingo, 28 de fevereiro de 2010

CACOS

Sobre os cacos
Que restou de mim,
Andas com a exação
De quem que castigar.

Mascrado e sem defesa,
sobram cicatrizes ao coração
que, pulsando resisti...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

RESTOS DE MIM EM VÓS

Sou à sombra de sua alma!
Por isso, estou à flor da pele daquele que um dia aqui existiu., e vi quanto o homem é um ser vil.
Vejam, vejam, vejam! No ar estão espalhados restos de minha vida.
Vida que um dia achei que fosse minha com formosura e alegria. Não era!
Olhem..., olhem e sintam que em cada um de vocês há um pouco de mim!
E sintam quanto o homem é um ser vil!

Por isso e com medo estou no olhar triste de quem vai amar sem ser amado, no riso amarelo de passividade na transa sem preliminares que dá a certeza de que não vai gozar!
Na alma que fica deprimida na abstinência de...,
Na dor de quem vai ser esquecido antes do sol se pôr.


Agora, quem sou?! Não sei, não sei... Apenas sei que sou restos de mim diluídos em tudo que existe por aí, inclusive em você;
Há um pedaço de mim naquele mendigo caído na praça defronte da Igreja sem poder adentrá-la para seus pecados confessar;
Na criança cuja inocência é poesia sem palavras em meio à confusão da vida;
Na Jovem prostituta parada na esquina que se escondendo atrás de uma espessa maquilagem e que ajuda negar sua idade o que anima os maus intencionados;
No bêbado cuja sabedoria supera as vãs filosofias da academia judaico-cristã;
No ladrão que maquina sua ação sem piedade ou emoção;
No policial que faz cara de mal para achincalhar legal;
No político que pousa de honesto para as câmeras, mas seu pensamento é roubar quando chegar à Câmara;
No coveiro cujo desprezo pela vida a ver descrente e, vive com a morte ver no defunto seu infame futuro: larva, lama, pó e infinito.

O que será de mim se o futuro vir a existir? Nada... naaada!
Oh, como dói minha existência. Que existencia?
Há, há, há...
Será que ainda existo ou existirei?!
Isso não importa! Porta, portão, infernal portal...
Porque sou a parte mais escondida de cada um de vós a viver na jaula de ferro de suas existências.
Não me deixes vir à tona porque os fareis seres infernais!
Mostrando suas contradições interiores: raiva, amor, alegria, tristeza e dor
Porque daí me reconstituirá e será em vós. Restos de mim!

Robério Pereira Barreto

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA”: MUNDO DE IDIOSSINCRASIAS E LINGUAGENS CONFUSAS

ATIVIDADE DE ESCRITA:


O filme Entre os muros da escola, de Cantet (2008) traz como temática central os conflitos entre pensamento de ensinar de um professor, e as expectativas de aprender dos estudantes. Dessa maneira, discorra sobre as idiossincrasias nas formas de dizer e fazer escrita sob a ótica do professor e do aluno. Para isso tome como referência o texto que segue abaixo:

O longa metragem Entre os muros da escola é baseado em livro homônimo de François Bégaudeau (que interpreta a si próprio no longa), o filme relata as experiências de um professor de língua fracesa que usa a literatura como possibilidade para a aquisição da escrita e do bem dizer, em uma escola da periferia de Paris.

O diretor Laurent Cantet aproxima a câmera em constante movimentos da fisionomias dos atores, como que, querendo afirma que as relações entre os indivíduos ali eram marcadas pelo lugar de mistura étnicossocial, um microcosmo da França contemporânea, no qual há minorias estrangeiras, sobretudo, africanos advindos das antigas colônias francesas que, de certa maneira, não se reconhecem dentro de um sistema educacional pautada nas expectativas do mercado profissionalizante dos colonizadores.

Na narrativa, bem se articula o pensamento de que entre o que pensa e faz a escola e o pensam e querem os estudantes com suas ideias, perspectivas e problemas de várias ordens; sejam elas: sociais, econômicas e comportamentais há uma distancia abissal.

Há uma diferença cultural e social que gera incompreensão e atrito entre ambas as partes, retrato do que seria a França contemporânea. Os muros da escola são metonimicamente reveladores de uma divisão e uma impenetrabilidade entre dois lados. Há também outros muros invisíveis que estão sugeridos no filme. Por exemplo, o conflitos ocorridos na periferia de Paris nos últimos anos, em virtude de a polícia ter assassinado um jovem negro. Do lado de dentro do muro está François Marin, um professor de francês. Do outro, está um grupo de alunos entre 13 e 15 anos composto por negros africanos, asiáticos latino-americanos e franceses.

Nesse contexto, François pode ser visto em um primeiro momento, como um educador bem intencionado que, vislumbrando o crescimento intelectual e pessoal dos estudantes, imprimindo o rigor característico de uma escola rígida e disciplinador, mas também como uma espécie de colonizador.

Nessa esteira, se se quer empreender uma compreensão etimológica de seu sobrenome Marin, que pode ser traduzido ao português como marinheiro, este, por sua vez sugere desbravador dos mares e de novas terras. Por isso, sua luta em fazer com que seus alunos incorporem o idioma francês pode ser explicada como uma espécie de "processo civilizatório" imposto a esses alunos de diferentes etnias.

No estrado da sala de aula, lócus de interlocução e entendimento entre professor e estudantes, pode-se afirma que a linguagem é o grande campo de batalha onde é travado esse conflito cultural. O filme se sustenta basicamente apenas com longos diálogos, e muitos deles trazem a dinâmica do que seria de fato uma sala de aula, onde o improviso de ambas as partes predomina.

Conforme é dito pelo próprio diretor que, a inexistência de um roteiro em mãos, os jovens puderam criar seus próprios diálogos, o que dá a sensação de que a realidade daqueles garotos invadia a ficção de "Entre Muros". A invasão da realidade no filme também ocorre por meio dos nomes dos personagens, que é a mesma dos jovens na vida real. Porém, duas exceções merecem menção. Khoumba, vivida por Rachel Régulier, é uma aluna chamada de insolente por se recusar a atender uma ordem do professor. Souleymane, interpretado por Franck Keïta, é o garoto problemático que se indispõe com o professor e seus colegas.

São os dois personagens "rebeldes" e principais questionadores da autoridade de François. Apresentá-los como personagens fictícios parecem querer desvinculá-los do mundo real. Entretanto, eles se apresentam em todas as escolas, inclusive do Brasil.

É como se a visão deste filme francês fosse apenas capaz de ver o "verdadeiro" outro como o "bom selvagem", aquele personagem de outra etnia que se esforça a assimilar a cultura francesa. Talvez por isso, os professores lamentem a possibilidade de deportação do chinês Wei, um aluno dedicado no estudo do francês e bom moço, mas se reúnam para discutir a expulsão de Souleymane, um personagem que vemos falar outro idioma.

O filme reforça uma visão colonizadora a partir do ponto de vista de alguém que se toma, mesmo que inconscientemente, como a "civilização". Assim, o outro se torna o retrato da rebeldia que deve ser conquistado através da assimilação da cultura da "civilização".

Para o público brasileiro, a imagem de alunos que questionam a autoridade do professor e até mesmo são agressivos, possibilita outra discussão. Discussão saudosista de que os estudantes de hoje são menos respeitosos do que os de gerações passadas. “Na minha época o aluno tinha respeito ao professor”.Trata-se de um retrato que talvez não seja diferente do que vemos em escolas brasileiras, em que é comum o relato de desrespeito ao mestre e o inverso também é verdadeiro. Na realidade, infere-se que “entre os muros da escola” exista uma relação de disputa de poder onde os conflitos, as idiossincrasias de cada indivíduo, sejam colocados às claras e, com isso, os mundos se conflitam de maneira a colocar a realidade de relações pessoais bem definidas. “Manda quem pode e obedece quem tem juízo!”.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Na ausência de mim mesmo

E dialogando com meus demônios
Descobri quão infinito é viver a esmo
A procura de sonhos.



O solitudo traz em ti a beleza
De quem mesmo na ausência
É constante presença, Paixão!

O solitudo, sola beatitudo!


15 de fevereiro de 2010

Robério Pereira Barreto

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ENCANTAMENTO




Encantei-me pelo seu singelo ser
E a luz que, involuntárias nascem de ti...


Seduzi-me aos seus acalantos sutis
Que ao sorrir me apaixonava
E, sinto a sutileza do seu olhar
Pensava em silencioso encanto:
Quão linda é a paixão e amor juvenis.


Boquiaberto o coração inflama e diz:
O encontro, encanto e acalanto
De seus meigos braços fazem-no
Ser o tão feliz!

Robério Barreto

08/02/10

SONO DO AMOR

Em silencio depois do amor,
Foge a alma dos corpos
E rumo ao infinito voa...


Entregues ao esplendor
Da interminável e letárgica
Sonolência...

07/02/2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A VIDA É...

JOGO




Em seu corpo há perdição
E o coração sem razão,
Joga-se em constante
Busca de te amar em fogo.


Na senda do prazer
Você acende meu querer
Ao macio toque na sua pele.


Dos olhos brilhantes
Escorrem cachoeiras,
E o desejo de te querer
Salta às alucinantes
Que sem pudor lhe assalta.

31 de janeiro de 2010.