sábado, 28 de março de 2009

PUERÍCIA DE AMOR

Estar em seus braços
E carinhos é sentir-me
Um menino solto ao vento...

Sentir suas mãos passeando
Em meu corpo é viver
A essência da vida
Pulsando no peito.

Ouvir seus soluços no nosso prazer
É viajar na imensidão alegre
Da manhã que em sol a pino
Faz-me pensar e te querer...

Curtir a irrisão em nosso riso
É desfrutar da meninice que,
Em se manifesta depois do amor.

28 de março de 2009, 10h32min.

Robério Pereira Barreto

domingo, 22 de março de 2009

HOBSBAWM E A "ERA DOS EXTREMOS"

Este texto é parte da leitura da obra de Eric Hobsbawm, Era dos extremos. Portanto, apresenta-se de maneira sintética e não tem caráter de novidade tampouco de originalidade, posto que muitos leitores e especialistas já me antecederam nesse processo, podendo ocorrer encontros, aproximações e intertextualidades implícitas e explícitas com os pensamentos até então desenvolvidos sobre a obra. Assim sendo, disponbiliza-se na rede mais um olhar sobre a conteporaneidade a partir Hobsbawm.
HOBSBAWM[X1] [X2] [X3] [X4] [X5] , Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo, Companhia das Letras, 1995. 598 p.

A era dos extremos de Eric Hobsbawm é composto pelos elementos pré-textuais: prefácio-agradecimentos e introdução intitulada O século: vista[X6] aérea[X7] , e está dividido em três grandes partes, sendo que, na primeira Hobsbawm denomina de A era da catástrofe, discorrendo de maneira articulada os acontecimentos bélicos ocorridos no Europa; a segunda parte, A era de ouro na qual estão narrados as ocorrências sócio-históricas desde a Guerra Fria até o “socialismo real” e na última parte está O desmoronamento, iniciado pela discussão de “As década de crise” que, segundo o historiador egípcio[X8] , está situada entre 1973 a 1993 “A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referencias e resvalou para a instabilidade e a crise.” (Hobsbawm, 1995, p. 393).
Com isso, Hobsbawm nos apresenta um mundo divido em momentos importantes para a humanidade, pois ressalta na primeira parte, em visão panorâmica, as catástrofes ocorridas no século. Nesse sentido, ele traz à baila os movimentos que transformaram a história ocidental no século XX[X9] , dizendo:
acumulei opiniões e preconceitos sobre a época, mais como contemporâneo que como estudioso (...) Acho que é possível ver o Breve Século XX – de 1914 até o fim da era soviética – dentro de uma certa perspectiva histórica, mas chego a ele desconhecendo a literatura acadêmica, para não dizer que desconheço quase todas as fontes primarias acumuladas pelo grande número de historiadores do século XX. (...) o máximo que consegui foi mergulhar na literatura das questões mais espinhosas. (Hobsbawm, 1995, p.7)
Dessa forma, mérito do livro da Hobsbawm[X10] é de nos informar sobre os flagelos sofridos pela humanidade no século passado, sendo testemunha ocular[X11] do tamanho da catástrofe que foi o século XX para homem o contemporâneo. Pode-se inferir nisso que houve grandes desgraças: mortandades gigantescas, sem equiparação possível com qualquer período histórico anterior; desvalorização do indivíduo, posto que ao homem foram negados todos os direitos humanos e civis, conquistados às duras lutas durante o ‘longo século’ precedente: 1789-1914.
Na obra, a catástrofe[X12] é intensa porque o período histórico anterior se marcou em todas as mentes como o século que colocaria a idéia do progresso como inevitabilidade, não só em termos materiais, mas também em relação ao avanço das liberdades, apesar das monarquias e das forças conservadoras, que resistiam intensamente desde a Revolução Francesa. Pergunta-se: como e por que a humanidade mundial pode regredir tanto na escala da civilização, tendo passado por uma vitória tão importante para as forças progressistas, a exemplo da Revolução Russa de 1917? O autor, de fato não pretendia mesmo responder a tudo isso, cabendo ao leitor fazer essas e outras perguntas mais cortantes.
O ano de 1917, explica Hobsbawm, pretendia ser o início da revolução mundial. E, desse modo, foi visto por milhões de pessoas, mesmo em países longínquos. Apesar disso, o autor acha que o mundo não estava maduro para uma revolução proletária naquele momento. É possível que seja uma suposição válida; e não é fácil provar o contrário. Mas cabe perguntar mais uma vez: será que algum dia haverá uma revolução que atinja imediatamente os principais países do mundo? Talvez o problema a resolver não seja por que a Revolução de 1917 não se espalhou imediatamente pelo mundo, mas antes por que a chamada revolução proletária pôde ser tão rapidamente submergida por uma vaga reacionária mundial. Hobsbawm mostra detalhadamente ser mais ampla que os movimentos baseados explicitamente no modelo italiano ou alemão de fascismo.
No fim do século, pela primeira vez, tornou-se possível ver como pode ser um mundo em que o passado, inclusive o passado no presente, perdeu seu papel, em que velhos mapas e cartas que guiavam os seres humanos pela vida individual e coletivo não mais representam a paisagem na qual nos movemos, o mar em que navegamos. Em que não sabemos aonde nos leva, ou mesmo aonde levar-nos, nossa viagem. (Hobsbawm, 1995, p. 25).
Em Rumo ao milênio capítulo final, Hobsbawm inicia a discussão afirmando que “O Breve Século XX” acabou em problemas para os quais ninguém tinha, nem dizia ter soluções. Enquanto tateavam o caminho para o terceiro milênio em meio ao nevoeiro global que os cercava, os cidadãos do fin-de-siècle só sublima ao certo que acabara uma era da história. E muito pouco mais[X13] .” (Hobsbawm, 1995, p. 537).
Em todo o caso, verificou-se concretamente que nesse período foram surgindo problemas sociais que elevaram os estados até então pequenos descobrirem-se importante, posto que, aquele momento era sem qualquer recurso para se independentes para deliberar sobre suas fronteiras, permanecendo, assim abandonados pelas grandes potencias. ficaram isolados e encurralados numa revolução nacional, cuja preocupação passou a ser logo a simples sobrevivência. Fato consumado[X14] . Nessa fase é que foram concedidas, sem conflito, as independências da Finlândia, da Polônia e dos Estados Bálticos, todos anteriormente províncias do Império Russo. Nenhum desses novos países declarou-se socialista.
“A democratização dos meios de destruição elevou de maneira bastante impressionante os custos da manutenção da violência não oficial sob controle. Assim, o governo britânico, diante de forças combatentes de fato de não mais de algumas centenas entre os paramilitares católicos e protestantes da Irlanda do Norte, mantinha sua presença na província com a permanência constante de 20 mil soldados treinados, 8 mil policiais armados e uma despesa de 3 bilhões de libras por ano.” (Hobsbawm, 1995, p. 540).
“A ascensão do fundamentalismo islâmico foi visivelmente um movimento não apenas contra a ideologia de modernização pela ocidentalização, mas contra o próprio Ocidente[X15] . Não por acaso os ativistas desses movimentos perseguem seus fins perturbando turistas ocidentais, como no Egito, ou assassinando moradores ocidentais em números substanciais, como na Argélia.”(Hobsbawm, 1995, p. 540).
“O século acabou em uma desordem global cuja natureza não estava clara, e sem um mecanismo óbvio para acabar com ela ou mantê-la sob controle[X16] . (Hobsbawm, 1995, p. 541).
“O Breve Século XX foi uma era de guerras religiosas, embora os mais militantes e sanguinários de seus religiosos bebessem nas ideologias seculares da safra do século XIX, como o socialismo e o nacionalismo, cujos equivalentes divinos ou eram abstrações ou políticos venerados como divindades[X17] .” (Hobsbawm, 1995, p. 541).
“Contudo, é bem possível que o debate que contrapôs capitalismo e socialismo como pólos opostos mutuamente excludente seja visto por gerações futuras como uma relíquia das Guerras Frias de Religião ideológicas do século XX. Pode revelar-se tão sem importância para o terceiro milênio quanto mostrou ser nos séculos XVIII e XVII sobre o que constituía o verdadeiro cristianismo.” (Hobsbawm, 1995, p. 543[X18] ).
“As Décadas de Crise demonstraram as limitações das várias políticas da Era de Ouro, mas sem – ainda – gerar alternativas convincentes. Também revelaram as imprevisíveis mas impressionantes conseqüências sociais e culturais da era de revolução econômica mundial desde 1945, além de suas conseqüências ecológicas potencialmente catastróficas. Em suma revelaram que as instituições humanas coletivas haviam perdido o controle das conseqüências coletivas da ação humana. Na verdade, uma das atrações intelectuais que ajudaram a explicar a breve voga da utopia neoliberal era precisamente que pretendia contornar as decisões humanas coletivas. Que cada indivíduo buscasse sua satisfação sem restrições humanas, e, qualquer que fosse o resultado, seria o melhor que se podia alcançar. Qualquer curso alternativo, argumentava-se implausivelmente, era pior.” (Hobsbawm, 1995, p. 543[X19] ).
Da década de 60 em diante, como vimos, precipitou-se o declínio do catolicismo romano. Mesmo nos países ex-comunistas, onde a Igreja gozava da vantagem de simbolizar a oposição a regimes profundamente impopulares, as ovelhas pós-comunistas mostraram a mesma tendência a desgarrar-se de seu pastor que em outras partes. (Hobsbawm, 1995, p. 544[X20] ).
(...) quão extraordinariamente pobre tem sido a compreensão de homens e mulheres que tomaram as grandes decisões públicas do século; pode dizer-nos quão pouca coisa do que aconteceu foi esperada, sobretudo na segunda metade do século, e menos ainda por eles prevista. Pode confirmar o que muitos sempre suspeitaram, que a história – entre muitas coisas, e mais importantes – é o registro dos crimes e loucuras da humanidade. Profetizar não ajuda nada. (Hobsbawm, 1995, p. 561).
Vivemos num mundo conquistado, desenraizado e transformado pelo titânico processo econômico e tecnocientífico[X21] do desenvolvimento do capitalismo, que dominou os dois ou três últimos séculos. (...) O futuro não pode ser uma continuação do passado, e há sinais, tanto externamente quanto internamente, de que chegamos a um ponto de crise histórica. As forças geradas pela economia tecnocientífica são agora suficientemente grandes para destruir o meio ambiente, ou seja, as fundações materiais da vida humana. Nosso século corre o risco de explosão e implosão. Tem de mudar. (Hobsbawm, 1995, p. 562[X22] ).

[X1]Segundo a professora Luciene, esse texto tem peculiaridades, posto que ele determina o lugares em que se situam os elementos fundantes da contemporaneidade: crise do humano. Advertências: O entendimento deve estar situado em sua época. Com isso, evita-se a assim a anacronia.

[X2]O “Quarto Estado” a partir de uma concepção do novo lugar em que o homem se posiciona fora dos lugares, ainda não localizado pelos sujeitos contemporâneos.

[X3]O mundo precisa mudar porque pode explodir devido ao caos instalado pela na humanidade.

[X4]Indicadores de referência do texto. Século XIX; breve Século XX.
a) II Guerras;
b) Nacisismo - Facismo
c) Revolução Russa
d) Deprssão econômica
e) O fim dos Impérios
f) Guerra Fria
g) Prosperidade do capitalismo 1950
h) Crise da classe operária
i) Migração e diversidade étnica
j) Inserção da mulher na educação superior
k) Revolução cultural: feminismo - renovação do conceito de familia
l) O movimento de 68 - desmoronamento
m) Desconstrução do conceito corpo - revolução - amor (texturas sociais
n) Explosão militar
o) Socialismo real
p) Cuba e sua resitência..
q) o fim do socialismo
r) a tecnologia usurpando a arte
s) rótulo do pós-moderna na década de 1980
t) tecnologização da ciência e Ciência da tecnologia
u) crise da ciência - verdade absoluta
v) a questão ecológica
w) enfraquecimento dos partidos políticos
x) fortalecimento da mídias

[X5]Hobsbawm reconhece sua dívida com o marxismo. Dizendo que o que lhe interessa é a história analítica. A história se faz como síntese dos fatos contemporâneos.

[X6]Uma fala construção da polaridade e, portanto, não fazer diferença para o neoliberalismo, posto que os economistas que fizeram previsões eram todas sendo assim descartáveis.

[X7]De toda forma, não é provável que uma pessoa que tenha vivido este século extraordinário se abstenha de julgar. O difícil é compreender. (Hobsbawm, 1995, 15).

[X8]Hobsbawm é, segundo alguns autores dos estudos culturais, uma pensador da diáspora. Com isso seu olhar é de narrador onisciente, uma vez que conviveu no e com os movimentos sociais e políticos do século XX.

[X9]Para o historiador italiano esse momento é uma constante renovação dos conhecimentos dentro de uma liberalidade.

[X10]Apresenta-se como uma memorialista que determina pontos para a compreensão do mundo no contemporâneo.

[X11]Para qualquer pessoa de minha idade que tenha vivido todo o Breve Século XX ou a maior parte dele, isso é também, inevitavelmente, uma empresa autobiográfica. Trata-se de comentar, ampliar (e corrigir) nossas próprias memórias. E falamos como homens e mulheres de determinado tempo e lugar, envolvidos de diversas maneiras em sua história como atores de seus dramas — por mais insignificantes que sejam nossos papéis —, como observadores de nossa época e, igualmente, como pessoas cujas opiniões sobre o século foram formadas pelo que viemos a considerar acontecimentos cruciais. Somos parte deste século. Ele é parte de nós. Que não o esqueçam os leitores que pertencem a outra era, por exemplo os estudantes que estão ingressando na universidade no momento em que escrevo e para quem até a Guerra do Vietnã é pré-história. Hobsbawm, 1995, p. 13.

[X12]Para Elio Gaspari o século XX apresentado por Hobsbawm é o século da matança, uma vez que nele se matou mais do que em qualquer outro tempo da historia mundial. Todavia, isso de algum modo conduziu o homem no século XX na Era de ouro – 1949 a 1973 a uma questão maior: nunca se matou tantas pessoas nesse espaço-tempo, bem como nunca se viu tanta sensação de bem-estar e a transformações jamais vistas nas experiências humanas.

[X13]Pode-se entender com isso que, a última década do século tornara-se uma nuvem nebulosa e, portanto, não se saberia o que aconteceria, posto que se tinha chegado a ela com todos os movimentos sociais, políticos e ideológicos esfacelados.

[X14]Mas o problema aqui é que Hobsbawm faz uma ligação direta entre a sobrevivência da Revolução Russa e a sobrevivência de uma unidade política abrangendo todo o antigo Império Russo. Essa ligação só teria sentido na perspectiva de uma "revolução socialista num só país", caso em que o tamanho do país é uma questão vital. Hobsbawm, porém, parece não acreditar na viabilidade da revolução socialista só na Rússia. Então seria o caso de fazer a distinção necessária: revolução mundial e sobrevivência da unidade do Império ex-czarista eram coisas diferentes e mesmo contrárias. Aliás, o governo bolchevique, em sua primeira fase, não pretendia impor-se sobre todo o ex-Império.

[X15]Isso pode se visto com maior ênfase no filme Babel de Alejandro Carpetier.

[X16]Nessa desordem foram se instalando ideologias e fundamentalismos que, sustentados pela fragilidade das nações, constituíram impérios destrutivos e, assim vieram a realizar sonhos. Exemplo disso, O 11 de setembro de 2001.

[X17]Pode-se dizer que o autor evidencia em toda obra o processo bélico pelo qual o passou a humanidade nesse pouco mais de 70 anos.

[X18]É interessante notar que o autor trabalha o tempo todo com dicotomias clássicas, Capitalismo x Socialismo, Bem X Mal, Judeu X Cristão.

[X19]Nesse sentido, o historiador apresenta elementos basilares para a compreensão do que viria a ser a vida na atualidade, sobretudo no que diz as questões ecológicas.

[X20]Nesse sentido viu-se crescer de forma ordena a presença de Igrejas protestantes, inclusive no Brasil isso se tornou uma prática, dando a uma delas o status de empresa. Exemplo disso é a IURD, que incorporando ao seu patrimônio religioso meios de comunicação tornou-se um império.

[X21]Pode se verificar isso nos filmes de Sci-fi, nos quais não se pensa em futuro, dando à sociedade oportunidade de se perceber na efemeridade das identidades, construído assim , aquilo que Bauman (2006) chama de liquidez do homem e sociedade contemporâneas a partir de uma ética pós-moderna, efemeridade do ser.

[X22]O fracasso da humanidade a levará ao pagamento de um preço altíssimo: a escuridão.

sexta-feira, 6 de março de 2009

ACRÓSTICO ÀS MULHERES

Muitas vezes as lágrimas
Ungem-te a face, delineando as
Lindas marcas de expressão
Humana e sabiamente adquiridas
Em decorrência da sensibilidade
Refletida na sua forma de amar a todos...

Marias e mil mulheres mais
Amam incondicionalmente os demais,
Experimentando a desilusão como paga.

06 de março de 09, 12h03min
Robério Pereira Barreto

ASSIM SINTO...

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quinta-feira, 5 de março de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

POR UMA VIDA INTEIRA

Se pudesse fazer meu mundo
O faria com você no trono de rainha
Como em sonhos; Lindamente bela
De sorriso mais belo que aquarela,
A acariciar o meu coração bem fundo.


Por uma vida inteira a teria
Nos meus braços dando alegria
De te amar longamente em demasia
Como quem encontra o amor à primeira vez.

Nesse mundo onde há fantasia
Nosso amor real se tornaria;
E cada toque de nossas peles
E bocas, novos amanheceres
Nasceriam rindo para nós.

04 de março de 2009, 22h09min.
Robério Pereira Barreto

terça-feira, 3 de março de 2009

SINAL DE UM AMOR

Quando olho na lua oblíqua
A claridade nua e longínqua
Vêem-me a mente o sumo
De nosso amor banhando-te...

Riso deslumbrante,
Pele tigreira reluzente
Corpo molhado de amor
E músculos tremulantes
Denunciam vívidos,
O intenso prazer de amar-nos
No calor da lua a nos vigiar.


Derretendo na quentura de sua pele
Partes de mim escorriam em ti como
A claridade da lua derrete
No universo a escuridão...

03 de março de 2009, 22h45min.
Robério Pereira Barreto