domingo, 5 de agosto de 2007

VERSOS PALINDRÓMICOS


ANDE...
(Robério Pereira Barreto)

odnçaor zov evaus auA
sodviou suem soaA
zeicam a ritnes é
odulev orbur od
em-odnaiciraca
adasnac amla a.

Sua suave voz roçando
Aos meus ouvidos
é sentir a maciez
do rubro veludo
acariciando-me
a alma cansada.

Seu caloroso carinho
incendeia minha pele
é meteoro que cai na campina,
iluminando o céu
com chamas colossais.

Seu perfume embriaga
meus sentidos
é alfazema espalhando
sua presença no ar,
causando suspiros
faz-me viajar no
além do mundo...
daí fico mudo
aos poucos me desnudo
porque levo na viagem
sabor de beijos impuro.


05 de agosto de 2007, 21h 44min.

SEIVA DA PAIXÃO

SEIVA DA SOLIDÃO
(Robério Pereira Barreto)

A solidão é água de ribeirão
Que ao ser presa na concha da mão
Da um jeitinho e foge entre os dedos
Procurando juntar-se ao mar;
Para isso quebras as barreiras que há.

A prisão da alma por um amor
Que no caminho malfadou é tentativa vã;
Porque controlar a vontade da alma
É sufocar grito do vulcão roncador.

Então, a solidão que há aqui
Tornar-se-á um furacão no devir,
Bastando isso você surgir diante mim
Com sorriso maroto no rosto
E balançar faceiros nos quadris.

Isso me torna seu prisioneiro
À espera do encontro verdadeiro
Nem que para isso tenha que viver
Na masmorra solidão onde a alma
É regada como se fosse jasmim.

Portanto, eu não vivi até aqui
Para deixar evadir-se de mim,
Por entre os dedos como seiva capim
Que ao ser esmagado nas mãos
Geme sufocado até o fim.

13 de setembro de 2006, 22h24’


VENDEDOR DE PAIXÃO
(Robério Pereira Barreto)

Solitário nas esquinas e avenidas,
ou acompanhando na multidão de bares,
está o vendedor de flores,
trazendo nos braços vários amores;
perfeitos e, às vezes mais que perfeitos
são lírios e margaridas.

As flores com seus perfumes e cores se misturam
entre os sabores das paixões reais
e aquelas cuja formosura será despertada
no desabrochar de um copo de leite.

Os corações afloram diante da poesia
aveludada da rosa vermelha
e lírio cor de aquarela
que toca alma dos amantes
mesmo em momento de querela.

Oh, preciso comprar uma paixão
Para alegra meu coração!
Cadê o vendedor de flores
Que traz nos braços novos amores?

Quero o amor mais perfeito
Que dê a esse peito o pulsar
De infante diante da emoção primeira.

(...)

Sei que se não encontrar o vendedor
Posso ficar para sempre com a dor
De um amor que aos poucos se acabou.

LUAR DE AGOSTO


LUAR DE AGOSTO

Quem averbou que a lua
não é uma artista se enganou
porque o luar de agosto se superou
e entre os galhos e folhas do bambuzal
eximia escultora se declarou;
seu rosto esculpiu
com brilhos com de anil.

Agora, fico sozinho a contemplar-te
até que a lua se canse de expor
sua a obra maior, sua beleza.

Como espectador
amante de tal arte
Espero que as portas do museu
da noite se fechem
E a lua como boa anfitriã
me convide a sair,
Prometendo que amanhã tudo irá repetir.

11 de agosto de 2006, 00h 01’
Robério Pereira Barreto