domingo, 29 de junho de 2008

REFUGIADA ALMA

Os olhos fechados não
Admiram a lindeza
Que é o pôr do sol
Na tarde de inverno...

Tampouco apreciam
O brilho de um olhar
Apaixonado a lhe cotejar...

Nem as mais claras súplicas
De amor os libertam da escuridão,
Também não os deixar
Ver a alvura da paixão...

Inertes, se furtam da perfeição
Dos campos liriais a cobrirem
De brancas e magistrais flores
A imensidão de novo amor...

Frágeis, alma, espírito e corpo
Flagelam-se ao se refugiarem
No negrume do medo da rejeição...

29 de junho de 2008, 22h56min
Robério Pereira Barreto

RESTO DO MEU NADA

O coração ferido sibila
Palavras ao vento...

Como névoa de inverno,
Fatiado pelas lâminas
De sua gélida expressão;
Agora está.

A coisa mais cruel
Que senti foi ver
Restos do meu nada
Atirados ao longe
Pela indiferença de ti
Que, cata-vento da solidão
Atirou ao chão os pedaços
Daquela grande paixão.

29 de junho de 2008, 12h50min.
Robério Pereira Barreto