ASSIM QUE NOS VIMOS NO COTIDIANO
EU, REFLUXO DE MIM Estou na cidade e ando pelas ruas Entre carros, gentes passantes, Luzes, cores e sons esvoaçantes Mas não me sinto aqui; Ninguém sabe ou se importa com O meu existir. Entre caneletas esgotos correm Como rios desviando de carros Apressados que me banham Do fétido suco humano liberado Das casas lindas e infames. Grita com todo meu pulmão, Mas não me ouve o cidadão Que, protegido pelo terno cinza Nem olhar para mim se anima. Na clara escuridão da vida Sou mais uma luz que não mais cintila: Sou refluxo de mim! Robério Pereira Barreto