domingo, 8 de julho de 2007

FÚRIA DA SOLIDÃO
Se estivesses aqui
dar-te-ia infinitos beijos
faria amor com você
saciaria nossos desejos.
Com tal fúria nosso corpos
entregar-se-iam a romaria
em direção da seismaria da paixão,
explodindo na combustão do amor;
Tesão!
Para minha fúria não estas!
Tenso, então grito:
Oh, com sois mau destino!
Porque colocou a distância entre nós?
Caso eu morra,
Enlouqueça
ou corra...
Imenso é deserto
que se abate no meu ser
não havendo, portanto outro a acusar
se não você.
Irecê - BA, 09 de julho de 2007.

CALEIDOSCÓPIO
(Robério Pereira Barreto)

Não há quem mude
A tristeza em meu molhar
Enquanto estiver
Longe do meu abraço
E do calor dos beijos
Que alimentam
Minha alma
Nas manhãs de friagem
Quando nos amamos em silêncio
Para a aurora não acordar.

A noite escura
Nutre-me a alma
E o espírito a se calma.

No silêncio escuro
Sinto-me seguro
Embora os cacos de mim
Denunciem a ausência de ti
A qual me parte ao meio
Esfacela-me em mil eus.

Caleidoscópio sou...
A cada anoitecer
Porque vejo meus
Pedaços perderem-se
Levando-me
Sem perceber
À morte antes mesmo
De envelhecer.
08 de junho de 2007, 21º51’


CREPÚSCULO DO SERTÃO


É tarde de agosto

no horizonte o sol se põe

como um fracassado...



No calor do sertão

a alma sertaneja

derrete ao cair da tarde.



A caatinha lacrimeja os olhos,

a fumaça que vem de longe

denuncia a destruição...



A vida no sertão ao entardecer sufoca

o coração do mato paraliza-o...

A natureza perde a cor

e o fogo no horizonte mostra

seus entretons e calor.









APOTEGMA
(Robério Pereira Barreto)


O pensamento viaja ao léu
Tal andorinha no inverno
Em balé magistral
Risca de negro
O manto azul do céu.

Na bela infinitude do anexim
Perambulo na busca de mim.

No infinito o grão-vizir,
Deixa sinais como marcando
As maneiras de eu existir.

30 de junho de 2007