quarta-feira, 17 de setembro de 2008

LUAR DE SAUDADE

A lua banha de magia o universo
E irradia o brilho de seus olhos
Enchendo o céu de alegria.

As estrelas cortam firmamento
E as ondas do mar gemem
Como se sentissem o sofrimento
Que parte esse peito...

O que fazer para acalmar o coração?
Não há nada a fazer.
Porque ele ver a dor que sente
A alma ao lembrar-se de ti.

Daí, olhar a lua nessa noite
É sentir sua presença em mim
E não tem para onde fugir;
É saudade sentir até não resistir
E esvanecer em lágrimas
cada gota de mim no oceano
da saudade...

16 de setembro de 2008, 23h58min
Robério Pereira Barreto

domingo, 14 de setembro de 2008

POR VOCÊ...

Por você subirei a serra
E no cimo dela respirei puro ar,
Correndo descerei para lhe entregar.

Por você mergulharei ao fundo do oceano
E de duras ostras extrairei lindas pérolas
Para com elas lhe enfeitar o colo
Com pedras belas.

Por você peregrinarei no meu deserto
Na busca de um sol que aponte
O jeito certo de lhe guardar
Com esse coração modesto.

Por você acordarei na madrugada fria
Para cobrir e aquecer lhes as partes
Que ficaram fora do cobertor,
Evitando ficarem geladas...

Por você descerei ao inferno
Para lhe salvar se preciso for...

Por você empenharei minha alma
Para que tenha felicidade...

Por você não importarei em tornar eterno devedor,
Porque, um dia, serei recompensado;
Terei o seu amor.

14 de setembro de 2008, 23h42min.
Robério Pereira Barreto

CHARME

O mel dos seus olhos
Mistura-se ao marfim
Do seu sorriso e faz de ti
Uma beleza capaz de me seduzir.

O cheiro de jambo de sua pele
Ao mais involuntário toque
Incendeia a mente e fere
Os mais castos anseios
Que ora devoto a ti.

O carmim de seus lábios me atrai;
Como as flores convidam
O ousado beija-flor para invadi-las
Com malicioso toque de amor,
Porém, ainda me sinto distante
Por causa de seu véu protetor.

13 de setembro de 2008, 19h55
Robério Pereira Barreto

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

APLAUSOS

Quando vejo a luz da lua
Nela sua sombra insinua
E sinto vontade de ter você...

Quando a lua se deita
Na madrugada,
Os meus olhos rejeitam
A luz do dia; por que ela [lua] os seduz.

Impaciente, na lucidez da lua
Sua pele de brancura nua
Desfila na minha mente
Como se passeasse na rua
Aos aplausos do meu coração.

12 de setembro de 2008, 19h39min.
Robério Pereira Barreto

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

OLHOS FECHADOS

É madrugada e meus olhos não querem o dia,
Fechados eles contemplam-te
Lindamente na beleza no primeiro encontro.

Naquele dia meus pés acariciavam o chão
E o coração apanhava mais do que batia
De tanto querer ter você depois da fantasia.

Mas e agora? Depois de tudo vai embora?
Simplesmente deixando para trás
Um rastro de nós diluído no ar

Ainda há tempo, venha...
Para os meus braços que,
Abraçados a escuridão da noite
Enfrentaremos sem pensar!

Venha, venha, venha...
E ria para mim trazendo
A luz a clarear a passagem
A caminho do mar...

05 de setembro de 2008, 12h13min.
Robério Pereira Barreto

ABRAÇO PÚBERE

Sussurros teus levam
Ao encontro do eu perdido
Entre dor e prazer
Na escuridão do destino.

A claridade desse olhar
Mareante guiando o pulsar
Do peito em descompasso...

Agora, derreado em púbere regaço
O amor preso a laço
Se solta para viver sem lastro
E achar a felicidade noutros braços.

05 de setembro de 2008, 01h45min
Robério Pereira Barreto

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O QUE QUERIA AGORA...?

Sabe o que queria agora, minha flor...
Sentir seu perfume diluindo no calor
Das gentes que passeiam sob a luz da lua.

Sabe o que queria ouvir, minha flor...?
Pessoas falando de ti como que
Embriagadas pelo seu fresco.

Sabe o que gostaria de diz-te
Nessa hora de alegria...?
Muito obrigado!

Deixaria vir de lá de fora
Toda a energia para alegrar-nos
Nessa imensidão de horas!

04 de setembro de 2008, 23h05min
Robério Pereira Barreto

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

POR QUÊ?

Quando todos ensurdecerem
E não conseguirem mais
Ouvir os gemidos do mundo
Seremos todos zumbis
A procura de si...

Quando todos queimarem
O último pau da arara
E vê-la pousando na terra
Ressequida e escaldante
Onde havia verde de montão
Veremos quão egoísta fomos.

Quando todos contaminarem
Com próprio sangue a
Última fonte de vida humana
Aceitaremos nossa condição
Impiedosamente de seres infernais.

Quando todos sentirem os corpos mortos
Respirando sua própria indignação
Saberemos quão impuros fomos
Com a natureza, matando-a sem compaixão.

03 de setembro de 2008, 21h34
Robério Pereira Barreto

ODISSÉIA

Pela estrada do mundo
É preciso se desvencilhar
De pedra e espinhos
Que nos levam abismos.

Por esses caminhos
Desejos se transformam
Em encruzilhadas
E, às vezes, elas nos desviam
Ao encontro do Minotauro.

Depois dos primeiros passos
No escuro e labirinto ambiente
Resta nos escolher; segurar
No fio de Ariadne ou lutar até
A morte diante da fera.

03 de setembro de 2008, 00h27
Robério Pereira Barreto