sexta-feira, 6 de julho de 2007

O PORTUGUÊS DAS MÍDIAS DE RUAS


Este texto articula-se em torno da temática:desvios da norma culta nas mídias de rua - cartazes, anúncios e placas - a qual vem sendo desenvolvida como objeto de pesquisa, com intuito de compreender as nuanças e problemas ralacionados à transferência de aspectos da lingua falada quando se emprega o código escrito em tais meios de comunicação de massa. A priori, infere-se que a despeito da transgressão linguística, os enunciadores de destes textos promovem comunicação e, por conseguinte, são compreendidos no meio social, econômico e cultural na comunidade onde atuam.
Embora esse material não respeite os ditames da gramática normativa, há intencionalidade comunicativa, de modo que os cidadãos conseguem interagir significativamente no mundo dos negócios como homem do povo que, por sua vez, prática o português do povo. Entenda-se como português do povo a língua(gem) produzida pelo homem comum que, infelizmente, não teve acesso à aprendizagem formal; código escrito, contudo, aprendeu à duras penas os fundamentos do idioma para se comunicar e produzir conforme suas limitações sociolingüística.
Então, eis aí mais um motivo para deixar os defensores ortodoxos da língua(gem)arrepiados.Vejam www.placasridiculas.com.br neste endereço estão exemplos significativos a respeito da má formação linguística oferecida aos brasileiros.

POEMA SINA

SINA
(Robério Pereira Barreto)


A mala do destino
Enchi com malinezas
Do tempo de menino.

Nas andanças mundo a fora
Entre as encruzilhadas
Da vida teci o meu caminho.

Como caminhante,
Entre flores e espinhos
Tracei em tortas linhas
Minha sina de passante.

A cada passo adiante
Fiz da alma farrapos,
Nas esquinas do mundo
Deixei retalhos de meu ser.

Noite de São Pedro, 2007.

A poeticiadade e a beleza desta imagem leva-nos a compreensão de que há em algum lugar há algo de bonito, basta um olhar mais senível para encontrarmos a beleza da natureza e das pessoas que nos rodeiam. Isso, certamente, nos calmará os sentidos por alguns instantes, levando nos a esquecer as angústias pelas quais passamos diariamente. Então, resta-nos ficar atentos à nossa realidade para entendermos o quanto estar vivo é importante.