sábado, 30 de agosto de 2008

DELIRANTE PAIXÃO


A vida é mesmo apaixonante e o que ela nos reserva é mais ainda. Passavam-se dias e noites e o marasmo contaminava-me em demasiada agonia. Ei-me diante de uma questão; continuaria a negar minha existência humana, ou, deixaria vir à tona travessuras e paixões loucas!
Entretanto, faltava-me o elo para que essa corrente ganhasse impulso e, com isso despertar os mais insanos e incontroláveis desejos humanos, paixão. Subitamente, encontrei-me diante de uma das mais belas ninfas de Calipso. Tal Ulisses tentou resistir a seus encantos da Ilha, não consegui, fui pretensioso demais e seus encantos fizeram-me seu escravo e agora lhe sirvo em adoração.
Contato físico não há, porém na minha imaginação já nos demos aos mais lascivos desejo aperte-lhe solenemente suas macias e belas mãos de princesa, beije-lhe os pés cuja sensibilidade supera a menina do conto de fada... Tudo isso foi tão rápido que voou e está registrado no livro do infinito.
Numa noite em que lua e estrelas como brilhantes enfeitam de luzes a face do universo, sentamos juntos na abóbada celestial para nos entregarmos ao devir a procura de nós!
Entremeadas de medos nossas vozes joviais tremulavam por entre sorrisos abertos e falas metaforizadas as quais não buscavam sentido algum, demonstrando os sintomas de nossa desvairada paixão. Poderia ser tudo isso apenas um sintoma de nossa grave doença, paixão! Que se manifestava aos poucos numa noite de muita luz e alegria...
30 de agosto de 2008, 22h
Robério Pereira Barreto