domingo, 18 de julho de 2010

COTIDIANO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS NAS REDES SOCIAIS

Trata-se aqui em breves linhas dos desafios que a internet tem feio a todos nós no sentido de que estamos integrados ao mundo direto ou indiretamente. Com isso, constata-se que há hegemonia das tecnologias de informação e comunicação no fazer cotidiano dos cidadãos.
Hoje, a internet é o meio de comunicação dominante, mecanismo de socialização e troca de informações, a serviço dos mais variados interesses e mercados. Por exemplo  a “geração Y” que aprendeu a conhecer e desejar produtos e serviços até então oferecidos pela TV e que não mais responde aos anseios de cibernautas que atuam na rede de maneira digital.
Acontecimentos públicos que antes eram transmitidos pela TV em seus horários jornalísticos, já não têm mais tanta importância, uma vez que via internet às informações e imagens são postadas em tempo real. Vejam-se as ocorrências onde os governos ditatorias fecharam as televisões, mas as informações chegavam em tempo real via internet transmitidas pelo celular.
Contemporaneamente, a internet e as redes sociais suportadas por ela mediam debates instantâneos entre o mercado e o consumidor. E mais: nas campanhas eleitorais atuais, a internet vai auxiliar em ações dos candidatos, pois nesse espaço se substitui os espaços físicos da praça pública pelos virtuais - Orkut, Msn, Facebook, Twitter. No campo da linguagem surge o desafio de se pensar na troca de discurso político com requintes de retórica classica por uma linguagem que explore os princípios da publicidade. Brevidade e carga psicológica ao leitor por meio de imagens e emoções expressas nas faces maquiadas e retocadas através de fotoshop.
Nesse momento de campanha eleitoral via redes socais, vale a provocação: “Praça pública, ora essa. Isso é do tempo em que as bandinhas bufavam em cima dos coretos” (Bucci, 2002). Para confirmação desse pensamento, redes sociais dos candidatos estão “bombando” e o Twitter é o vencedor desse quesito.
O interessante é que vemos candidatos virtualmente articulado com as velhas práticas discursivas em que o eleitor passa a ser alvo de suas intenções políticas, de maneira que as necessidades básicas do cotidiano nas propostas no ambiente digital ganha configuração de novidade e problema novo pede um herói para sua resolução.
No campo da imagem não poderia ser diferente, todos os candidatos apresentam suas fotos em perfis das redes sociais com no mínimo 20 anos mais jovem na faça, mas ao proferir seus discursos, ver-se quanto são velhas as promessas, vindo estas, a igualarem-se a idade cronológica da cada um. A cirurgia plástica digital nesse período é a prática da vez, tem cada figura na redes sociais se por acaso alguma criança pode perder o sono.

sábado, 17 de julho de 2010

CHUVEIRO

Escorre do chuveiro
Àgua que alimentando a pele
Dos corpos nus em fumegante braseiro.

Estes corpos se entregando aos mais
Lascivos desejos derretem se
sob o vapor que sobe e desenha
Suas esculturas no vidro do espelho.

Entre sussurros e gemidos
Escorrem entre as peles
O néctar do prazer...

Cada gota d’àgua a tocar as peles
Alimenta o desejo, o tesão
E os arrepios pelos corpos
Levam a contemplação...

Ah! Como não te deseja, Pecado?
Queima dentro de nós
Como lava de vulcão deflorando
A virgem montanha...

Em erupção corações saltitam
E os peitos inflam
desejando...
desejando...
As mãos sucumbem ao tocar
O pecado e o prazer abunda
Nesses corpos que explodem
Em êxtase a cada abraço
E toque íntimo nas delicadezas

sexta-feira, 16 de julho de 2010

QUANDO?!

QUANDO

Minha boca em brasa encontra
seus flamenjantes e tímidos lábios...

QUANDO

Minha carne firme e alucinada
toca em sua delicadeza
as forças sucubem e...

QUANDO

Desfalecido enconsta seu colo
quente e latejante na minha face
aquece a alma por novo amor imploro.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

PROSA A DOIS: MEU POETA FANTASMAGÓRICO E EU

Este texto foi construído para palestra sobre o processo de criação literária, no Sarau realizado pelo Colegiado de Letras, organizado e coordenado pela professora mestra Maria Aurenívea de Assis e os estudantes do curso de Letras. Aos quais agradeço imensamente pelo convite e a oportunidade de apresentar ao público do UNEB - DCHT - Campus XVI - Irecê, o processo com o qual produzo meus versos e tortas linhas literárias. 

Leitores, o que lhes apresento a partir de agora é o que chamariam os filósofos espiritualistas e psicólogos freudianos e jungianos de meu ‘duplo eu’. Entretanto, o denomino de meu poeta fantasmal porque o que ele fala é de fato algo de outro mundo. O mundo da alma, que por sinal, a ciência moderna se encarregou de tirar de circulação faz tempo. Porém, meu fantasma lírico é um herói. Não daqueles gregos que enfrentava a fúria dos deuses..., mas sim herói da resistência, pois a cada manhã ensolarada ou sombria, tenta encontrar sinais de que estar vivo e amar valem à pena! Inclusive a pena que assina o cheque depois de um encontro romântico no qual corpos se entregaram às fantasias da alma em busca de si.

O lado bom do meu poeta fantasmagórico é que ele não tem estresse. Sabem por quê? Ele é pansensível e isso faz com que ele se movimente em todos os meios intelectual, acadêmico, popular e poético. Contudo, têm suas preferências, claro, pois como todo cidadão mesmo que seja um espectro, tem direito de mostrar suas vontades. Afinal, estamos numa democracia, ora essa! E sua predileção é o interior das pessoas onde tudo está. Daí, graças à pansensibilidade da suas falas, atinge com flecha envenenada o lado mais endurecido e dormente do ser humano; o coração! Agitando-o e levando-o à embriaguez, na qual ele se desnude de vestimentas morais e sai em busca de si e da felicidade.

Embora meu poeta pareça frágil, lhes afirmo: não o é! Porque é com ele e seus versos traquinos que aprendo diariamente coisas sobre a vida no mundo individualista e perverso no qual vivemos. - Eu, no mundo físico; ele no metafísico - Aquelas nem os anos de estudos formam capazes de me ensinar. Assim, tornei-me seu eterno aprendiz.

A propósito, as falas de meu poeta imaginário são poesias que, na verdade, estão suspensas no ar como se fossem partículas humanas que em todo instante se desprendem de cada um de nós, ao deixarmos, por acaso, abrir nossas couraças cotidianas que nos fazem personagens inumanas, pseudo-racionais e nem nos damos conta.

Contrário a isso, e tentando ver outros lados da questão, é que creio na força da sua pansensibilidade, a qual é a responsável por tentar fazer dessas fugas o encontro do sujeito consigo mesmo. Não obstante, as “almas sebosas” não admitirem que suas essências ou excrescências não pudessem se afastar de si, devido a seu grau de egoísmo, o qual, portanto, lhe faz tão infeliz que nem sente que sua alma foi anestesiada, tornando se incessível às coisas bela da vida.

Esses pseudo-racionais cuja justificativa é o rigor da ciência, a qual é olhada pelo lado mais cruel, a lógica binária; falso e verdadeiro. Para esses, o amor, a sensibilidade e a beleza do ser são apenas substantivos abstratos e que apenas desviam a atenção.

Diante dessa situação, às vezes, falo ao meu poeta imaginário: “talvez fosse melhor escrever sobre histórias, amenidades ou fatos reais” Mas, ele logo me repreende dizendo:

A história pode não ser a verdade em sua essência; amenidades são maquiagens que cobrem a realidade com seus tons aristocráticos em chá da tarde de uma minoria que nega a se próprio; racionalidade é a batuta da ciência e, portanto, com ela os maestros regem suas orquestras como se estivesse no “monte parnaso” e apenas podem ser visto, porém já mais tocados! Então, meu caro Robério Pereira Barreto, não se apoquente com as minhas atitudes porque não lhe causarei grandes problemas, apenas você será tachado de neolírico diletante.

Por enquanto, creio que essa nosso primeiro encontro serve como breve apresentação do meu fantasmagórico ser lírico. Mais tarde falaremos de seu estilo de compor e sua obsessão pela escrita impulsiva na qual ele se pronuncia com a diligência de que tem “almas” para salvar do encontro Hades.

Dando continuidade ao diálogo sobre produção quase poética, ou melhor, a poeticidade e ao mimetismo de poeta fantasmal que ora lhes dirige a palavra, o qual não tem estilo próprio. Se me dão licença e me permitem os ortodoxos, faço uso de um silogismo “se estilo é o homem, logo todo homem é estiloso”. Contudo, não sou um homem, mas sim um poeta fantasmal, portanto não posso ter estilo. Ademais, meu companheiro de aventura literária Robério Barreto o tem, acho. Motivo que, às vezes, leva-nos a brigas infernais – ainda bem que sou uma voz aos seus ouvidos, e não estou ao alcance de sua fúria. Se tivesse sei não... – de tal maneira que ficamos de mal iguais a crianças e, no máximo, ficamos uma noite sem nos falar. Isso tudo porque lhe digo com convicção de um espectro: Homem para de se preocupar com o que os críticos podem falar de sua obra. Estes não são nada além do que leitores que cultuam certa doutrina e, portanto, o que não estiver ao seu alcance é motivo para teorizações. Ainda digo mais: Os críticos são mais egocêntricos do que a própria razão, principalmente, quando há intenção de valorizar suas vaidades pessoais, usando discursos indiretos generalizados (cf. os formalistas russos..., de acordo com a estilística, etc.) porque assim, se protegem de possíveis equívocos, ficando assim subjetivamente guardados sob o manto do método. Se é que a arte precisa de um método para ser interpretada.

Passado esse momento de crise, iniciamos nossas conversas, as quais mais parecem monólogos interiores. Fico, pois, horas falando e meu interlocutor nem me dá atenção. Fico furioso! Às vezes, escrevo tão irresponsavelmente que creio ter atingido a suprema perversão da linguagem, a poesia. Contudo, sou advertido pelo meu interlocutor e então, volto para as minhas obrigações de revisor, buscando encaixar os sentidos das palavras conforme o tema proposto.

Portanto, é nisso que está meaning do meu estilo, por isso não consigo deixar o poema sem as marcas indeléveis da perversão, elipses, lapsos, colapsos e erros propositais, cuja regência, concordância e grafia corretas devem ser realizadas pelo leitor. Se é que alguém que ler um poema sobre solidão se preocupe em encontrar esses detalhes.

Então, Robério com sua preocupação de escritor diletante me repreende: Puxa vida Poeta, dessa maneira a estética fica complicada! Calmamente lhe respondo: Meu caro, pelo que vejo queres que me torne um parnasiano... Essa coisa de metrificação é para os teóricos da literatura se lembrar de que suas aulas de matemática foram boas, porque aprenderam a contar e, portanto, fazem à metrificação e escansão dos versos. Sem porra-louquice e transgressão não haveria a arte! Até porque ninguém da muita importância essa estruturação clássica na poesia contemporânea, pós-moderna como queira chamar. Hoje, gênero menor... Então, não terei problema em continuar a escrever assim, mesmo porque os meus leitores – olha que não são muitos, hein -, às vezes, me perguntam por que eu escrevo tanto. Normalmente, minto e lhes digo que escrevo porque não tenho nada que fazer de madrugado, daí resolvo aporrinhar o meu amigo Robério, dizendo ou lembrando-lhe coisas do passado e, às vezes, inventando as que um dia poderão acontecer (Aristóteles que perdoe!).

Na verdade, tenho vocação para a música, ou seja, sempre que penso em escrever um poema me vem à mente o ritmo e as rimas da música. Nessa tentativa é que começam os meus conflitos, pois penso na relação entre música e poesia e confesso: fico furioso porque sempre me debato com a velha questão rima rica ou pobre! Qual será melhor esteticamente? Sem resposta pronta, continuo o meu fazer impulsivo, o qual é vigiado pelo radar do meu crítico disfarçado de parceiro literário, Robério Pereira Barreto. Agora vejam; um sujeito com esse nome... Sei lá está para crítica assim como o urutau está para o disfarce. Assim sendo, percebam com que estou lidando! Não me importo e sigo em frente, produzido versos que vão da sensibilidade poética à agressão da língua.

Quanto ao processo mimético, confesso: nem se aproxima pretendido por Aristóteles, pois a minha intenção poética e promover o caos na cabeça de meus leitores – olha que não muitos, diga-se de passagem, – os quais vez ou outra dizem timidamente confusos: Nossa, Professor! Li um poema seu e achei muito bom, outros; professor você pegou pesado brincando com a sensibilidade da alma e da solidão da gente, hein? Que coisa!

Por isso e outras cositas más ficou danado de ciúme. Porque eu me dano para elaborar tal poema, mas quem recebe os elogios é o meu algoz, esse tal professor Robério.... Ah, mas não pensem que deixo barato. Não deixo mesmo! Assim que posso brado: está aí, parabéns! Conseguiu os loiros da vitória, uma orgasmo artístico, né? Agora eu...? Bem, dizem por ai que, criar é uma coisa complicada e nós dois fazemos isso muito bem (sem falsa modéstia). Estou apenas querendo que sejam divididos os créditos!

Assim sendo, somos uma dupla cujo mimetismo de ambos se dilui na proporção de nosso ato criativo. Portanto, à medida que nos aproximamos, automaticamente, disfarçamos e nos tornamos um só. Por isso, na poesia em questão não encontrarão referências explicitas aos grandes nomes universais, mas sim a nossa maneira ou estilo que se adapta a qualquer tema ou situação quando nasce a inspiração poética. Portanto, temos como referência o urutuau, bicho danado e que tem no disfarce sua maior beleza. Então, é com esse disfarce que produzimos poesia caoticamente bela. (Na próxima conversa pretendo explicar porque essa poesia tem beleza, bem como somos obcecados pelo tema solidão).

À maneira de Nietzsche me relaciono bem com a solidão, de modo que a tenho como companheira de trabalho e vida, tirando desses momentos de penumbra íntima substratos para a poesia. Não obstante estar a maior parte de meu tempo lidando com pessoas. Creio que esse convívio é importante, mas, às vezes, secam-me as emoções, porque a todo instante deparo-me com as contradições humanas, as quais jamais serão dissipadas, pois físico e mentalmente todos nós as carregamos como marcas individuais e, portanto, resta à alma em sua magnífica complexidade causa-me inspirações e curiosidades. Eis que é onde se encontra o meu objeto de desejo, embora saiba que tudo que penso poeticamente seja apenas subjetivismo diletante.

Espero que um dia meus leitores – não há muitos – possam me entender e, assim, perceberem que não sou um defensor saudosista da estética romântica. Penso que a revolução proposta pelo romantismo, na verdade, foi uma ideal cuja burguesia se auto-afirmou por longos períodos no poder, tendo como referência os ensinamentos judaico-cristãos, os quais foram corrompidos pelos discursos falsos moralistas de seus ícones.



Irecê, 12 de julho de 2010.


domingo, 4 de julho de 2010

À NOITE TE...

DIOTURNO


 

Quando a noite me cobre com gélido manto

A alma recolhe-se querendo aquecer

Em seus quentes abraços

Adormecer sob seu suave acalanto.


 

À sua companhia a vida ganhar cores

E os saberes de seus beijos quentes

Enchem esses momentos de sabores

Porque neles há sensação de ser gente.


 

Nesse mistério a madrugada e a lua

Aparecem e apreciam nosso quer

Em que o tesão é toda sua

Supera a friagem da madrugada.


 

Na manhã, saciado pela entrega

Feita em querência nossa,

Ainda continuo te querendo dioturnonamente

E, por isso, ficar perto de ti é ser todo prosa.


 

04 de julho de 2010, 19h01min.

 

sexta-feira, 2 de julho de 2010

FLEUMA DA PAIXÃO

IMPASSIBILIDADE




Não sei por que sinto falta de você
Se às vezes chego perto e parece
Não querer me ver. Por quê?


Não sei por que carente digo:
Quero ter você comigo
E preciso de seu carinho
Que de mansinho me faz viver.

Não sei por que faz tudo mais difícil,
Quando, na realidade só quero ter você
Intensamente nos braços para amá-la até enfraquecer
As forças do corpo e saciar a alma de nosso prazer.

Não sei por que quero, quero e quero...
Estar ao seu lado mesmo que,
Ás vezes seja ignorado no meu querer.

Robério Barreto

02/07/2010, 19h48mim.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

PLAGAS...

Nas plagas de frias madrugadas

A manhã se recusa a aparecer
E nessa angustia o querer
Ter você aumenta ainda mais.

Possuí-la é saciar vontade maior
Em momentos de intimidade
Que só aumenta a saudade
Quando fico distante de ti.

01/07/2010