quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CAMINHANÇA A TRÊS




Nas campinas monocromáticas do sertão, eu, o amor e a solidão andamos juntos tal qual siameses nascem e, solitariamente estão ligados.
    Nessa caminhada pergunto:
- Amor o que queres tu tão colado a mim, se nessa caminhada estamos do mesmo lado da estrada da vida, perdidos?
- e você Solidão? Por que nos faz companhia nesse dia de horas lentas e continuas?!
Ambas juntos respondem:
- Não queremos que sofras sozinho! És tu um mal companheiro de travessia, isto sim.
Pasmei diante de clara constatação:
Quanto egoísmo pensar que meus companheiros têm interesses diferentes dos meus. Não, eles são partes de mim que não conheço.
Depois dessa prosa a minha caminhaça não será mais solitária.
Levo comigo parceiros inseparáveis: o Amor e Solidão.
- Parceiro, caminhar sozinho é a oportunidade de encontrar a si mesmo em constante desalinho, murmura a Solidão.
- Verdade, confirmando a voz da Solidão, o Amor se lança a filosofia.
- Um dia, sem mim tudo poderá chegar ao fim. Veja aqueles que se deslocaram de mim por egoísmo e fantasia, estão pertos de ti, Solidão!
A Solidão foi provocada então responde ao Amor:
Amor, aqueles que chegam até a mim vem porque se afastaram de todos e, principalmente de si mesmos, e agora não se reconhece e dizem: Tu, Ele e Aquela são as minha parceiras.