terça-feira, 7 de outubro de 2008

VISÃO

Nos jardins das praças nascem flores
E seus olhos reluzem cores
Na imensidão da cidade solitária
Que não tem mais amores à moda tropicália.

Daí, essa lâmina ferina corta meu ser canalha
Que anima meu corpo a viver à sombra da muralha
Da tristeza e da indiferença que hão de me matar.

Seu olhar penetra o corpo,
E dilacera a alma diante de tanta falsidade,
E faz o coração render-se a sua desumanidade
Mas, sou sombrio e refaço-me.

Prisioneiro e sob a luz de seu contemplar,
Sinto me condenado às poucas cores
Da cidade-cemitério, onde os olhares
Portam dores e mistérios.

Robério Pereira Barreto
07 de novembro de 2008, 21h40