quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A ANÁLISE DO DISCURSO NA COMPREENSÃO DISCURSIVA DO CURRÍCULO

Nesta discussão parte-se da perspectiva de que, a Análise do Discurso sendo nascente da chamada “virada discursiva ou lingüística”, a qual ocorre a partir dos anos 60, quando nas Ciências Sociais iniciam-se as ações da lingüística na sociologia, ciências políticas e na educação, onde o discurso assume um papel central. Desse modo, certemente contribuirá para a compreensão de que o currículo é um dispositivo discursivo no qual acontecem os registros das tensões nas quais o poder se institui.
Nesse contexto a Análise do Discurso tem possibilitado a compreensão das relações de poder e, sobretudo, as representações das identidades a serem (des)construídas no interior da escola. Isso ocorre porque o currículo constitui-se como um dispositivo institucional com o qual a escola, de maneira arbitrária, o uso para dirigir suas ações conforme as determinações do sistema governamental.
Considerar-se-á como suporte teórico o pensamento de Foucault (2000), (1995) e Maingueneau (1999) visto que esses autores informam que o discurso é um ato de poder numa ordem instituída. Assim sendo, reconhece se aqui o currículo como um discurso instituído ao qual se associam interesses múltiplos, isto é, escola, comunidade e sociedade tencionam suas práticas as quais deveriam refletir no currículo da escola.
Em sendo a escola um espaço de construção de poderes, os conflitos são inevitáveis, pois os atores educativos pensam e desejam que seus discursos sejam reificados.
Dessa maneira, o currículo é epistemologicamente edificado nos paradoxos do sistema. Por um lado, a comunidade deseja avançar além da educação formal ofertada pela escola. Por outro lado, o mercado busca na imediatidade da formação de sujeitos preparados para assumir lugares específicos no mercado do trabalho, respondendo, assim, aos investimentos realizados durante o processo.