domingo, 1 de junho de 2008

ÚLTIMO BEIJO

Como queria poder abafar meu coração
que não pára de gritar em tom grave
que não posso sem ti viver!

Mas não consigo, pois sua presença é real
e imprescindível para mim como o oxigênio
que alimenta e faz crescer a flor de beleza natural.

Depois de você em meu existir
não mais consigo andar por ai
por que a cada rosto que abre um riso,
é como sentir sua boca dando-me o último beijo.

Como queria ser amnésico agora!
assim não lembraria de quando foi embora,
deixando para trás as lembranças e dor do amor
que por falta de oxigênio infartou!

Robério Pereira Barreto.
Domingo, dias dos pais, 13 de agosto de 2006, 18h9’

VESTÍGIOS

Nunca meu coração esteve tão célere como agora,
Porque aumenta a pulsação ao aproximar-me de ti,
O corpo esquenta igual a um vulcão prestes a explodir.

E nas entranhas d’minha alma
Nascem desejos tão ardentes que me dominam;
O sangue ao calor da paixão ferve,
Derretendo quaisquer que sejam os esforços racionais

Para manter-me equilibrado diante de sua beleza alva.
Digo a mim: Controle seu impulsos e decline por ela seu fervor,
Mas me falta energia para lhe declara meu amor,
Sua compleição me consome
Qual a luz da manhã afasta os vestígios da noite escura.

Robério Pereira Barreto, 11 de agosto de 2006.

DEVIR

Nasci na geração da rebeldia
por isso vivo em busca de um novo dia
no qual possa ser livre e amar sem garantia
e obrigação de ser o que desejam para mim.

Agora sei que em todo amanhecer
posso contar com você,
porque a vida real é horrenda
e se não tiver um pouco de seu ser em mim
posso não resistir, venho a morrer.

Vindo a morrer sem que você
tenha sido minha na intimidade d”alma,
irei padecer nos infortúnios da solidão
e o espírito eternamente vai sofrer na escuridão.

Negrume que antes de lhe encontrar
vivia pensando que estava no fim
e que a vida era para mim um deserto
no qual se anda e tem a morte por certo.

Robério Pereira Barreto,
02 de julho de 2006.

RESSURREIÇÃO

Ano de 20013 e lá estava o relógio na parede, cujo marasmo dos ponteiros denunciava como o tempo naquela casa acontecia. Sustentava-se por um fio que de tanto estar ali, naquela mesma posição mostra-se indiferente a tudo à sua volta. Em seu formato cilíndrico e cores medievais fazia o movimento contrário aos acontecimentos da casa. Ali, vidas, amores, desamores, alegrias e tristezas ocorriam à velocidade da luz, porém não eram suficientes para abalar a sua existência enquanto membro ausente da família. Entretanto, eis que alguém olha para a parede e percebe que os ponteiros do relógio tinham parado à zero (00h). Naquele instante foi uma surpresa, susto geral como se uma tragédia tivesse abatido sobre todos. Daí surgiu os maiores lamentos:
- Nossa! Que houve? Que horrível? Com parcimônia, a matriarca da família, sentada em sua cadeira de fios a laser; indagou.
- Certamente, acabou o fluído atômico. Vociferou uma
mocinha com roupas de néon e cabelos coloridos cheio de luzes.
- Imagina! Que houve com todos? Devem estar loucos. Faz anos que esse relógio encontra-se nessa posição. É como se pedisse para que alguém lhe desse um pouco de atenção – entretanto, passaram por esta sala gerações, e ali estava ele, imóvel, jogado ao limpo da indiferença. Certamente, cansou da inércia daqueles que deveriam ao menos considerá-lo com alguém da família e morreu. Agora é preciso acontecer o milagre da ressuscitação!