sábado, 4 de agosto de 2007

ESCADA

ESCADA...

A cada passo no degrau da vida,
Sinto que aos poucos me distancio do começo
Mas, não me aproximo do fim.

A escalada para futuro é incerta...
tem início mas
impossivel enxerga o término
de tão impreciso.

A cada degrau vencido,
novos e aos milhares vão surgindo,
tornando-me estático...
Voltar não posso
todos os caminhos foram destruídos,
seguir para o topo é meu destino
não me tenho forças para vencer
os incansáveis
jovens degraus da caminho.

BÁLSAMO DA SOLIDÃO


BÁLSAMO DA SOLIDÃO
(Robério Pereira Barreto)

É noite...
O aroma da escuridão
Toma minh’alma
Como se pedisse perdão
Por invadi-la sem permissão.

Em prantos e lamento
Recolho minha abantesma.
À clausura de meu imo
Tal perseguido menino
Pelo fantasma da noite.

É madrugada...
O eco da aurora
Acorda-me com o cheiro da manhã
Penetrando em minh’alma
Lança pagã.

O aroma da solidão escorre
Nas ventas e entre os dedos
O sumo do prazer
Liquefaz e morre...

Martirizando-me em cobiço
A ti e vejo nosso amor esvair-se
Nos caprichos de...

O aroma da solidão
Entranha meu espírito.

Seu cheiro sacrifica-me
Alma tamanho desespero
De manter pulsando esse
Coração condenado ao desterro.

04 de agosto de 2007, 22h35min

DESVAIRO


DESVAIRO
(Robério Pereira Barreto)

É noite de lua clara
E tudo se parece
Em alvas sombras.

A luz afiada da paixão
Atravessa-me tal raio
Que corta as negras nuvens
Em tarde tempestades

O alvitre de nosso amor
Nasce sob a cortina de vapor
Imenso que conduz ao frenesi
De bocas e toques cheios de ardor

(...)

Nossos corpos em atrito
Levam as almas ao infinito
Tamanho os encantos
E união de corpo e espírito,
Ser uno e límpido.

Irecê – BA, 04 de agosto de 2007.