segunda-feira, 28 de julho de 2008

HIDRÓFILA-DOR

Na vagas da solidão surge
Surfando em ziguezague
Vaidosa sensação de dor
Que lentamente afoga
E atira aos recifes um
Coração que já amou.

Sem pulso é levado
Pela arrebentação
Até a praia, onde
Passantes lhe desprezam
Ecoando no silêncio das ondas
A singeleza da indiferença, dor...

Vencido pela apatia
Indeciso está;
Deixo-me morrer na praia,
Ou desapareço na imensidão
Sombria da solidão do mar?
Não, nada disso o farei
sob sol da manhã ressucitarei
e encontrarei a maresia
como amiga e estrela da manhã
a me guiar ao encontro do infinito...

29 de julho de 2008, 23h02min
Robério Pereira Barreto

domingo, 27 de julho de 2008

LE TUE PAROLE

Na madrugada sombria
Em que tudo indicava
Que não raiaria o dia,
Suas palavras de luz
Fizeram me perceber que,
Poderia tardar o amanhecer,
Porém não há noite nem tempestade
Que impeçam um coração límpido
A aurora apreciar...

Le tue parole são para esta
Alma a serenidade e a luz
Que rompem as trevas da ingratidão...
Então, depois do que me dizes
Este coração e alma,
Nos primeiros raios da manhã
Renascerá e gritará:
De hoje em diante não haverá treva ou ingratidão
Que possam ofuscar o brilho desse olhar
Nem o sorriso de minha face tirar;
O paraíso ofereço quem soube me escutar.
Já quem não quis saber
A minha forma de amar
Desejo ódio porque o inferno
é seu lugar!

28 de julho de 2008, 11h43mim
Robério Pereira Barreto

quinta-feira, 24 de julho de 2008

EFÊMERO FULGAZ

Das mãos fugazes do amor
Saem tentáculos sedutores
Que nos apertam com fervor,
Sufocando o peito com grande dor.

Na felicidade efêmera
Tudo se desvencilha ao primeiro
Sacrifício a ser enfrentando...

Nessa mão de mil tentáculos; ilusão
Somos abraçados e, às vezes,
Ainda há quem diga que isso
É parte de paixão.

Na paixão fulgaz da manhã
Sufocam-se os corações
Com falas vãs...

Porém antes de despertarem
São sufocados pela dor
Simples dizem: acabou!

24 de julho de 2008, 22h
Robério Pereira Barreto

sábado, 19 de julho de 2008

A DOUTRINA DEMAGÓGICA PARA AS MASSAS: MÚSICA CLÁSSICA NO SERTÃO

Estive pensando qual seria o assunto a ser tratado ao voltar minha prática de escrita neste espaço. Ei-la a seguir para reflexão: Hoje, fui surpreendido com a notícia de que teríamos um concerto em praça pública com um dos maiores nomes da área; Arthur Moreira Lima, solista de respeito nacional e internacional. Então, fui apreciar tal evento, surpresa maior foi ver na primeira fila, sentado em um banco simples, o governador do Estado. Então pensei: Nossa, Ele veio só para assistir a tão ilustre músico. Quanta honra, não é mesmo?
Sabemos que na sociedade atual, o comportamento dos homens é em grande parte determinado pela intenção e a integração de sua memória às suas experiências passadas, então estar sentado num banco simples na praça pública e assistindo a concerto ao piano, no qual o “cavalo de batalha” do solista era as composições Chopin, tenha sido um momento paradoxal para todos nós, inclusive para o Governador e as autoridades que o acompanharam, porque certamente esses não tiveram como a maioria da audiência, em sua comunidade a presença dessa cultura musical.
Mas, afinal quem era mesmo Chopin? Isso talvez tenha ficado na mente da maioria das pessoas que ouviam e assistia Arthur Moreira Lima interpretar belamente aquelas composições. (Frederic Chopin era filho do professor francês Nicolas Chopin, que dava aulas de língua e literatura francesas, e da pianista polonesa Justina Krazizanovska. Dez meses após o seu nascimento, a família foi morar em Varsóvia, onde transitava entre os nobres e a burguesia.Chopin teve uma infância culta. Aos seis anos passou a ter um professor de piano, Adalbert Zwini, que lhe apresentou as obras de Bach e Mozart.Seu primeiro concerto público ocorreu quando ele tinha oito anos. Na mesma época viu publicada sua primeira obra, uma polonaise. Prosseguiu conciliando seus estudos no Liceu de Varsóvia com as aulas de piano. Em 1825, apresentou-se para o czar Alexandre I. No ano seguinte ingressou no Conservatório de Varsóvia, onde iniciou seus estudos com o compositor Joseph Elsner. Em 1830, dias antes de eclodir a Revolução Polonesa contra a ocupação russa, Chpin resolveu deixar Varsóvia e partir para Viena, que vivia sob o regime autoritário de Metternich. Em julho do ano seguinte, Chopin seguiu para Paris, onde logo integrou-se à elite local, passando a ser requisitado como concertista e como professor. Nessa época conheceu músicos consagrados, como Rossini e Cherubini, e outros de sua geração, como Mendelssohn, Berlioz, Liszt e Schumann. Em uma de suas viagens pela Europa, em 1835, reencontrou Maria Wodzinska, que conhecera ainda criança em Varsóvia. Chopin apaixonou-se, mas, apresentando já os primeiros sinais de tuberculose, acabou rompendo o noivado por pressão da família de Maria. Em 1838 Chopin uniu-se à controvertida escritora Aurore Dupin, que usava o pseudônimo masculino de George Sand. O casal resolveu passar um tempo em Maiorca, mas o clima úmido da ilha piorou o estado de saúde do compositor. Em 1839, os dois voltaram para a França e em 1847 romperam definitivamente o relacionamento.No dia 17 de outubro de 1849, Frederic Chopin faleceu, aos 39 anos. Foi sepultado no cemitério de Père Lachaise, em Paris. Seu coração foi colocadodentro de um dos pilares da igreja de Santa Cruz, em Varsóvia, conforme o seu pedido.Chopin dedicou toda sua obra ao piano, com exceção de apenas algumas peças. Várias de suas obras têm influência do folclore polonês, como é o caso das mazurcas e das polonaises.)
Não dizer o que foi Chopin para música ou à humanidade não faz diferença diriam alguns, uma vez que a audiência ali se restringia a uma minoria escolarizada e que estava interessada não em contemplar aquele momento único na vida de muitos de nós, mas sim, de estar perto do poder e aproveitar a oportunidade para ser visto em alguma foto.
Isso, sem dúvida, torna o valor e a cultura clássica apenas um pano de fundo no qual se projetam interesses alheios à própria inserção das classes populares à cultura de elite.
Por fim, fica ao leitor a reflexão... Por que só agora Arthur Moreira Lima um piano na estrada, chegou a Irecê se o projeto é antigo?
Talvez a resposta esteja além da imaginação, porém Abraham A. Moles diz que todo item, todo átomo de cultura, é assimilável pelo ser humano em razão exclusivamente de sua importância fundamental e não em razão de sua dificuldade de apreensão;” (Moles, 2000, p. 86). então apreender o significado de tão importante evento em plena campanha eleitoral não será tão díficil! não é mesmo?

Bibligrafias consultadas

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u761.jhtm

MOLES, ABRAHAM A. doutrinas sobre a comunicação de massa. In. LIMA, Luiz Costa. Teoria da cultura de massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000, pp. 75-102.

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terça-feira, 15 de julho de 2008

NOTA AOS WEBLEITORES DESSE ESPAÇO

Prezados leitores,

Dirigo neste instante a todos aqueles que me dão a felicidade de acessar esse espaço e compartilhar comigo todos os escritos até então postados (mesmo que, às vezes, tenha me empolgado e cometido desvio da norma padrão, embora este espaço tenha si tornado um veículo público, quero lembrá-los que se trata de um diário, no qual publico todas as minhas idéias e opiniões). Então, em respeito a todos que me ouve-lêem quero avisar que estou passando por problemas estranhos as minhas vontades e, acima de minhas forças, portanto, informo a todos que em breve, poderei retormar minhas atividades normais e publicar poesia e textos que possam provocar reflexões a todos. Obrigado pela compreensão.

sábado, 12 de julho de 2008

NAS NUVENS...

Na grandeza da lua
Vejo a beleza sua
Desfilar aos meus olhos,
Que lânguidos apreciam-te.

Sob o orbe lunar passeias
Por entre sonhos infantes
A me guiar pelos campos
De lascívia a te desejar.

Nua flui entre minhas mãos
Como água que evapora
Sob o calor de verão.

Em desejo mil
Prendo-te em mim
Tal a nuvem que colhe para si
A última gotícula que insiste em fugir.


11 de julho de 2008, 00h19min.
Robério Pereira Barreto

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O VALOR DAS COISAS E DA ARTE NO CONTEMPORÂNEO

O que se segue é um experiência realizada pelo jornal The Washington Post cujo objetivo era colocar em evidencia o que de fato é a arte para o homem contemporâneo, que na correria do dia-a-dia não se dá ao trabalho de perceber a arte fora do espaço formal, isto é, para ser apreciada por ele, a arte deve estar tutelada pelas instituições formais, museu, teatro, galeria, etc. nem que para isso tenha que desembolsar fortunas por um instante de prazer. Entretanto, isso o fará diferente dos demais, pois poderá dizer nas reuniões socais que desembolsou uma pequena fortuna para assistir a este ou aquele artistas. Mas, se este artista estiver apresentando sua arte no espaço público e grátis, não será apreciado pois não lhe assegurará nenhum status. Então confiram o vídeo com apresentação de Joshua Bell no metrô de Nova York veiculado no YouTube: Joshua Bell insubway L'Enfant Plaza in Washington, D.C. In. http://www.youtube.com/watch?v=sn6KMSq_vaE e vejam como temos visto a arte de um ponto de vista tubular, isto é, valorizamos a arte que nos é oferecida pela grande mídia, mesmo que sua qualidade seja discutível. Assim concluímos que, para ser arte e darmos valor a ela, deverá está num contexto e, sobretudo, numa bela moldura.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

POR QUE NÃO DIZER A VERDADE?

Mais uma noite na escuridão
A mente não pára de pensar:
Por que não dizer a verdade
Se nosso mundo foi construído
Sobre os pilares da sinceridade?

Diz-me, agora a verdade
E deixarei de pensar em ti!
Para, assim libertaremos
Nossos corações dessa crueldade

Por que não diz a verdade?
Do jeito que tudo mal acabou,
Sinto que jamais a verdade gritou
Quando, no leito dizia
Que era todo meu amor.

Por que não diz a verdade?
Por quê?

10 de julho de 2008, 12h35min
Robério Pereira Barreto

terça-feira, 8 de julho de 2008

CONCUPISCÊNCIA

Ouço nos seus olhos um silêncio
cujo grito é agudo, porém cônscio
de que seu brado atinge-me o íntimo do ser.

Porque a fragrância de seu corpo inunda
meus olhos de desejo cuja lascívia
faz-me violentá-la com olhos impuros.

Com mãos cuja maciez lhe faz carícias
e, consequentemente, submerge-nos à lubricidade
do desejo conflituoso, porém nos conduz ao confronto final;
em que nossos corpos ruborizados se entregam ao incêndio da paixão.

Assim, derretem-se ao som de brados infinitos
em que à união de dor e prazer soma um só corpo,
fazendo com que os fluidos da vida escorram
graciosos e voluntariamente entre os últimos suspiros de amor.

O POETA NO CEMITÉRIO CIDADE

Madrugada Silêncio...
a cidade repousa
e seus moradores dormem
em suas tumbas modernas
preparando se para o dia seguinte
no qual se protegerão de si mesmos
dentro de seus caixões blindados e motorizados.

Enquanto isso seres se dilaceram
em compasso de espera
nas esquinas e avenidas da vida
procurando guarida nos braços do mundo
que em um segundo podem lhes tirar o direito
de respirar porque ao invés de prazer sentiu dor
levando à quebra do contrato regido por olhares
perdidos em meio ao desprezo
daqueles que buscam no dinheiro o valor
da vida e também do amor
medido e pago sem nenhum rancor.

A madrugada muda inerte
testemunha ocular
não quer tais segredos revelar
pois se falasse ninguém ia acreditar
porque no cemitério-cidade
os protegidos nas tumbas e caixões blindados
se preocupam em preservarem-se da maldade
posta à rua fruto da desigualdade.

OLHOS DA ALMA

Os olhos da alma são infinitamente fundos
E por isso ao mirar-te fico tonto,
Sentindo-me confuso ante as coisas mundo.

A luz dos seus olhos, oh alma límpida!
Apresenta-se para mim
Como as cores do arco-íris
Por detrás da nuvem
De chuva na tarde de outono.


Sou um louco
Que vive
As desventuras da vida;
Sou menino
Cuja inocência revela a carência;
Homem cuja maldade
Revela ao mundo a verdade
De quão duro é estar vivo
Na selva de hipocrisia
E mais valia!

La luz
la vida sin te
no tiene sentido para mí
y…
Por eso ayunque estoy aquí!

Mis ojos mareados
soy las marcas
de la ambición!

Mas sin ti
no voy conseguí
Vivir aquí.

Ahora voy buscarte
no infinito mismo que tenga
que encuentra la oscuridad.

SEIVA DA SOLIDÃO

A solidão é água de ribeirão
Que ao ser presa na concha da mão
Dá um jeitinho e foge entre os dedos
Procurando juntar-se ao mar;
Quebras as barreiras que há.

A prisão da alma por um amor
Malfadado é tentativa vã;
Controlar a vontade da alma
É sufocar o grito do vulcão roncador.

A solidão que há aqui
Tornar-se-á um furacão no devir,
Esperando você surgir diante mim
Com sorriso maroto no rosto
E balançar faceiros nos quadris.

Isso me tornará seu prisioneiro
À espera do encontro verdadeiro
Nem que tenha que viver na masmorra,
Onde a alma alimenta a solidão
Como se rega um jasmim.

Portanto, eu não vivi até aqui
Para deixar evadir-se de mim,
Por entre os dedos como seiva de capim
Que ao ser esmagado nas mãos
Geme sufocado até o fim.

VENDEDOR DE PAIXÃO

Solitário nas esquinas e avenidas,
ou acompanhado na multidão de bares,
está o vendedor de flores,
trazendo nos braços vários amores;
perfeitos e, às vezes mais que perfeitos
são lírios e margaridas.

As flores com seus perfumes
e cores se misturam
entre os sabores das paixões reais
e aquelas cuja formosura será despertada
no desabrochar de um copo de leite.

Os corações afloram diante da poesia
aveludada da rosa vermelha
e lírio cor de aquarela
que toca alma dos amantes
mesmo em momento de querela.

Oh, preciso comprar uma paixão
Para alegra meu coração!
Cadê o vendedor de flores
Que traz nos braços novos amores?

Quero o amor mais perfeito
Que dê a esse peito o pulsar
De infante diante da emoção primeira.

(...)

Sei que se não encontrar o vendedor
Posso ficar para sempre com a dor
De um amor que aos poucos se acabou.

A LITERATURA DE MATO GROSSO NO LIMIAR DA GLOBALIZAÇÃO

“Os sábios geralmente morrem como insensatos. Os tolos, ao contrário, morrem fartados de conselhos. Morre-se de idiotice quando se pensa demais. (...) Alguns sucubem por entender tudo, e outros vivem por não entenderem nada.” (GRACIÁN, Baltasar. Não morrer de ataque de idiotice in: Arte da Prudência, 2001. 57)


Sabe-se que a literatura em Mato Grosso tem dois momentos; antes e depois da divisão do Estado. Portanto, perguntar se existe literatura em nesse Estado é uma questão importante e que precisa de discussão ampla.
Segundo o que os estudiosos têm dito a quantidade de obras produzidas antes da divisão política-administrativa volta-se, sem dúvida, para o relato historiográfico no qual destacam-se os trabalhos de Rubens de Mendonça, História da literatura mato-grossense (1970), e Lenine Povoas, História da cultura mato-grossense (1982).
Para Magalhães (2001:15) este textos são, na verdade, fruto de uma compilação historiográfica do Estado. Portanto, qualquer pesquisador que queira entender os acontecimentos na literatura de Mato-Grosso deve lê-los, pois o mérito a eles atribuído é em virtude de fazerem uma relação minuciosa das produções literárias dos séculos XVIII e XIX.
A estudiosa ainda afirma que a História da cultura moto-grossense fornece informações sobre manifestações culturais que, certamente, conduzirá o pesquisador ao conhecimento da vida na sociedade da época.
Dessa maneira, pode-se dizer que a produção literária de Mato-Grosso, antes da divisão política (1977), e o Decreto que legalizou a separação é de 1979, era um misto de arte da palavra com história. “A nós interessa compilar a história da literatura de Mato Grosso buscando enfatizar as características estruturais e conteudísticas que a legitamam enquanto diferença no cenário literário nacional.” Afirma Hilda Magalhães.

Afinal, o qual é a posição da literatura de Mato Grosso no cenário literário nacional?

Antes de responder tal inquérito, faz se necessário esclarecer qual é a concepção que se tem sobre a literatura de Mato Grosso. Para tanto, empresta-se de Hilda Magalhães o discurso que afirma que é “literatura mato-grossense os textos escritos por autores que nasceram em Mato Grosso ou que nele residem (ou tenham residido), contribuindo para o enriquecimento da cultura do Estado.” (Magalhães, 2001, p. 18).
Com efeito, lembra-se que o pensamento da pesquisadora ao falar de literatura mato-grossense está baseando ainda no Estado indiviso, isto é, o Mato Grosso anterior à década de setenta.
A produção literária mato-grossense ainda não tem se mostrado suficiente para faz parte do cânone nacional. Contudo, tem se mostrado como elemento de compreensão das transformações da(s) cultura(s) do Estado. “(...) Quanto à variedade da produção literária mato-grossense, evidenciando a sua importância, enquanto diferença, no contexto literário nacional” pode-se dizer que responde às expectativas regionais.
De sorte que temos hoje, nomes que representam os Estado em concursos nacionais, tendo sido ganhador de prêmios importantes autores como: Hilda Magalhães Dutra, Aclyse de Matos, Lucinda Persona, etc.
Numa tentativa de responder a pergunta desse tópico, afirma-se que, a partir de 1970, foram desenvolvidas ações governamentais, cujo objetivo era criar e intensificar políticas que visassem o crescimento econômico do Estado. Dessa maneira, viu-se em um grande movimento migratório, destacando nesse contexto, o fluxo migratório do Sul, especialmente, sulistas.
No que se refere à cultura, comentar-se-ia que, nesse período a literatura e a cultura em geral tiveram grandes produções, porém foram suplantadas pela questão econômica, a qual deu ao Estado destaque no âmbito nacional. Tudo isso pode ser tributado ao “maciço investimento nos latifúndios, ao mesmo em que pequenos proprietários, sem acesso a financiamento, foram condenados ao empobrecimento” (Siqueira. 1990:196 apud Magalhães, 2001, p. 225).
Para Magalhães (2001:226), após a divisão, o Estado viu um momento de efervescência cultural, tendo no teatro um instrumento de divulgação social. Assevera-se ainda que nesse período surgiu também a criação da literatura infanto-juvenil. Ademais, apareceram produções poéticas que tinham, ou melhor, tem preocupações com os temas que universalizam a questão fundiária. (ver Matrinchã do Teles Pires, de Luiz Renato Pinto), bem como temáticas universais, por exemplo; o erotismo, a metalinguagem e os emblemas da pós-modernidade.

A arte regional na pós-modernidade

Na era digitação e na globalização, ainda é possível se pensar em arte regional? Bem, isso é uma questão reconhecidamente complexa, mas é passível de um consenso. Pois, José Nogueira de Moraes afirma que o termo regional é inadequado para a produção artística, visto que o significado que a arte e a literatura transmitem tem caráter universal.
Nesse mister, Nelson Brissac corrobora ao dizer que:

“Para artistas brasileiros contemporâneos, vivendo em metrópoles onde as arritmias da produção industrial e dos sistemas de comunicação são mais gritantes, nacional não se define pelo que se tenha de mais brasileirinho. Mas pela capacidade de tirar partido de uma condição especifica no concerto das contradições internacionais, operando as diferenças, os intervalos e as desproporções no interior do sistema, que às vezes aqui se fazem mais evidentes. (Brissac, 1996: 5-7) Apud Souza, 2001, p. 107).

O quadro poético de Mato Grosso, basicamente, está centrado nas questões apresentadas pelo articulista, sendo que o elemento responsável por isso, pode se dizer que ainda é e está relacionado com os acontecimentos políticos do fim da década de setenta – investimentos na construção de estradas e meios de comunicação fizeram a ligação das regiões do Estado e, também com o centro sul do país.
Para Bissac (1996:5-7), Os artistas ao produzirem suas poemáticas atuam como sujeitos ativos, que conseguem mesmo que deslocado do centro, produzem temas de caráter universais. Então, ouve-se o que ele nos disserta sobre a questão:

“Esses artistas indicam como alguém, embora localizado, conseguem ser universal. Situação que nada tem a ver com o apego a um lugar, a raízes provincianas. Trata-se de uma posição geográfica, uma inserção no mapa dos blocos e fluxos mundiais. Aqui, a geografia substitui a história, que fundava a tradição. No mundo da circulação generaliza, do predomínio da informação, não se tem mais passado. Apenas uma pontuação geométrica num campo sem profundidade. Onde tudo é movimento. Dinâmica que tende a abolir toda posição referencial, a convenciona relação centro periferia.” (Brissac, 1996: 5-7) Apud Souza, 2001, pp. 107-8).

A literatura de Mato Grosso absorveu nas últimas décadas alguns aspectos da pós-modernidade. Em uma palavra, temos em nossa produção poética; temas que tratam desde a epifânia (Lucinda Persona – Sopa Escaldante) até poema processo (Aclyse de Matos), que os coloca em posição de vanguarda na arte local.

Bibliografias

MAGALHÃES DUTRA, Hilda Gomes. História da Literatura de Mato Grosso: Século XX. Cuiabá: Unicen Publicações, 2001.
PEIXOTO, Brissac Nelson. Arte brasileira na era da globalização. In: Cultura Brasileira figuras de alteridade. Org. SOUZA MELO, Elaina Maria de. São Paulo, Hucitec, 1996, pp 107-12

segunda-feira, 7 de julho de 2008

AMBÍGUO CORAÇÃO

A cada manhã
Sinto que será
Mais uma luta para
O coração longe de você.

Ando pela casa e rua
E nelas há lembranças...

Levanto com pé direito
Para achar um jeito
De acabar com esse defeito;
Ainda lembrar-me de ti.

Esse ardor na alma
Parte em dois:
Um sente alegria na dor,
Outro brinda à liberdade...

07 de julho de 2008, 21h01min.
Robério Pereira Barreto

domingo, 6 de julho de 2008

RITUALIZAÇÃO DA CULTURA CONTEMPORÂNEA

No meio acadêmico o estudo da cultura brasileira passou a ser uma preocupação contemporânea. Tal procedimento se tornou uma atividade para entender os muitos motivos e caminhos que conduzem os grupos humanos às suas relações presentes e suas perspectivas de futuro.

“O desenvolvimento da humanidade está marcado por contatos e conflitos entre modos diferentes de organizar a vida social, de se apropriar dos recursos naturais e transforma-los, de conceber a realidade e expressá-la. A história registra com abundância as transformações por que passam as culturas, seja movidas por suas forças internas, seja em conseqüência desses contatos e conflitos, mais freqüentemente por ambos os motivos. (SANTOS, 1994, p. 7).

Pode-se ver que, atualmente, estudar as culturas brasileiras em suas peculiaridades é, sem dúvida, uma questão de construir as identidades nacionais. Em uma palavra, entender as culturas e literaturas mato-grossenses é, na verdade, uma necessidade imanente das sociedades pós-modernas.
Então, não se pode negligenciar que há traços e riquezas que a cultura brasileira pode nos revelar, pois, o Brasil é uma sociedade multicultural.

“A riqueza de formas das culturas e suas relações falam bem de perto a cada um de nós, já que convidam a que nos vejamos como seres sociais, nos fazem pensar na natureza dos todos sociais de que fazemos parte, nos fazem indagar das razões da realidade social de que partilhamos e das forças que as mantêm e as transformam. Ao trazermos a discussão para tão perto de nós, a questão da cultura torna-se tanto mais concreta quanto adquire novos contornos. (SANTOS, 1994, p. 9).

Com efeito, relacionar e, até mesmo, compreender as manifestações sócio-culturais com as várias classes e grupos que as constituem como cultura, é uma necessidade urgente, visto que nos queremos sujeitos ativos no processo cultural vigente. Então, sabe-se que a cultura de um povo constitui-se, principalmente, de sua arte e suas representações simbólicas.

Concepção básica de cultura

Segundo Santos (1994) a cultura pode ser entendida como a preocupação que os sujeitos têm com as existências sociais de suas realizações artísticas, econômicas e políticas. Entretanto, é importante destacar que estes processos nascem a partir da construção do conhecimento que indivíduos constroem ao longo de sua existência social.
Aqui, não se pode esquecer o papel que a culturas alternativas (literatura, música, artes, etc.) deram e dão à sociedade, contribuindo assim para o pensar a vida e as sociedades como um todo, visto que a vida e as ações dos sujeitos são enfatizadas, e que, segundo Santos (1994: 25) “tem por temas principais a ecologia, a alimentação, o corpo, as relações pessoais e a espiritualidade.”

Pluralidade e dialética na cultura

Para Bosi (2003:7), “a admissão do seu caráter plural é um passo decisivo para compreendê-la como um efeito de sentido”, cujo resultado é uma multissignificação; alterações e oposições no tempo e no espaço.
Nesse contexto, o indivíduo é o sujeito do código culturalmente instituído, uma que o seu raio de ação é delimitado pelas regras e, principalmente, pelas repressões criadas pelo grupo a que pertence.
Da Matta (1997: 219), corrobora ao afirmar que, numa cidade pequena não se usa essa forma de fuga ao mesmo ocorre em sociedades tribais, em que a posição numa se pertencer a determinada linhagem já definem a pessoa como possuidora de certas prerrogativas sociais”

As características entre indivíduos e pessoas na cultura contemporânea segundo Roberto Damatta:

Indivíduo
Pessoa
Livre, tem direito a um espaço próprio.
Presa à tonalidade social à qual se vincula de modo necessário.
Igual a todos os outros.
Complementar aos outros.
Tem escolhas, que são vistas como seus direitos fundamentais.
Não tem escolhas.
Tem emoções particulares.
A consciência é individual.
A consciência é social (isto é, a totalidade tem precedência).
A amizade é básica no relacionamento = escolhas.
A amizade é residual e juridicamente definida.
O romance e a novela íntima, individualistas (obra do autor), são essências.
A mitologia, as fromulações paradigmáticas do mundo são básicas como formas de expressa.

Bibliografias consultadas

BOSI, Alfredo. Cultura brasileira: temas e situações. 4. ed. São Paulo: Ática, 2002.
DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: Para uma sociologia do dilema Brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 14. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

RISCO DE PÓS-MODERNIDADE NA LITERATURA DE MATO GROSSO: GEREÇÃO DE 90

RISCO DE PÓS-MODERNIDADE NA LITERATURA DE MATO GROSSO: GEREÇÃO DE 90
Robério Pereira Barreto

O homem nasce bárbaro. Redime-se da condição de besta cultivando-se. A cultura nos transforma em pessoas; e tanto mais, quanto maior for a cultura. [...] Não é apenas a inteligência que devemos apurar, mas também nossos desejos e principalmente nossa conversa.
GRACIÁN, Baltasar. Cultura e esmero in: Arte da Prudência, 2001. 57)

Introdução

Oscilar entre o regional e o universal; esse é o caminho daquele que se interessa pelo estudo da literatura e cultura de modo sistemático, pois o imagético, lingüístico e, até mesmo o social, chega, às vezes, a ser enigmático. Portanto, os conceitos de arte e cultura a partir das teorias da pós-modernidade ganham campo e passam a abordar vários temas, observando é claro, as particularidades e as identidades de cada segmento.
Assim sendo, trata-se de buscar junto à produção literária de Mato Grosso na década de noventa, traços que apontem para o entendimento das teorias da pós-modernidade por parte dos autores – poetas e artistas – regionais, buscando assim, discutir as filiações, influências e tendências. Para tanto, elegrmod, a priori, como base de argumentação os pensamentos de Terry Eagleton, Antônio Candido e Afredo Bosi.
O pós-modernismo na visada de Terry Eagleton
Hoje, o conceito de pós-modernismo praticamente dilui-se em meio à diversidade das discussões acerca de sua aplicabilidade. Mas para fins didáticos, emprestamos aquele apresentado por Eagleton em As ilusões do pós-modernismo, 1998. “A palavra pós-modernismo refere-se em geral a uma forma de cultura contemporânea, enquanto o termo pós-modernidade alude a um período histórico específico.”
A definição do crítico nos remete à produção artística na década de 90, visto que a cultura no último decênio do século passado viveu várias vicissitudes. Nessa perspectiva convém apresentar o que Eagleton conceitua como pós-modernismo e pós-modernidade.

Pós-modernidade é uma linha de pensamento que questiona as nações clássicas de verdade, razão, identidade e objetividade, a idéia de progresso ou emancipação universal, os sistemas únicos, as grandes narrativas ou os fundamentos definitivos de explicação. [...] um conjunto de culturas ou interpretações desunificadas gerando um certo grau de ceticismo em relação à objetividade da verdade, da história e das normas, em relação às idiossincrasias e a coerência de identidades, (EAGLETON, 2001, p. 7).

Dessa forma, Eagleton leva à visualização de que o mundo da pós-modernidade pode ser visto com algo ainda discutível, ou seja, as sociedades ainda estão construindo seus paradigmas tanto sociais quanto culturais. Na verdade, a pós-modernidade caracteriza as culturas em virtude da efemeridade do mundo e da razão – sistemas sólidos.
Eagleton conceitua e discuti o pós-modernismo que, segundo ele pode ser entendido como uma questão híbrida, conforme segue:

um estilo de cultura que reflete um pouco essa mudança memorável por meio de uma arte superficial, descentrada, infundada, auto-reflexiva, divertida, caudatária, eclética e pluralista, que obscurece as fronteiras entre cultura elitista e a cultura popular, bem como entre a arte e a experiência cotidiana. O quão dominante ou disseminada se mostra essa cultura – se tem acolhimento geral ou constitui apenas um campo restrito da vida contemporânea – é objeto de controvérsia. (EAGLETON, 2001, p. 7).

Pode-se chamar dialético a este processo porque ele tem realmente se constituído numa integração progressiva da atividade teórica e filosófica da vida nas sociedades modernas, por meio da tensão entre a questão clássica e o estilo empreendido pela cultura de dada época e região.

Os primórdios da cultura e da literatura em Mato-Grosso
Imagine a força que pode ter um movimento que nasça a partir de uma radical segregação interna. Em uma palavra, pense o que pode se tornar para a cultura literária nacional no momento em que a arte a cultura mato-grossense virem à tona.
Não obstante isso, Antônio Cândido pondera sobre a literatura brasileira e afirma:

A nossa literatura, tomando o termo tanto sentido estrito quanto amplo, tem, sob este aspecto, consistido numa superação constante de obstáculos, entre os quais o sentimento de inferioridade que um país novo, tropical e largamente mestiçado, desenvolve em face de velhos países de composição étnica estabilizada, com uma civilização elaborada em condições geográficas bastante diferentes. (CÂNDIDO, 2000, p. 110)

Se se aplicar o discurso de Cândido à atividade cultura desse estado [Mato Grosso] certamente, encontraremos ressonância na formação da literatura no período pós-democratização, ou seja, atualmente, o estado abraça uma série de identidades, visto que o processo de colonização se deu com a abertura das fronteiras agrícolas.
No que diz respeito à posição geográfica, o Mato Grosso tem se mostrado importante para a economia nacional. Contudo, os investimentos em arte e cultura, ou melhor, na valorização dos aspectos culturais tem sido de maneira fragmentada, até porque, não tem sobrado tempo para se investir em cultura. “A cultura dominada perde os meios materiais de expressar sua originalidade” afirma Ecléa Bosi.
Essas palavras são de profunda reflexão, pois nos remete a uma discussão sobre o conceito de desenraizamento[1] cultural e econômico vivido nos dias atuais pela sociedade mato-grossense.
“[..] Se hoje se luta pela demarcação de territórios, pela autonomia cultural do indígena, é porque não existe um todo social de que ele participaria, mas uma sociedade dividida em antagonismos onde ele entraria fatalmente como presa. Isola-lo do predador é defesa de sua cultura e de sobrevida.” (Bosi, 2002, pp 16-7).

Os aspectos e conseqüências da colonização moderna de Mato-Grosso.

Estamos no início do século e no Mato Grosso e os flashes da imprensa nacional se voltam para divulgar os avanços da questão agrícola, que define paisagem econômica propícia para novos investimentos. Contudo, estes mesmos atos, diretos ou indiretamente relegam os aspectos da cultura do estado ao segundo plano.
Dessa forma, se ganha de brinde a reificação da marginalidade quanto à cultura nacional. Para Beatriz Sarlo (2002:7), este esquema é uma característica das sociedades contemporâneas, nas quais o aspecto econômico torna-se elemento de primeira linha. “(daí o caráter tributário de muitos processos cujos centros de iniciativa se encontram em outro lugar); e a solene indiferença com que o Estado entrega ao mercado a gestão cultural, sem estabelecer para si uma política de contrapeso.”
Como outros estados brasileiros, o Mato Grosso vive um clima do que se chama conseqüência da pós-modernidade, pois há uma fragmentação e certos elementos paradoxais em suas atividades sócio-culturais. Então vejamos: São várias chamadas reificando as ações do estado voltadas para o desenvolvimento econômico. Contudo, não se tem mostrado nenhum projeto nem para o resgate nem para a valorização das artes.
Então, como pensar em identidade cultural em sociedade plural, cujas ações estão voltadas para a exploração e acumulação? Para responder esta questão tomo de empréstimo o discurso de Ecléa Bosi, o qual oferece um entendimento do processo de colonização sofrido pelos Estados de fronteira agrícola, por exemplo; Mato Grosso, Goiás e Rondônia.

A conquista colonial causa desenraizamento e morte com supressão brutal das tradições. A conquista militar, também. Mas a dominação econômica de uma região sobre outra no interior de um país causa a mesma doença. Age como conquista colonial e militar ao mesmo tempo, destruindo raízes, tornando os nativos estrangeiros em sua própria terra. (BOSI, 2002, p 17).

Ela ainda corrobora dizendo: “No campo brasileiro a conquista acontece sob as forma de monocultura e pastagens. O arroz, a soja, a cana provocam tão forte migração de lavradores que constituem genocídio pelo número dos que vêm morrendo no caminho para o Sul.” (BOSI, 2002, p 17).
Sintomaticamente, a escola não tem penetrado nem aos valores culturais populares nem burgueses, visto que usa de paradigmas que não se aplica mais à sociedade pós-moderna, na qual o processo de hibridização tornou-se uma constante e tem conseguido transforma as identidades ao sabor das ideologias do sistema.
A exemplo disso, é o sentimento de culpa quando se discuti a identidade dos sujeitos e suas classes. Para Bosi (2002:21), a escola apela para sentimento de identidade pessoal e, automaticamente, exalta a força individual como sendo a melhor maneira de manter os créditos pelo sucesso – self your self ­-.
Assim sendo, procura despertar no sujeito o convívio com a cultura. Contudo, esta não é a local, mas sim, culturas distantes – outras regiões e até outros paises.
Bibliografias
BOSI, Alfredo. Cultura brasileira: temas e situações. 4. ed. São Paulo: Ática, 2002.
CÂNDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. 8. ed. São Paulo: T. A. Quiroz, 2000.
EAGLETON, Terry. As ilusões do pós-modernismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
SARLO, Beatriz. Cenas da vida pós-moderna:intelectuais, arte e videocultura na Argentina (trad.) Sérgio Alcides. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2000.
[1] Conceito usado por Ecléa Bosi no ensaio intitulado: Cultura e desenraizamento.

sábado, 5 de julho de 2008

SOPRO DA MUDANÇA

O vento da mudança
Sopra aos meus ouvidos
Lições de como viver feliz.

O vento da mudança
Canta uma canção de amor
Para minha alma alegrar
Com suave melodia do mar.

O vento da mudança
Traz-me alegria e bonança
Depois daquela tempestade
De orgulho e arrogância
Que feriu meu espírito
Com tamanha ignorância.

Agora, o vento da mudança
Sopra ao meu coração
As delícias da brisa leve
Que vem do horizonte,
E leva-me ao repouso
No leito aquecido; solidão.

05 de julho de 2008, 20h41mim
Robério Pereira Barreto

sexta-feira, 4 de julho de 2008

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ALUCINAÇÃO

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RESPOSTAS...

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quinta-feira, 3 de julho de 2008

ABRAÇANDO O VAZIO

Olhos fitos no céu
A desejar um sinal seu...

Estrelas brincam no universo
E vejo Alfa Centauro ao leu;
Meu pensamento ligado a ti
Prende a alma num mausoléu.

A luz no firmamento
Insiste minha alma iluminar,
Embora à sua abóbada
Não consigo mais enxegar...

Agora, tenho o vazio
E luz celestial para abraçar...


03 de julho de 2008, 22h02min
Robério Pereira Barreto

quarta-feira, 2 de julho de 2008

INFINDÁVEL DESGOSTO

A alma lamuria a solidão
Do amor passado a limpo
No calor da hora...

E agora nesta noite fria de sertão
Onde a friagem a pino
Endurece as veias do coração
E o sangue da saudade o congela
Sem gratidão.

Paralisada pela frialdade,
Alma desatinada vacila
Ao sabor do vento
E a cada sopro petrifica-se...


Em cachoeira, prantos
Tentam desenhar seu rosto,
Porém o que sai é o rascunho
Carregado de desgosto.

02 de julho de 2008, 23h30min.
Robério Pereira Barreto