terça-feira, 8 de julho de 2008

O POETA NO CEMITÉRIO CIDADE

Madrugada Silêncio...
a cidade repousa
e seus moradores dormem
em suas tumbas modernas
preparando se para o dia seguinte
no qual se protegerão de si mesmos
dentro de seus caixões blindados e motorizados.

Enquanto isso seres se dilaceram
em compasso de espera
nas esquinas e avenidas da vida
procurando guarida nos braços do mundo
que em um segundo podem lhes tirar o direito
de respirar porque ao invés de prazer sentiu dor
levando à quebra do contrato regido por olhares
perdidos em meio ao desprezo
daqueles que buscam no dinheiro o valor
da vida e também do amor
medido e pago sem nenhum rancor.

A madrugada muda inerte
testemunha ocular
não quer tais segredos revelar
pois se falasse ninguém ia acreditar
porque no cemitério-cidade
os protegidos nas tumbas e caixões blindados
se preocupam em preservarem-se da maldade
posta à rua fruto da desigualdade.

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