domingo, 6 de julho de 2008

RITUALIZAÇÃO DA CULTURA CONTEMPORÂNEA

No meio acadêmico o estudo da cultura brasileira passou a ser uma preocupação contemporânea. Tal procedimento se tornou uma atividade para entender os muitos motivos e caminhos que conduzem os grupos humanos às suas relações presentes e suas perspectivas de futuro.

“O desenvolvimento da humanidade está marcado por contatos e conflitos entre modos diferentes de organizar a vida social, de se apropriar dos recursos naturais e transforma-los, de conceber a realidade e expressá-la. A história registra com abundância as transformações por que passam as culturas, seja movidas por suas forças internas, seja em conseqüência desses contatos e conflitos, mais freqüentemente por ambos os motivos. (SANTOS, 1994, p. 7).

Pode-se ver que, atualmente, estudar as culturas brasileiras em suas peculiaridades é, sem dúvida, uma questão de construir as identidades nacionais. Em uma palavra, entender as culturas e literaturas mato-grossenses é, na verdade, uma necessidade imanente das sociedades pós-modernas.
Então, não se pode negligenciar que há traços e riquezas que a cultura brasileira pode nos revelar, pois, o Brasil é uma sociedade multicultural.

“A riqueza de formas das culturas e suas relações falam bem de perto a cada um de nós, já que convidam a que nos vejamos como seres sociais, nos fazem pensar na natureza dos todos sociais de que fazemos parte, nos fazem indagar das razões da realidade social de que partilhamos e das forças que as mantêm e as transformam. Ao trazermos a discussão para tão perto de nós, a questão da cultura torna-se tanto mais concreta quanto adquire novos contornos. (SANTOS, 1994, p. 9).

Com efeito, relacionar e, até mesmo, compreender as manifestações sócio-culturais com as várias classes e grupos que as constituem como cultura, é uma necessidade urgente, visto que nos queremos sujeitos ativos no processo cultural vigente. Então, sabe-se que a cultura de um povo constitui-se, principalmente, de sua arte e suas representações simbólicas.

Concepção básica de cultura

Segundo Santos (1994) a cultura pode ser entendida como a preocupação que os sujeitos têm com as existências sociais de suas realizações artísticas, econômicas e políticas. Entretanto, é importante destacar que estes processos nascem a partir da construção do conhecimento que indivíduos constroem ao longo de sua existência social.
Aqui, não se pode esquecer o papel que a culturas alternativas (literatura, música, artes, etc.) deram e dão à sociedade, contribuindo assim para o pensar a vida e as sociedades como um todo, visto que a vida e as ações dos sujeitos são enfatizadas, e que, segundo Santos (1994: 25) “tem por temas principais a ecologia, a alimentação, o corpo, as relações pessoais e a espiritualidade.”

Pluralidade e dialética na cultura

Para Bosi (2003:7), “a admissão do seu caráter plural é um passo decisivo para compreendê-la como um efeito de sentido”, cujo resultado é uma multissignificação; alterações e oposições no tempo e no espaço.
Nesse contexto, o indivíduo é o sujeito do código culturalmente instituído, uma que o seu raio de ação é delimitado pelas regras e, principalmente, pelas repressões criadas pelo grupo a que pertence.
Da Matta (1997: 219), corrobora ao afirmar que, numa cidade pequena não se usa essa forma de fuga ao mesmo ocorre em sociedades tribais, em que a posição numa se pertencer a determinada linhagem já definem a pessoa como possuidora de certas prerrogativas sociais”

As características entre indivíduos e pessoas na cultura contemporânea segundo Roberto Damatta:

Indivíduo
Pessoa
Livre, tem direito a um espaço próprio.
Presa à tonalidade social à qual se vincula de modo necessário.
Igual a todos os outros.
Complementar aos outros.
Tem escolhas, que são vistas como seus direitos fundamentais.
Não tem escolhas.
Tem emoções particulares.
A consciência é individual.
A consciência é social (isto é, a totalidade tem precedência).
A amizade é básica no relacionamento = escolhas.
A amizade é residual e juridicamente definida.
O romance e a novela íntima, individualistas (obra do autor), são essências.
A mitologia, as fromulações paradigmáticas do mundo são básicas como formas de expressa.

Bibliografias consultadas

BOSI, Alfredo. Cultura brasileira: temas e situações. 4. ed. São Paulo: Ática, 2002.
DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: Para uma sociologia do dilema Brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 14. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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