domingo, 25 de janeiro de 2009

ENSINO DE HUMANIDADES NA ESCOLA: RESGATE DA CRIATIVIDADE E CIDADANIA


Faz algum tempo que venho discutindo nos bastidores da Universidade e da Escola Publica onde trabalho, que o ensino de linguagem e, principalmente, das questões relacionadas à aprendizagem da leitura e da escrita por parte dos estudantes tanto do nível básico como superior deveria ser através da arte, literatura, pintura e humanidades. É senso comum encontrarmos em todas as salas de professores (inclusive já me flagrei fazendo isso), alguém está sempre falando que os estudantes não estão nem aí para aula, os conhecimentos que lhes transmitimos pouco importam, etc. Então, resolvi aprofundar na reflexão, e eis que cheguei ao seguinte entendimento. (claro que isso não é inédito). Tem-se muito estudante louco por leitura e que produz textos significativos, contudo, não é a tipo de texto reconhecido pela instituição escolástico e, portanto, não é certificado como tal. Por isso, eles não se interessam por tal prática, ou seja, por mais que leiam e produzam não lhes damos os devidos créditos, porque estamos pautados em tipologias e regras de leitura e produção textuais do século de Anchieta, que não mais acompanham a evolução do pensamento do estudante da era digital.
Nesse contexto, surge a pergunta: qual é a sugestão para resolução de tal problema, gênio? De acordo com os ensinamentos que realizamos em relação ao plano da leitura e escrita em todos os níveis educacionais, tanto na “esfera publica” como particular, uma coisa é certa; estamos fadados ao fracasso como professores! Mas nem tudo está tão ruim assim. Porque vejam: a minha idéia (brilhante). Se a filosofia da escola de ensino básico é formar estudantes para o mundo da linguagem e suas complexas relações com a mídia, então, a melhor forma é conduzi-lo a esse universo, usando as “armas” do inimigo onipresente; a mídia, através da exploração da criatividade deles, pois, esses cidadãos têm muito a nos informar e surpreender. Para tanto, basta incentiva-los no que eles têm de melhor, capacidade de invenção. Veja os exemplos da linguagem internética!
Ainda mantendo a provocação inicial, considero uma perda de tempo e dinheiro, a criação inócua dos chamados “cantinhos da leitura” nos quais temos de tudo – almofadas, pufes, paredes decoradas, etc., contudo, tal espaço é guardado a chave e o protagonista nunca está em ação, estudantes escolhendo o que quer ler. Ao contrário, quando os sujeitos têm acesso a esse espaço, estão acompanhados de um professor que, por sua vez, dirige as atividades conforme seu gosto pessoal, ou do programa didático instituído pela escola. Para completar o princípio de discórdia (sei que alguns ao lerem este texto - se é que lerão – encherão minha caixa postal de impropérios, mas não tem problemas, estou acostumado com o rótulo de provocador).
Na verdade, tem-se nas escolas de ensino básico, a famosa prática – estudante que aprender rápido o raciocínio linear do professor e fica “bagunçando” em sala de aula deve ir à biblioteca. Graças a Deus! Feliz daquele que tem como castigo, ficar horas junto a vários pensadores, artística, críticos, etc. seria ótimos os resultados se todos os professores que não conseguisse atenção dos estudantes dessem a esses, o castigo da biblioteca, certamente teria um número maior de leitores competentes e capazes de entender a homem e a sociedade na qual atua.
Diante de tamanha provocação, exponho a seguir a idéia base desse ensaio: minha tese é de que esse modelo educacional arcaico está falido faz um tempo considerável, sobre tudo no que diz respeita ao ensino-aprendizado de língua materna. Os profissionais formados no curso de licenciatura em letras e pedagogia deveriam se interessam em conhecer e dominar a linguagem das grandes obras de arte – literatura, pintura, teatro -, as quais, por sua vez, estão repletas de ensinamentos históricos, linguísticos, literários e culturais.
Para tanto, seria necessário criar mecanismos que acabassem com essa estrutura de aulas segmentadas – Português, Matemática, História – como se cada uma fosse objeto estranho e que após a saída do professor da sala de aula, o estudante deve guardar em sua caixinha as informações que lhe foram oferecidas, para daqui a uma semana resgatá-lo. Calma! Já explico como esses mecanismos seriam criados. Se a idéia da educação básica é formar cidadãos capazes de se relacionarem com seus iguais e produzirem conhecimentos por meio da aquisição da linguagem, tendo como mediador a língua. Então, vejam: pode-se instituir na unidade educacional que, durante o ano letivo, todos os profissionais da educação estarão envolvidos num projeto, o qual tem como objetivo a montagem de uma peça teatral, sendo que para isso, os conteúdos a serem ministrados aos estudantes devem referir-se a tal proposta. Dizendo de outro modo; o professor de língua materna apresentará aos alunos textos fundamentais da literatura dramática universal e os princípios da leitura e escrita da peça teatral, com quais eles desenvolverão suas atividades, tendo na reescritura a consolidação dos princípios da língua em suas variantes culta e popular; o professor de matemática trabalhará de maneira idêntica, adequando os conteúdos da disciplina ao estudo das dimensões do palco, bem como os fundamentos da geometria, criando expectativas para a montagem do palco – calculando área, quantidade de madeira, tinta, assoalho, etc. seriam necessários para tal construção -; a disciplina de Química e Física terão seus programas baseados nas cores e sentidos atribuídos aos elementos que comporão os cenários e; a Educação Física e Artes trabalhar-se-ão as linguagens corporais e níveis de corporeidade, possibilitando assim a comunicação expressiva do estudante com o saberes e colegas quando da produção e montagem da peça.
Ufá! Como seria bom se realmente tivéssemos alguém que comprasse, ou melhor, roubasse essa idéia e colocassem em ação, porém, creio que alguns ortodoxos dirão: essa só mais uma esquisitice, não dará certo. O pior é que haverá quem afirme que essa idéia só aumentará a indisciplina dos estudantes, escola será uma bagunça! Antecipando-me digo: Não será, ao contrário, teremos estudantes mais interessados nas aulas, até porque será uma forma de valorizar o conhecimento e capacidade de criação que eles têm e nós com nossas soberbas e paradigmas arcaicos os impedimos de mostrar.
Para concluir, reafirmo; está na hora da escola se tomar iniciativa e buscar junto com seu quadro docente e discente inovações no campo do ensino-aprendizado, porque se continuar nesse marasmo estará fadado à derrocada total. Acordemos todos para as novas exigências da sociedade contemporânea, na qual a formação do homem moderno está além das recomendações contidas nos manuais de leitura e escrita. Hodiernamente, a comunicação se dá necessariamente por meio das imagens se símbolos convencionalizados pelos sujeitos da linguagem, na qual a comunicação se processa no plano da criatividade lingüístico, histórica e identitária, dando a cada um, perspectivas diferenciadas. Enfim, com a decisão os interessados em mudar esse quadro patético que nos apresentado pelos institutos de pesquisa quando se referem à questão educacional do país. Ah, lembre-se não estou dizendo para se fazer mágica ou pacto de mediocridade, conforme a expressão: vamos fingir que ensinamos, porque eles também fingirão que aprenderam e daí continuamos no mesmo zero a zero.
Bibliografia:
MORIN, Edgar. A religação dos saberes: o desafio do século XIX. 4. ed. São Paulo: Bertrand Brasil. 2004.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

PEGADAS

Sob seus pés macios
Desfilo como a onda
Que acaricia a face
Da praia no luar.

Voluptuoso como ondas
Que vêm do mar ansioso
Beijo-te com fervor.

Sentindo a maciez desse pisar
A alma se entrega ao deleite
De essa amar sem se apressar.

Cada passo suavemente seu
Leva-me ao delírio
E, em compulsão te recebo
Em mim sem pressa, feliz.

23 de janeiro de 2009, 22h04min.
Robério Pereira Barreto

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

SUOR

A seiva desse amor
Espalha-se pelo mundo
No calor e cheiro de suor
Espargido ao vento...

Delirantes no mormaço
Da paixão sem fim...
Faltam palavras e,
O silêncio nos fala
E rimos à toa.

Olhares fitos descortinam
A nudez da alma...

Despidos e exalando odores
Nossos corpos tornam-se
Um só ser derretendo
Nos seus próprios calores.

20 de janeiro de 2009, 23h56min.
Robério Pereira Barreto

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

RASCUNHO

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

TRASPASO

Planeando entre flores del campo
Mi corazón búscate en el perfume
Despegado de rosas rojas
En el jardín de la pasión
Tal polilla en metamorfosis
Desacoplando sus partes la tierra.

Otro hombre, pienso remontarme
De los pedazos salidos de mi alma
Cuando se negó a sosegarme
En su corazón deliciosamente fragante.

Reuniendo mis restos en nuevo ser,
Voy volar al infinito al encuentro
Del jardín celeste, donde mi alma
Jamás separarse del corazón
Y juntos surgirán fuertes
Para posar en otro jardín.

15 de enero de 2009, 22h32min.
Robério Pereira Barreto

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

OLOR DEL AMOR

No fue accidental que nuestras
Almas se juntaran…
Hoy pintan bello cuadro
Con recónditas imágenes y sueños.

Alrededor de nosotros
Paz, amor y alegría
Constituyen la red de caminos
Donde despegados después de amar
Somos seducidos en la fogosidad
Volamos como pluma suelta al viento.

Cansados de amar fijamos los ojos
Silenciosamente al cielo
Procurando por estrellas
Que esfumándose aclaraban
Pensamientos aún llenos de placer.

Reducidos a nubes sueltas
En cielo repleto de encantos
Cuando aún en el catre celeste,
Fijábamos nuestro olor de placer
En el alma e corazón…

13 de enero de 2009, 21h26min
Robério Pereira Barreto

SONRISA DEL LUNA

La luna en cielo tiene ahora
Como compañeras estrellas
Radiantes tal su sonrisa
En su bello semblante.

El reflejo de esa alegría
Mancha mi espirito de paz
Y corazón de desierto.

Mirar la luna lleva el alma
Al escapismo con fuerza
Del viento tardío en la tarde.

El albor de la luna
Confundirse con irradiación
De su carisma cuando juntos
Habemos otra noche
De luna harta en cielo.

13 de enero de 2009 20h05
Robério Pereira Barreto

EN FINAL

Mírate el cielo, una luz en Gaza
Y un clarín llámate diciendo:
Es el final de los tiempos
Están queriendo matar todos
Con sus bombas Israelitas.
¿Hacen eso por qué?
Somos hijos de mismo Dios.

13 de enero de 2009. 09h05min
Robério Pereira Barreto

domingo, 11 de janeiro de 2009

FORO ÍNTIMO

À Porta de seu coração bati
E, não tendo a chave para abri-lo
Naquele momento, à espera fiquei.

Passados tempos, a li fiquei
Com a firmeza da alma e coração
Ficados na esteira da paixão
A ti dedicada, esperei dar-me
A chave da porta de teu coração.

Chave à mão e coração pulsante
Penetro-te com a leveza da pluma
E a firmeza de um punhal sua alma
Em busca de mim mesmo...

Estanque frente à porta de sua alma,
Perdido na espera...
Esqueci-me de mim.

Na latente calmaria da esperança
De que para mim entregaria a chave
De sua porta sem permissão
Seu íntimo invadi.

11 de janeiro de 2009, 22h04min
Robério Pereira Barreto
Foro íntimo

AFOGADIÇO

No suor de nosso amor
Nos afogamos em prazer
E, ardendo em chamas,
Queimamos corpos e almas
Na lareira da paixão.

No abafadiço da alcova
Respirando boca a boca
Revivemos em longos beijos
O calor de alegrias...

Salvos das chamas de tão
Fumegante vulcão, nosso tesão.
Ainda em compulsão do deleite
Preguiçoso nas carícias quentes
Deleitamos-nos em paixão.


11 de janeiro de 2009. 19h55
Robério Pereira Barreto

sábado, 10 de janeiro de 2009

SIGLO XXI: ¿POR QUÉ EL EXPIRACIÓN DE LOS HERMANOS PALESTINOS?

Hace siglos que tenemos noticia de que nuestros hermanos palestinos son víctimas de los ataques violentos de parte de Israelí. Ahora, nos presentan una guerra sin ninguna razón clara, victimando así niños e niñas que aunque non tiene condiciones de defenderse de los ataques militares de Israelí.
En realidad, el pueblo palestino que vive en Gaza, es victima de su condición miserable y también geográfica. En esto todo hay una cuestión compleja: La resolución de la ONU no ha sido respectada por los comandantes de Israelí, ¿Cual será la razón de existir tal órgano se no se sieguen lo que determinan su comando? Pero no creo que esta sea preocupación sólo de mi parte. Sin hablar en cuestiones humanitarias, puesto que jamás el pueblo palestino fue respectado en todos los sentidos.
Si se deseara señalar una fecha al cambio que sobrevino en el campo de la historia del pueblo palestino en este siglo, no sería del todo desacertado decidirse por 2009, el año en que niños e niños fueran muertos por acciones del ejército de Israelí. Hay también que decir que los motivos para esta tragedia no son clarificados en los jornales internacionales de televisión.
Es verdad que una guerra no puede ser vista como un hecho bueno, pero hay sospechas que se trata de un extermine étnico, todavía es más difícil sin tener ocurrido investigaciones bastante sencilla. Hay también que protestar porque Banda de Gaza ha sido utilizada por equipos no buena intencionadas, y esto lleva Israelí hacer ataques donde niños e niñas inocentes mueren todos los días. Creo que no exista algo que puede justificarse las muertes del pueblo palestino, resulta obvio que esta guerra es desigual, en Palestina inocentes son victimas de ataques militares tecnológicamente organizados, entonces es masacre no guerra.
Nosotros, brasileños ciertamente tenemos dificultad de comprender las muchas razones de esos acontecimientos, una vez que somos pueblos pacíficos y convivimos respectando los hermanos que aquí llegan con sus tradiciones religiosas, política y cultural.
Quién sabe lleguen en los corazones de los jefes palestinos e israelitas la luz de esperanza para que el pueblo tenga paz y lejos de problemas caminen por las calles sin medo y los niños e niñas abran sonrisas bellos como la claridad de la sol de mañanas del Oriente.
De hecho, esta es mis deseos para que la paz sea real para palestinos e Irealistas, puesto que la guerra es la forma más miserable para la resolución de conflictos entre naciones. ¡Paz en el Oriente!

10 de enero de 2009, 18h
Robério Pereira Barreto

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

FLAMEJANTES LÁBIOS

O chamejar do seu baton
Ao ser umedecido por sua língua
Que ao passear sobre lindos lábios
Despertam a minha boca;
A desejar beijos seus.

Beijos que há tempos quis
Para alimentar a alma
Que, moribunda esteve escondida
E agora com seu ósculo
Renasce para vida...

Renovado pelo toque mágico
Que há no brilho desses lábios,
Caminho nas manhãs como se
A procura estivesse do chamejar
De sua boca para em beijos ímpios
Essa alma libertar.

08 de janeiro de 2009, 23h25min
Robério Pereira Barreto

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

PASSEIO DE DOMINGO

Foi um sonho a gente andar juntos
Mesmo com o sol queimando nossas faces,
Caminhamos abraçados como se no inverno fosse.

Aquilo parecia o sonho que meu coração quis;
Arrepiado no calor daquele abraço
Sentiu-se imensamente feliz.

Hoje, parece que tudo se perdeu
E meu coração sofrendo não esqueceu
De que tudo foi sonho...
Como gelo no calor derreteu.

Passear sem você não dá
E meu coração não é forte
Para sem você caminhar.

07 de janeiro de 2009, 22h04min
Robério Pereira Barreto

FERIDAS

Suas marcas ficaram em mim
Como pegadas na praia
Feitas depois da onda caminhar
Sobre a areia molhada.

Marcado, o coração sente...
E, lembrando o que aconteceu
Entre nós; chora toda vez
Que a memória o trai;
Lembrando dos momentos de amor.

Cada lembrança é brasa
A tocar nas cicatrizes que seu
Carinho e prazer deixaram...

O remédio a curar essa dor
É o bálsamo do tempo
Que tal a onda que volta, apaga
O seu nome que desenhei na areia.

07 de janeiro de 2009, 17h30min.
Robério Pereira Barreto

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ENSINO-APRENDIZAGEM DE LE E A EDUCAÇÃO PROGRESSIVA DE PAULO FREIRE


Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprender ensina ao aprender. FREIRE

Resumo: Este texto nasce de inferências iniciais da leitura de Pedagogia da autonomia. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004, de Paulo Freire. Freire, na verdade, é na opinião da maioria dos educadores brasileiros o maior e, talvez, o mais humano dos intelectuais de sua época, pois dizia ele acreditar e gostar de “gentes”. Assim sendo, far-se-á um diálogo inicial com Freire à medida que se direciona as compreensões de sua pedagogia à práxis docente em LE nas escolas públicas, tendo com sujeito dessa reflexão, o estudante-estágiário.

Palavras-chave: Educação; Ensino-Aprendizagem de LE; Paulo Freire.


Este texto nasce de inferências iniciais da leitura de Pedagogia da autonomia. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004, de Paulo Freire. Na verdade, Freire é na opinião da maioria dos educadores brasileiros, o maior e, talvez, o mais humano dos intelectuais de sua época, pois dizia ele acreditar e gostar de “gentes”.
Acredita-se, antes de qualquer coisa que a obra de Freire é um legado e, portanto, conhecê-lo é uma obrigação. Dessa maneira, inicia-se aqui tal ideário, visando, com isso, entender os por quês de nossa sociedade ser tão complexa e desigual no que se refere aos problemas enfrentados pelos profissionais da educação para assegurar o acesso e a permanência dos sujeitos das classes subalternas à escola, lugar de aprendizado e relações entre mundo social, político e cultura de cada um dos atores educacionais.
Nesse viés, faz-se um recorte rápido para o ensino de línguas materna e estrangeira, destacando a LE, pois esta é considerada pela maiorias dos professores uma questão complexa, posto que os estudantes não se interessam muito pelos saberes possíveis de se adquirir à medida que se aprende uma segunda língua. Assim sendo, far-se-á um diálogo inicial com Freire à medida que se direciona as compreensões de sua pedagogia à práxis docente em LE nas escolas públicas, tendo com sujeito dessa reflexão, o estudante-estágiário.
Para Freire (2004, p. 38) “é fundamental na prática da formação docente, o aprendiz de educador assumir que o indispensável é pensar certo...” Ainda segundo Freire “é preciso, sobretudo, e ai já vai um destes saberes indispensáveis que o formando, desde o princípio mesmo de sua experiência formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção.” (FREIRE, 2004, p. 22).
O ensino de língua coloca problemas específicos ao docente, de modo que sua resolução se dá de acordo com o lócus e sujeitos envolvidos na aprendizagem. Dessa maneira, o estudante-estágiário localiza-se diante de cada situação de ensino-aprendizagem requerido pela comunidade na qual ele pretende atuar com sujeito transformador da práxis existente.
Nesse sentido, o ensino de línguas estrangeiras é um dos domínios do vasto campo das ciências da linguagem que enfrenta, ainda hoje, um problema de identidade. Embora o PCN-LE deixe claro sua importância para o desenvolvimento sócio- lingüístico dos estudantes, uma vez que é a partir da aquisição de uma segunda língua que os aprendizes ampliam seus horizontes culturais nesse mundo contemporâneo cheio de diálogos entre as múltiplas linguagens das culturas globalizadas; ainda há resistência por parte do alunado das escolas públicas. Portanto, nas palavras de Freire, conforme seguem o estudante – estagiário que pretende atuar de maneira transformadora deve sempre levar em conta que:

Nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e de outro, sem o reconhecimento do valor das emoções da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. (FREIRE, 2004, p. 45).

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. (FREIRE, 2004, p. 39). Logo, o estudante-estágiário precisa se convencer de que sua ação pedagógica pauta-se na reflexão de que o ensino de LE nas escolas brasileiras tem enfrentado grandes dilemas, posto que se trate de uma disciplina na qual os saberes até então têm se pautado na transmissão do conhecimento gramatical, o qual vem sendo apresentado no ensino-aprendizagem de LE na atualidade como a principal maneira de se aprender LE.
Isso sem dúvida contraria o pensamento de Freire: “A força criadora do aprender de que fazem parte a comparação, a repetição, a constatação, a dúvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeitas, que supera os efeitos negativos do falso ensinar. (FREIRE, 2004, p. 25). Isso ocorre segundo Freire (20004) numa perspectiva progressista de educação, na qual o aprendiz é levado a construir em conjunto os demais atores educacionais seus saberes. Nesse sentido há razões ideológicas que perfilam os saberes na sociedade contemporânea e os promovem ao status de segregação, posto que, o conhecimento quando se é imposto, logo ocorre à fissura dos sujeitos sociais que o realizaram.
Em realidade, é assim que tem sido a práxis dos professores de LE, sobremodo, nas escolas públicas brasileiras que, só recentemente, passou a receber livros didáticos de língua inglesa.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.