quarta-feira, 1 de agosto de 2007

MORIBUNDO


MORIBUNDO
(Robério Pereira Barreto)

Que os raios amenos
dessa última aurora de primavera
aqueçam-me meu rosto;

Tal o beijo do amante
na face rubra da donzela
ao ser surpreendida na janela;

Que o sol dessa manhã
Mantenha-me vivo,
embora meu semblante
sinta-se morto
e meu espírito moribundo;

Que o torpor do meio dia
dispa-me o corpo com galhardia,
deixando-me exposto às feridas...;

Que as margaridas
no canteiro solitário da avenida
exponham-me sem medo;

O precipitar da tarde
leve-me ao encontrar da liberdade...
entretanto é no crepúsculo
que mais final maldito se anuncia.

Um comentário:

Unknown disse...

Este poema, realmente mexe com a alma, pois parece q são meus sentimentos q estão alí escritos...
ADOREI!