segunda-feira, 9 de julho de 2007


CARTA À SOLIDÃO


Eis me aqui nesse vazio e solitário recanto a lembrar-me de ti inesquecível solidão. Na paixão das lembranças de nossas entregas, meu peito arrefece e, sufocado nas cachoeiras de saudades dilata-se ao mesmo tempo que aperta o coração; Choro! Então, solidão, escrevo a ti sob ópio do separação que, tomando aos poucos meu ser e alma, traz-me a sensação de querer possuí-la sem devoção. Nossa, estou aceso. Parece que lhe ouço gemer de gozo e, em volúpia infernal crava em mim unhas sacrificiais, fórceps que tira das entranhas o filho que, por teimosia agarra-se a sua mãe e não quer nascer; medo da separação! Aos gritos, clamo querendo senti-la mais profundo em dor e prazer.

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