sábado, 28 de julho de 2007

ARQUEIRO DO AMOR


ARQUEIRO DO AMOR

Ao dardejar o olhar na sua direção
a tua indiferença dá sinal de que
a sua vaidade só aumenta o meu desejo
e, assim, me esmero para acertar-lhe o alvo,
para não lhe dar chance de proteger o coração.

Como arqueiro do amor
busco na penumbra de seu olhar
um fio de luz que me guie
entre os meandros de sua alma obscura,
para que, com a precisão de um cirurgião
possa o alvo de sua paixão acertar.

Ah! Certamente não resistirá
e num sorriso largo se entregará aos meus acalantos,
esmaecendo-se com o perfume que trago guardado no meu ser
Que há muito tempo é exclusivamente para você.

Ao me aproximar de teus lábios
e contagiar-me com o cinábrio deles
que, tal qual fruta madura e sumosa,
implora para ser abocanha em seu estado natura.

Dai no meu peito sinto o coração em disritmia
como criança fagueira que corre alegre
depois de se recompensado ao final da aventura
e como o prêmio tem um sorriso cuja magia
o torna um vencedor, embora seu corpo ainda
persista as marcas e dores símbolo de vencedor.

Robério Pereira Barreto, em manhã de agosto de 2006.

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