sexta-feira, 25 de junho de 2010

CIBERESPAÇO: FELICIDADES E ANGÚSTIAS

Sabe-se que a internet tem nos feitos infelizes e maravilhados ao mesmo tempo. E mais: estar conectado é viver a concorrência de uma vida cheia de aproximações e distanciamentos. Isso sem dúvida promove momentos de felicidades; todos se animam ao encontrar via Orkut um amigo ou parente que fazia muito tempo que estava fora de contato. Isto também causa angústia por que, às vezes, faltam condições financeiras para que se faça viagem ao encontro do ente querido.

Por outro lado, a internet tem sido uma maneira de se ler e escrever de maneira espontânea, divertida e intimista. Mário Prata (2006) escreveu na crônica "Amor só de letras" que a internet possibilita a produção e a socialização de sentimentos por meio da escrita.

E descobri, muito feliz da vida, que nunca uma geração de jovens brasileiros leu e escreveu tanto na vida. Se ele fica seis horas por dia ali, ou ele está lendo ou escrevendo. E mais: conhecendo pessoas. E amando essas pessoas. Jamais, em tempo algum, o brasileiro escreveu tanto. E se comunicou tanto. E leu tanto. E amou tanto. (PRATA, 2006).

    Nesse aspecto de comunicação instantânea as Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs – tendo na internet uma maneira de se encontrar virtualmente com os seus pares. É importante compreender que a escolha dos interlocutores nesse processo comunicativo é extremamente severa. Isso significa dizer que ambos precisar estar em acordo, e se exporem às exigências de linguagem e imagem na rede.

    A exemplo da expansão do modo de comunicar e amar que, segundo Prata (2006) é uma necessidade da vida moderna em que as tecnologias se fazem estruturantes e, por conseguinte, essencial às relações sociais na rede.

domingo, 20 de junho de 2010

EDUCAR NA CULTURA DAS TICMDs

Sabe-se que a educação ocorre em todos os lugares e por vários meios. Destaca-se, hoje, que a educação também promovida no âmbito das tecnologias e mídias digitais, posto que as crianças e adolescentes estejam em contato direto e em tempo real dos acontecimentos nas mídias. Assim, destaca-se a supremacia dos meios de comunicação de massa, nos quais tudo é transformado em bens de consumo. Com isso, pode-se pensar que há educações sendo veiculadas por meio das redes sociais criadas nas mídias digitais, especialmente na internet.

Nesse espaço há questões a serem postas em destaque. O quê? Como? Por que se deve pensar em novos modos de se fazer educação numa cultura em que existe a supremacia das tecnologias da informação, midiática e digital? Quais identidades vêm sendo colocadas como objetos de uma política educacional de inclusão de grupos subalternos à cena da produção e socialização de saberes culturais e coletivos nas mídias?

No campo do consumo, as mídias têm desempenhado papeis educativos bastante interessantes. Isso sem dúvida tem ou deveria conduzir a uma nova maneira de se fazer educação, visto que a maioria dos sujeitos envolvidos no processo educacional são consumidores desde imagens até desejos inatingíveis. “Hoje vivemos outros tempos, e o consumo assume nas sociedades atuais não só a função de suprir necessidades, mas também, entre outras, a de identificador social.” Afirma Patrícia Ignácio ao mostrar como as crianças vivem e constroem suas identidades e, consequentemente, são educadas na sociedade de consumo.

Nessa perspectiva, Canclini (2006) ao tratar das questões relacionadas à mediação que as mídias possibilitam, pondera que o valor dos objetos a que estes indivíduos se vinculam é, fruto das mediações socioculturais em que são e estão indiciados os modos de se fazer a educação. Em outras palavras, é por meio de uma educação volta para o reconhecimento do significado social e cultural dos objetos adquiridos pelos sujeitos que se tem a ideia de pertencimento dos indivíduos e seus grupos sociais.

Essa distinção social, associada à posse de objetos, acionada a teia articulada para a captura de consumidores e movimenta cifras astronômicas mediante o enredamento de milhões de sujeitos que vivem em busca de imagem pública e aceitação social. (Ignácio, 2009, p. 48).

Estas constatações possibilitam reflexões no sentido de se compreender a forte relação entre educar para e na época da supremacia das Tecnologias da informação e das mídias digitais. Estas por sua vez são espaços de aprendizagem e modos de consumo que a escola precisa ver como lidar com esse processo de construção dos sujeitos social que, no ato e desejo de consumir não aplica de maneira ordenada os saberes oferecidos pela escola. E mais: admite-se que a relação entre o modo de educar da mídia é basicamente suportado pela ambiente escolar, por que é na escola onde se estabelecem as relações de poder, identidade e cidadania, sendo estas em virtude do tipo de objeto que se usa.



sexta-feira, 18 de junho de 2010

SARAMAGO VAI AO ENCONTRO DE DEUS

Saramago considerado por muitos críticos e leitores, dentre estes últimos prefiro ficar e dizer que tratou-se de um escritor corajoso e com estilo provocador, sobretudo ao questionar de maneira bastante premente o modo como a cultura judaico-cristã conduzia a vida da sociedade moderna.
Enquanto crítico literário é interessante afirmar que Saramago vivenciou todas as transformações ocorridas na sociedade contemporanea. Certamente isso lhe deu subsídios para se posicionar enquanto observador e, em seguida, narrar a seu modo, uma vez que a comunidade que relatava via e viver com visão turva para os acontecimentos cotidianos.
Saramago conhecido por seus ideias politicos e sociais sempre levantou a voz contra as injustiças, os grandes poderes econômicos, vindo a colocar em sua vozes de segmentos alijados. Nesse contexto, era irônico com os encaminhamentos feitos pela Igreja, visto que em seu último romance Caim - 2009  tece pesadas críticas à Igreja, vindo a ser mais uma vez criticado pelo poder eclesiático.
"estamos afundando na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista ou é estúpido,ou insensível ou milionário," afirmou Saramago em dezembro de 2008 ao lançar o seu livro "As pequenas memórias" na qual expoe suas vivências na infância. Vivendo sempre esses dilemas contidianos Saramago agora deve conversar com Deus em uma longa audiência para que tudo fique esclarecido para ambos o que certamente será transformado em grande romance em a personagem principal será Ele com suas indissiocrasias.

GERAÇÃO Y E AS ELEIÇÕES

Eleitores "calouros" estão de olho nos candidatos na rede


Andreia Santana, do A TARDE On Line



Lunaê Parracho / Agência A TARDELylliam Bezerra, 17, quer que candidatos mantenham presença nas redes sociais mesmo após a eleiçãoPesquisa recente divulgada este semana pelo Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), mostra que a Geração Y, formada pelos jovens nascidos entre os anos 80 e 90, espera crescer rápido na carreira e para isso se preocupa cada vez mais com a formação superior. Super tecnológicos e hiperconectados, usuários avançados de ferramentas que para seus pais ainda são um mistério (msn, orkut, twitter, facebook, Youtube) os jovens Y focam na educação como meio de ascensão social e se preocupam com a qualidade do ensino no país e estados de origem. Usando meios digitais - internet e dispositivos móveis (celulares e i-phones) - como veículo principal de adquirir informação, essa turma se conecta em rede para acompanhar seus candidatos nas eleições majoritárias de Outubro próximo.



Boas propostas para a educação é a principal preocupação de estudantes como Lillyam Bezerra, 17, Madson Vinícius Meneses, 17, e James Richard, 19. Os três são calouros do curso de Direito da Faculdade Batista Brasileira e vão votar pela primeira vez este ano. A convite de A TARDE, os três revelaram suas percepções da campanha feita pelos principais candidatos ao Planalto e ao Palácio de Ondina, justamente no habitat por onde mais transitam: a internet. "Acompanho a agenda dos meus candidatos e também as propostas que eles trazem para essa campanha", diz Lillyam, a única dos três que já sabia em quem vai votar desde antes de começar a seguir os candidatos no Twitter, ferramenta de micro-blog que tem nos brasileiros o seu segundo maior público, perdendo apenas para os Estados Unidos em número de usuários.



Oriunda de uma família onde o interesse por política é incentivo desde cedo, Lillyam escolheu votar este ano, embora ainda seja facultativo, porque acha "importante

exercer essa liberdade e cidadania, fazer parte do exercício democrático", discursa. Demonstrando que além de usuária, também entende de internet, a adolescente acredita que a rede mundial de computadores é a melhor maneira dos candidatos manterem contato com seu eleitorado em qualquer hora do dia. "É a forma certa para chegar até os jovens, porque a gente passa muito tempo conectado e as informações se espalham rápido na internet"



Endossando a fala da adolescente, a advogada paulista e especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro lembra que a internet funciona 24 horas por dia, sete

dias por semana, além de ser uma forma barata de fazer campanha, "porque não é como a tv, que tem tempo específico". Patricia Peck afirma ainda que a campanha em ambiente virtual tem a vantagem de focar tanto no eleitor na faixa etária dos adolescentes ouvidos pela reportagem, 16 a 18 anos, ou seja, o público do primeiro voto, quanto nos indecisos. "E o eleitor de primeiro voto também é, na maioria das vezes, quem está indeciso".



Canudo para garantir emprego - A pesquisa do Ibmec foi iniciada em 2007 e mapeou estudantes de cursos de administração nas principais cidades do país. O estudo pontua que os jovens da Geração Y, embora não tenham perfil 100% homogêneo, possuem uma meta comum: todos querem garantir o ensino superior porque acreditam que com o diploma na mão, entrarão mais facilmente no mercado, principalmente no serviço público.



James Richard, que é filho de educadora e mantém um blog onde discute, entre outros temas, sociologia, confirma a tendência. "Educação é muito importante, porque o jovem se preocupa com o seu futuro. Existe uma 'febre de faculdade' e quem fala de qualidade de ensino nos cativa mais", enfatiza James, que tem na internet e na TV os seus principais meios de informação. Sendo que na rede, ele acessa prioritariamente os sites dos veículos de imprensa e complementa as informações através de blogs e redes sociais.



O rapaz acredita que a tv vem perdendo audiência na sua faixa etária porque "o foco do noticiário é sensaciolista, a qualidade está caindo e só se fala em violência. Na internet tenho a vantagem de buscar diversos tipos de informação ao mesmo tempo, o leque de opções é maior".



Educação, mas aliada a questão da segurança pública, é a principal motivação de Madson Vinicius para monitorar os candidatos na internet. O adolescente ainda está

ondeciso quanto ao seu voto, mas tem focado atenção nos candidatos que apresentam propostas para todos os segmentos da sociedade. "Educação, tráfico de drogas, violência na escola, acredito que os programas precisam abranger esses temas e mostrar ações concretas, porque a gente tem medo de sair de casa e chegar mais tarde e nas escolas acontece a venda de drogas abertamente", opina. Uma das vantagens de acompanhar a campanha online, para Madson, é a possibilidade de recuperar informações. "Dá para ver um vídeo de uma entrevista se a gente perdeu o programa", exemplifica.



A possibilidade de compartilhar dados, inerente a internet, é ainda enfatizada por Lillyam Bezerra, que diz re-twittar (distribuir através do twitter) informações sobre os candidatos que acha relevantes dividir com os próprios seguidores na rede de microblogs. "Procuro mandar para quem tem visão parecida com a minha. Um sempre alerta o outro para alguma coisa interessante, todo mundo fica conectado e o que não tem importância a gente já elimina da lista".



Sem revelar quem são seus candidatos, "O voto é secreto né"!, a jovem diz ainda que acompanha a oposição com o mesmo empenho. "É importante saber o que todos pensam". Ela também manda um recado para os políticos que se apropriam das redes sociais como forma de expor suas plataformas de campanha: "Será que depois que eles se elegerem vão continuar conectados nas redes? Porque durante a eleição tudo acontece, mas depois..."

Fonte: http://www.atarde.com.br/politica/noticia.jsf?id=3883472

terça-feira, 15 de junho de 2010

LOUCURA

Que as minhas loucas palavras
Revelem ao infinito o prazer
De existir entre as sanidades medíocres
Daqueles que louco me considerem.



As minhas falas são partes
Que se desprendem de mim
Como se vidas próprias tivessem.



Nesse conflito revela-se um existir
No mundo das palavras que
Nem mesmo eu sei possuir



Simplesmente as palavras estão
E vivem em mim dizendo para
Onde tudo pode ir; a loucura
É o meu jeito de existir.



15 de junho de 2010
Robério Pereira Barreto

domingo, 13 de junho de 2010

PROIBIDO...

Aquele beijo proibido está travado
Entre os lábios que sedentos
Clamam pelo sabor açucarado
Presente em tão nacarada boca.


Hoje, arrepende-se por tão racional
Ter sido diante do objeto proibido
A desejar-lhe ser possuído.

O desejo ainda toma-lhe o corpo
Com o calor da loucura do querer,
Mas a razão friamente disse não!


Entre o querer irracional em sentir
Seu doce sabor em proibido beijo
Se enternecer de remorso por
Não se permitir a realizar tal desejo.

sábado, 12 de junho de 2010

EGOCENTRISMO E NEUROSE NA ESCRITA DE SADE

O texto que segue foi  palestra realizada no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias - DCHT - XVI - UNEB - Irecê - BA, a partir do convite feito pela professora Mestra Maria Aurenívea Souza de Assis, coordenadora do projeto de extensão: Estudos de criação literária: poesia, ao qual estava vinculada a mostra de cinema e teve como filme a ser debatido, Quills - Contos proibidos do Marques de Sade.
Então, diz-se que o segue abaixo é apenas uma síntese do que foi tratado após a exposição do filme aos estudantes do curso de Letras do já mecionado departamento. Obviamente, muitas outras coisas foram ditas em virtude da presença da audiência e que não estão expressas aqui, mas vai valer a intenção em espraia aqueles que não estiveram no debate.

Os seres humanos sempre questionaram, através da história, a sociedade e seus limites de moralidade. Pode-se dizer que o Marques de Sade foi o principal deles. Em pleno século 18, em meio à sangrenta Revolução Francesa, tornou-se o mais perigoso dos dissidentes, tendo inclusive criado o termo sadismo.

Vários de seus biógrafos o consideram uma pessoa contraditória. Algumas vezes era brilhante e sensível. Outras, era egoísta e demoníaco. Foi tão escandaloso que continua a chocar a todos no século 21 e seu legado ainda promove debates sobre o que fazer com aqueles que exploram alegremente os mais sinistros tabus.

O verdadeiro Marquês de Sade nasceu em 1740 em Paris e viveu durante um dos períodos mais tumultuados da história da França. Ficou conhecido pela palavra cuja criação foi inspirada nele: o sadismo, referindo-se aos prazeres sexuais derivados da dor. Mas, Sade foi muito mais do que um experimentador sexual. Foi um escritor que ficou preso durante 27 anos pelo crime de escrever sobre o lado mais obscuro do ser humano. Em 1772, foi sentenciado à morte por crimes sexuais e escapou abertamente. Mais tarde, tornou-se um revolucionário e, novamente, escapou da guilhotina. Publicou romances eróticos, foi banido da administração de Napoleão e passou os últimos anos de sua vida num asilo. Marquês de Sade transformou-se num mito.

Sade: uma maneira de ser, de viver a insensatez do ser

Há em Sade uma capacidade de mover o leitor de seu estado de conforto para o principio de realidade. Isso certamente ocorre pelo fato de que a escrita sadeana é tributária de uma sociedade pseudo-moralista é suas práticas sexuais são evidentemente escondidas no prazer insano da negação.

À medida que Sade traz á tona por meio de uma narratividade que beira o excêntrico e vão ao lume do erótico, vêem-se descritas de maneira explícitas os tabus sexuais de uma sociedade. Não obstante à culpa que se escritor parece querer expurga de si por meio de uma escrita cuja esquizofrenia é constituída por mutilações ao corpo no momento em que Sade se ver distante da possibilidade de se construir pronunciar sobre seus “demônios” íntimos que lhe ensandecem com as palavras.

Nessa mesma ótica é importante destacar a importância da palavra para Sade, uma vez que o ato de dizer é fundante para sua existência. Então “A instantaneidade da palavra de ordem, sua imediatidade, lhe confere uma potência de variação em relação aos corpos aos quais se atribui a transformação.” (DELEUZE, GUATARRI, 1995, p.21).

A obra do Marques de Sade é, sem dúvidas, uma realização do prazer individual que, traduzido pela efemeridade da dor o torna uma questão coletiva e, por isso, faz com que todos se sintam submersos no mundo eroticamente sugerido por seu estilo narrativo. Isso, por sua vez leva a decretação de um texto carregado de significados cujo prazer perpassa o conformismo cultural, seja por meio de um racionalismo intransigente daqueles que se sentem representados pelo discurso narrativo do autor, ou por meio de uma fetichização do corpo em virtude de suposições moralista sobre a sexualidade e o prazer individual ou coletivo.

Na ribalta sadeana não é possível encontrar sujeitos ativos e ou passivos. Todos são sujeitos e objetos ao mesmo tempo. A narrativa sadeana é prescritiva de atitudes reais em que o ser humano vive a insensatez de ser simplesmente humano.

Em Sade se ver a questão do amor socrático no qual os corpos se juntam em buscar de um prazer alienável. Ambos se entregam aos desejos momentâneos e, com isso, a transformação corpórea é reconhecida pela devassidão que há em cada um. Desse ponto de vista é importante salientar que “o amor é uma mistura de corpos que pode ser representada por um coração atravessado por uma flecha, por uma união de almas” (DELEUZE, GUATARRI, 1995, p.19).

Infortúnios éticos e morais

Para Françoia a obra de Sade transita entre o infortúnio e a moralidade, posto que em sua filosofia libertina, o autor descreve as concepções que sociedade judaico-cristã tem do homem.

Isso fica evidente na obra justine quando no início Marquês nos pede que pela boa-fé possamos dar atenção misturada com interesse pelo que será narrado, a obra toda, do começo ao fim, é uma crítica acirrada tanto à justiça que só toma o homem próspero como o correto, o bom, quanto para a igreja, com sua falsa moral cristã, da liberdade roubada do fraco pela mão do mais forte, das ações criminosas para se alcançar de qualquer modo um fim desejado, dos vícios como contrapartida da virtude, do carrasco impiedoso com sua vítima. Não obstante, tomados estes exemplos não como desvio da regra, mas como a descrição fiel da natureza humana.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

GERME

O germe que devorará meu corpo

Um dia foi alguém dominado
Pela ambição tornou-se verme
E, escorrendo para baixo da derme
Da terra manduca-se de cada um
Que vilmente enterrado.



Ambicioso hoje, verme amanhã
Cuja voracidade torna-se afã
E cada vez mais alimenta-se
De coisas pequenas e vãs.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

BRIL...

Em seu olhar hostil
havia um grão maior, o Bril

Na sua face austera
existia a sabedoria de eras
em que somente o pó da terra
podia afirma seu poder de fera

Indomável em suas querelas
mas meiga em seus afagos
em manhãs de primavera

O perfume das flores
suaviza o clamor das feras
que habitam cada nosso interior
quando no peito pulsa a vida
e o desejo se faz amor.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

AFORISMA DO BARRETO

Sabedoria é ter paciência para compreender que somos inteligentes à medida que respeitamos as inteligências e humanidades alheias.

terça-feira, 18 de maio de 2010

TEIA DAS ESCRITAS

Esta produção aconteceu de maneira coletiva com a turma do Programa Todos pela Alfabetização, promovido pela  Minitério da Educação - Brasil Alfabetizado - Secretária de Estado de Educação do Estado da Bahia - Universidade do Estado da Bahia e Prefeitura de Itaguaçu - BA. Os sintagmas nominais e verbais abaixo citados foram expressões de pensamento do cursistas na perspectiva de construção de um entendimento de que as neuroses de cada um, são expressar por meio de palavras. Em seguida, a produção textual tenta articular esses pensamentos postos de maneira aleatória. Eis-nos produzindo coletivamente!


EXPERIENCIA DESAFIO APRENDIZADO IMAGINAÇÃO SOCIEDADE CORAGEM SOLIDARIEDADE CONHEÇIMENTO GOSTO CRIATIVIDADE SUPORTAR CAPACIDADE ESPERANÇA ATITUDE DETERMINAÇÃO PESAMETO AMIZADE VIDA ESCREVE LEITURA AMOR FORMA UNIAO



A experiência leva ao desafio do aprendizado associado à imaginação de uma sociedade solidária e de um conhecimento que, tomado pelo gosto à criatividade, faz suportar a (in)capacidades de cada um, e a esperança e a atitude se tornam a determinante do pensamento de que a amizade faz parte da vida e para escrever e fazer leitura do amor é fundamental o reconhecimento do outro com ser humano.

O amor é a forma da união de pensamentos e atenção. Só que para se ler e aprender na perspectiva é preciso dedicação à vida. Como desafios e os conhecimentos que a vivência traz facilitam a construção de uma teia tecida por meio de palavras sublimes e respeitosamente edificadas compõem a nossa maneira de se viver em sociedade e isso por sua vez é uma realização em rede, na qual todos são sujeitos proativos na elaboração de uma saber social e culturalmente baseado nas narrativas individuais e coletivas que como registro real das experiências de cada um, nos fazem sentir autorizados a ser cidadão do mundo da palavra e da escrita.

domingo, 16 de maio de 2010

CARPEN DIEM

O amanhã será o quê?
Para mim tudo ou nada.
Já para você ainda sei.


Sei que o amanhã pode não existir
Então resta apenas viver agora
E as tentações que a vida
Oferecem-nos há enfrentar.

CIBERCULTURA E A PUBLICIDADE

Jornal da Unicamp 178 - Páginas 12, 24 a 30 de junho de 2002


A arte que sai da tela: Publicitária mergulha nos espaços de criação da Internet



Roberto Costa



A seqüência de um mesmo rosto feminino, com a boca pressionada por uma mão (http://www.totalmuseum.org/webproject8/muzzle/); pictogramas de obras de arte famosas (http://www.ljudmila.org/~vuk/ascii/blind/); relógios exóticos e não-convencionais (http://massaclocks.com); sexo a distância (http://www.fu-fme.com/). A diversidade demonstra como artistas desenvolvem, na Internet, a chamada Net-Arte e a forma como designers se utilizam diferentemente da web como espaço de criação. O resultado dessas observações resultou na dissertação de mestrado da publicitária Hélia Vannucchi junto ao Departamento de Multimeios do Instituto de Artes (IA). “Os artistas trabalham com ‘maior liberdade’, enquanto os designers têm um problema a resolver, uma mensagem a comunicar”, resume Hélia.
Para chegar à conclusão, a pesquisadora “navegou” meses por sites de artistas e de designers (veja abaixo) escolhidos na web. Alguns deles foram indicados pelo professor Gilberto Prado, do IA, orientador da dissertação. Hélia queria conhecer a web como espaço de criação e fazer um contraponto entre sites de artistas e designers. Para isso trocou e-mails com suas fontes e permaneceu horas à frente de páginas que aparentemente não queriam dizer nada. Num destes enigmas aparecia a seguinte frase: “Seu número é 79. Por favor, espere”. Logo a seguir estava em destaque o número 77 (os números são aleatórios e mudam conforme a hora de acesso). Hélia conta que o site sempre larga o usuário esperando, até que vem a mensagem: “Perdeu a sua vez” e a proposta de um novo número para espera. A publicitária passou uma tarde à frente do computador. “Eu abri html, cgi, tentando descobrir se havia alguma coisa por trás”, explica Vannucchi. Isso porque em um outro trabalho, apenas citado na dissertação, da dupla Jodi – Joan Heemskerk e Dick Paesmanns (http://www.jodi.org)-, existiam elementos escondidos no código fonte, no html do site, só visível para aqueles que realmente exploravam o trabalho.
O gesto da mão na boca representa para o artista russo Alexei Shulgin uma crítica à censura que oprime homens e mulheres em diversos países. Os pictogramas de Vuk Cosic, artista esloveno, fazem uma crítica à forma como a história da arte, da net-arte, assim como a história de modo geral é contada de acordo com os interesses da classe dominante. Cosic é arqueólogo por formação e diz que existe uma semelhança entre o que ele faz agora, com a arte, e o que fazia como arqueólogo, já que ele continua construindo narrativas. O designer Roger Los fez o site para a Massa Clocks, que fabrica os relógios. Hélia analisou a construção visual e a navegação do site.
Sexo a distância? Para Alexei, o autor do trabalho, trata-se de uma crítica às pessoas que trocam as relações pessoais por relações mediadas pela máquina, fazendo uma alusão ao programa de videoconferência CU-SeeMe. A publicitária Hélia Vannucchi incluiu entre suas fontes uma brasileira, a designer Verônica D’Orey, de São Paulo, autora do site da cantora Marisa Monte. Conforme Hélia, seus trabalhos em geral têm um design limpo, com áreas de descanso para os olhos.
Das conclusões do trabalho de Hélia há informações de que Alexei Shulgin imprime críticas sociais em seus trabalhos, que Vulk Cosic atualiza a linguagem ASCII, enquanto Holger Friese trabalha a negação de elementos habituais de navegação em suas obras. A dissertação defendida no Instituto de Artes está disponível em http://www.actualis.com.br/mestrado.
Galeria on-line
Alexei Shulgin é russo, mora e trabalha em Moscou. É artista e curador de diversos projetos na Internet e já participou de mais de 60 mostras e inúmeros simpósios sobre fotografia, arte contemporânea, novas mídias e comunicação.
Vuk Cosic nasceu em Belgrado, Iugoslávia. Vive em Ljubljana, Eslovênia. Formado em arqueologia, é, também, um dos pioneiros da arte on-line.
Verônica D’Orey é designer e tem seu próprio escritório em São Paulo. Na exposição Design Ritmo, apresentou o trabalho daquipralá delápracá, realizado com a colaboração de Carolina Jabor e com música de Naná Vasconcelos.
Roger Los é autodidata. Em 1992 começou a trabalhar para a Microsoft em projetos multimídia. Em 1995 começou a trabalhar com a Internet e em setembro de 1997 abriu seu estúdio, Roger Los Studio, em Seattle.
Holger Friese é alemão. Estudou fotografia, trabalhou para uma gravadora de jazz e estudou design gráfico de 1993 a 1997, em Aachen, Alemanha.

CIBERDISCURSO: UMA PERSPECTIVA DE LINGUAGEM

Pretende-se nesta comunicação, apresentar algumas questões relativas às linguagens do ciberdiscurso ancoradas pelas tecnologias da informação e comunicação – TICs – na perspectiva de que elas têm na internet uma ferramenta de divulgação e, portanto, são permeadas de elementos de sentidos e de significação de linguagem.

Assim sendo, reconhece-se que a tecnologia tem crescido tão rapidamente que se torna difícil designar, classificar e ou acompanhar suas variações técnicas e, sobretudo, pontuar qual a linguagem que será a ela anexada pelos usuários, sobremaneira aqueles que se vinculam à internet. A cada dia, novos equipamentos surgem no mercado e, em pouco tempo, o que era de última geração passa a ser obsoleto, em nome do conforto e da rapidez.

Uma das áreas que mais tem avançado e se difundido em praticamente todas as classes sociais, é a internet. E, juntamente com esse desenvolvimento, cresce a preocupação de pais e professores com a linguagem que se praticam nesse ciberespaço. Essa linguagem tem até vários conceitos, ciberdiscurso (Barreto; Baldinotti, 2005) internetês (Araújo, 2004, Bisognin 2009).

A internet tem proporcionado um espaço no qual os internautas exploram suas capacidades cognitivas, comunicacionais e a criatividade linguística de maneira a caracterizá-los como seres humanos facultados de ação de linguagem.

Isso sem dúvida tem levado à interação social dos mesmos, se tornando cada vez mais rica em virtude das práticas socioculturais que levam à subversão da ordem instituída pela linguagem canônica da escola, visto que essa reconhece apenas a escrita como tecnologia estática empregada ao suporte do papel.

Para Bisognin (2009) o suporte tecnológico da internet tem facilitado o uso variado da linguagem no Chat, Orkut, Weblog, Msn, etc. de modo tal que os apologetas da variante canônica da língua chegam a considerar a linguagem da web como um empobrecimento. Por outro lado, reconhece na linguagem do ciberdiscurso e ou internetês uma forma de enriquecimento do idioma, visto que nesse particular exerce-se a liberdade e a democracia linguisticas.

Para compreender o que acontece com a linguagem quando cibernauta se comunica por meio, por exemplo, do Msn – que é um programa de bate-papo que permite conversas instantâneas – temos de considera a internet como um meio muito rápido de comunicação. Assim, isto revela que o texto usado no Msn é muito próximo da língua falada e, portanto, tem sua pertinência enquanto linguagem no suporte tecnológico que veicula e não há motivos para alarmes.

Destaca-se que, nesse caso, há uma economia na escrita das palavras, isto é, fazem-se corruptelas de algumas letras para evidenciar a emergência da escrita e, com isso, novos significados são atribuídos às conversações. Lembra-se, pois, que isso não é novo, visto que há muito tempo se praticava a corrupção e ou codificação do texto nos telegramas, sendo tal economia articulada na perspectiva de sintetizar a mensagem e assim diminuir o preço do serviço.

Sabe-se ainda que essas modificações levem à alteração dos sentidos da mensagem, uma vez que a linguagem passa a ter outro significado. Este de acordo com Coseriu (1979b) é o conteúdo de um signo linguístico em sentido estrito, é a configuração das possibilidades de designação.

No que se refere aos sentidos articulados nas mensagens postadas e trocadas na web pelos cibernautas, os sentidos passam a assumir destaque quando seu conteúdo especialmente é postos no próprio texto, isto é, só existe sentido no plano do texto, no ato da fala de um falante numa determinada situação, e não no falar em geral ou nas línguas. Coseriu (1979b)

Assim, tomando a produção de linguagem escrita no internet como ato comunicativo que se aproxima da fala, tem-se, na verdade, uma produção de significado e sentido efetivados por meio de uma variante de linguagem além da ideia canônica de escrita.

Ao se utilizar programas como o Msn, a comunicação ocorre através de um meio escrito, no entanto, o texto é oral. Sendo a internet um meio que exige agilidade e rapidez, a escrita por meio de abreviaturas faz com que a comunicação seja mais rápida, simulando assim a mesma rapidez da fala.

Então pais, professores que ainda não estão articulados sobre a produção de linguagem por meio das redes sociais e comunicacionais – Chat, Orkut, Weblog, Msn, etc. acalmem-se! Essa forma de escrita já faz parte do cotidiano virtual de todos nós e não tem mais como ignorá-la, tampouco impedi-la.

A língua à maneira de Bakhtin é dinâmica quando do ato real de comunicação e, portanto, se adequa às situações de comunicação. Isso não significa dizer que agora "pode-se escrever de qualquer forma na web.". As abreviações são permitidas no Msn, no Orkut, nos e-mails informais, nos chats (e até nesses textos existem regras! Caso contrário, nem mesmo os internautas se entenderiam), não cabe usá-las em outros gêneros textuais.

O ciberdiscurso ou internetês não prejudica o bom português, porque os comunicantes dessa modalidade sabem que se trata de uma linguagem de uso específico no ambiente virtual. Por outro lado, se sabe que os acessos a livros jornais e revistas da web compõem seus espaços de leitura. A nós professores, cabe o papel de ampliar a capacidade de recepção e produção textual dos alunos, priorizando a formação de escritores e leitores competentes, que saibam usar a língua nas diversas situações de interação.



sexta-feira, 14 de maio de 2010

"POLICIA, QUEM PRECISA DE POLÍCIA"

Embora este espaço não tenha sido criado com objetivo de se fazer comentários além do propósito de discutir a arte, a linguagem e a literatura, foram noticiados dois absurdos na grande mídia - televisão - aos quais gostaria de me deter um pouco. Vamos a eles: primeiro foi o assalto ocorrido dentro de uma delegacia de policia numa cidade do interior do Estado de São Paulo. Atrelado a esse caos está a defesa do delegado aos agentes, dizendo que os policiais não tiveram tempo para entender a ocorrência. Eita que povo lerdo! A outra questão foi a prisão de imagens de santas recheadas de maconha. Parafraseado o adágio popular "Santa de pau oco", diz-se-ia: Santa, mas doidona, aê! É incrivel como cada dia as Instituições do Estado mostram-se falidas e, nós, pobres cidadão somos achacados cotidianamente pela voracidade do próprio Estado em cobrar impostos altissimos sobre tudo que fazemos. Agora,  nem a delegacia e santa são respeitadas. Quem poderá nos salvar? Chapolin, Kiku 

AFORISMO DO BARRETO

Quando a noite vai embora novo amanhecer anuncia a vida em suas loucuras... Viver cada manhã é estar pronto para o aborrecimento e o amor.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

AFORISMA DO BARRETO

O mais imperfeito que pode existir no ser humano, é ser humano!

PRA QUÊ TER RAZÃO

Se já é manhã e a solidão
Congela a alma
Como frio vento que,
Soprando da cordilheira
Judia da planície...

Chorar não é possível,
Frieza da solidão
É tão irresistível que
A dor do coração,
Sucumbe a caminho do chão,
A lágrima congela.

Para quê existe a razão?
Ficar com ela é se perder
Na dor e na solidão
Em meio à felicidade
Que a insanidade poderia ter.



06 de maio de 2010.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O VAGABUNDANTE

Os dias quentes de outono causam-lhe fadigas imensas e corpo pede clemência tamanho desejo... vagando pelas ruas entre multidões sente na alma clamor efervescente diante de corpos esculturais que ao calor do sol despem-se a cada olhar.
Em sua vagabundância os pensamentos voam e sem limites imagina: Quão lindas és tu, oh desfilas... Ufá! São devaneios de uma vagabundante?!
Tomba o dia e a noite prostrando-se mansamente traz consigo a brisa que, envolvendo o corpo em manto de frescor... deixa o coração em latência maior. Daí querendo alguém para traçar energias corporais debruça e sufoca-se em prantos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

UMA ESCOLA EM REDE: CONSTRUINDO EDUCAÇÃO E INTELIGÊNCIA COLETIVAS

Este ensaio pretende anunciar a nova discussão que se inicia sobre as escola que, caracteristicamente está no basilada nos principios de analógico, enquanto a ação de produzir, socializar e aprender dos estudantes esta além, isto é, os estudantes atuam na perspectiva digital oferecida pelo ciberespaço.
Para todos os lados que se olhar, depara-se com mensagens midiáticas que revelam uma sociedade da escrita e, como tal, constitui-se num ecossistema de informação ao qual todos são submetidos.

A partir dessa premissa é que se vão destacando alguns pontos de confluência e contrastes que a escola em rede pode trazer para a educação numa perspectiva de inteligência coletiva. Por um lado as cenas midiáticas assumem o cotidiano da escola e, por isso tem ostentado espaços até então ocupados pelos processos sociotécnicos e unilaterais de aprendizagem, uso do livro didático.
Por outro, lembra-se que a escola há milhares de anos constitui-se como espaço de formação centrada na ideia de que dito do professor era a “verdade”. Tem-se ai a presença da tecnologia intelectual primária – oralidade – a serviço de uma educação baseada na comunicação – um – todos –. Ainda nesse raciocínio reconhece-se que a aproximadamente a 5 séculos, a tecnologia intelectual secundária – escrita – passou a existir entre professores e alunos, configurando-se em elemento mediador na comunicação um – todos – todos.
Dessa maneira, torna-se compreensível a permanência de ideias em que a escola ainda é pensada para atender modelos centralizados no saber do profissional da educação, evitando-se com isso a presença de saberes que a rede digital potencializa ao oferecer acesso a informações até então privilegiada.
Com isso, “as próprias bases do funcionamento social e das atividades cognitivas modificam-se a uma velocidade que todos podem perceber diretamente” (LÉVY, 1993, p. 8), porém há um distanciamento da pratica escolar dessa realidade, haja vista as quantias direcionadas pelos programas de governo à informatização das escolas.
É judicioso que a mudança seja lenta e gradual, mas quanto à formação dos indivíduos que atuam nesse contexto, limita-se ao simples manuseio de sistemas operacionais e aplicativos que nem sempre possibilitam a ampliação de acessos aos mundos do conhecimento latentes nas redes.
Assim sendo, a compreensão de que se vive, hoje, numa sociedade contemporânea em que as perplexidades se acentuam cada vez mais, em virtude da ampliação dos saberes disponíveis nas redes sociais. Então, a escola não pode se furtar a essa realidade. Mas para isso necessita de projeto políticos e pedagógicos que lhe assegure um fazer proativo, face às descobertas cotidianas dos estudantes ao acessarem as redes sociais e digitais do ciberespaço.