RESENHA DA AR EM QUE ME INSPIRO
PARTÍCULAS DE AR-POESIA
EM SUSPENSÃO: INSPIRAMO-NAS!
Robério Pereira Barreto[1]
Partículas
de poesia suspensas no ar inspiram e oxigena a alma nossa alma de leitores
asfixiados pela poluição do mundo. O ar em que me inspiro, de Risonete Lima de Almeida (2017), é
uma porção de fragrâncias sensíveis de amor, de vida e de paixão pela palavra
poética. A cada poema lido neste livro sorvermos aromas inebriantes á alma,
fazendo-a transluzir nas semioses do néctar primordial da palavra; a
sensibilidade leve e densa tal partículas de ar suspensas às asas da imaginação
do dizer poético da obra. O ar que inspira Riso a condensar-se em almas e
sonhos através da pulsão e do silêncio, revela o poder que os sentimentos têm
ao ebolirem na fervura transbordante dos amores inspiradores do fazer poético.
A obra poética O ar em que me inspiro pode
ser sorvido em porções, uma vez que Risonete distribui desde a capa até à
última página, de maneira artística os movimentos em partículas de seus
sentimentos, as quais preenchem os vazios presentes em nossos corações com o oxigênio
presente na euforia do vento ao flertar insistentemente a porta. “lá estava ele
mais uma vez... chegou atrevido, barulhento, espaçoso [...] dono do pedaço”
(ALMEIDA, 2017, p. 24).
Riso nos oferece em “relógio de
pulso” p. 69, o oxigênio primordial à vida; reviver as memórias de infância:
“só quem na infância usou uma caneta para desenhar o seu relógio de pulso/ E
acreditou que ali estava um relógio de ouro/Só quem colocou no ouvido para
escutar o tic tac/só quem insistiu em se orientar pelas horas desenhadas
reconhece o valor do senhor tempo e das pequenas conquistas que aos poucos se
revelam grandes”. (ALMEIDA, 2017, p. 69).
Após sorver todos esses fragmentos
de ar-poesia espalhados por Riso na atmosfera do livro, sinto o pulsar dos
pulmões distribuindo ao coração quantidades sensíveis de oxigênio-poesia. Isso
me mantem vivo e querendo respirar mais ar poético advindo do manancial de
palavras sensível de Risonete Lima de Almeida. Portanto, recomendo aqueles que
estão com alma e corações carregados de gás carbônico inspirar as partículas de
ar inspiradoras de amor e sensibilidade armazenadas em O ar em que me inspiro.
ALMEIDA, Risonete Lima de. Poesias: o ar que me inspiro. Salvador, Hetera, 2017.
[1]
Professor Adjunto do Colegiado de Letras Espanhol da Uneb – Campus V – Santo
Antônio de Jesus - BA
Nenhum comentário:
Postar um comentário