sábado, 23 de agosto de 2008

PINGOS DO MEU EU

Cada lágrima que nego a estes olhos,
Profundas voçorocas nascem a cada gota
Que retorna ao peito,
Fazendo dele um Missipi de dor.

Assim, estes rasos olhos
Mostram quanto recolhi de mim
Para não mostrar a ti que sofria

E há em mim uma mina que
Goteja noite e dia
Deixando escorrer sobre a face
Alguns pingos de meu eu.

23 de agosto de 2008
Robério Pereira Barreto

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