domingo, 15 de julho de 2007

UMA POÉTICA DA SOLIDÃO


À maneira de Nietzsche me relaciono bem com a solidão, de modo que a tenho como companheira de escrita, tirando desse momento de penumbra íntima, os substratos para a minha poesia.


Não obstante estar à maior parte de meu tempo lidando com pessoas, este convívio é importante, mas, às vezes, secam-me as emoções, porque a todo instante deparo-me com as contradições humanas..., as quais jamais serão dissipadas, pois físico e mentalmente todos nós carregamos o contraditório como marca individual, restando, pois o isolamento da alma em sua magnífica complexidade.


Neste momento, o meu objeto de desejo é consolidado; filtragem das contradições da humanidade (quanta pretensão, não?). Embora saiba que tudo que falo poeticamente é apenas subjetivismo diletante.


Espero que um dia meus leitores – diga-se de passagem, não são muitos – possam me entender e, assim, perceberem que não sou um defensor saudosista da estética romântica. Penso que a revolução proposta pelo romantismo, na verdade, foi uma ideal cujos anseios da burguesia se auto-afirmaram por longos períodos no poder.


A sedução causada pela solidão ao meu imo poético é, sem dúvida, conseqüência das perambulações do eu lírico pelo universo das emoções passionais. Isto é, por meio da poesia ele liberta os fantasmas que nos atormentam por dias a fio. Então, é possível que não sejamos compreendidos pela crítica, senão reconhecido pelo leitor, homem simples que traz no inconsciente; angústias e passionalidades mil.

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