sábado, 7 de julho de 2007

RESTOS DE UMA VIDA...

Sou as lembranças de um vida que há muito se extinguiu. Porém, insisto renovando-me a cada geração que, desatenta, passa por mim e nem sabe o quanto fui importante para seus antepassados... Hoje, eis me aqui solitário e sem meus servos para me carregar em desfile aberto ou para levar-me ao campo de onde vinha cantando, embora trouxesse o peso do sustento de minha família. Êita, saudades da junta pai moreno... Éramos uma orquestra nas veredas do sertão. Os bois graves e eu em falcete compúnhamos a melodia da vida... Agora, nem me mexer posso mais. Com audição que me resta, alegro-me com o canto dos pardais ao entardecer pousando sobre mim na folha do coqueiral. Ás vezes deprimo tamanha a solidão... outras riu e choro baixinho quando uma criança faz-me um carinho...

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