MÍDIA DE MASSA: HOMOGENEIZAÇÃO DA DOR
Os meios de comunicação de massa informa e também homogeneíza opiniões. Por isso, sua função vai além do social e, às vezes, os profissionais que nela atuam ultrapassam o bom senso, criando assim ideologias e, por conseguinte, mantém vivos preconceitos. Este ensaio apresenta ponderações as manifestações da mídia televisiva durante a cobertura do acidente com airbus 3054 da TAM, no aeroporto de Conhgonhas – São Paulo – SP.
A mídia[1] tem alto poder de sedução na comunidade. Principalmente a televisiva, a qual transmite acontecimentos ao vivo e em cores para o mundo inteiro em questão de segundos. Até ai não demais se a entendermos como tecnologia digital transmitida por satélite. Entretanto, se se quer vê-la como mecanismo de informação e entretenimento, às vezes, em busca do “furo” de reportagem os profissionais que atuam neste meio de comunicação ferem o limite da ética e do bom senso, quando intensificam a reprise até exaustão de acontecimentos, principalmente aqueles de caráter trágico como ocorrido recentemente com Airbus 3054 da TAM, no aeroporto de Conhgonhas – São Paulo – SP, em, 17 julho de 2007.
Muitos estudos têm sido vazados em linguagem acadêmica sobre a presença e reflexos da mídia nas sociedades modernas. Neste não há tão grande pretensão, todavia visa apontar os excessos cometidos pela emissora de televisão que, sob o disfarce de informar; transformaram uma “desgraça” espetáculo. Por outro lado, nem se importaram com a dor dos parentes e famílias, construindo, inclusive hipóteses na tentativa manter a audiência de seus telejornais.
Com tanta influência para informar e formar opiniões os profissionais da mídia comercial ainda não se conscientizaram do limite entre a notícia e o sensacionalismo. Para tanto, deveria saber que o modo como comunicam os fatos é, na verdade, um construto de ideologia e preconceitos, de modo subliminar, ou até mesmo explicito.
O que as emissoras de televisão a semana inteira fizeram foi um massacre total à memória dos acidentados e, principalmente, uma afronta aos familiares que em meio a dor eram levados a emitir opiniões sobre um assunto tão delicado; o gesto do assessor da presidência, Marco Aurélio de Melo ao ver uma suposta informação de que a causa da “desgraça” não se aplicava ao Governo. Dessa maneira, ficam evidentes os objetivos da televisão comercial, sobretudo, da Globo, construir hipótese e massificá-la à exaustão sem levar em conta o sofrimento de ninguém. Tal massificação faz com que milhares de pessoas sejam responsáveis pelo acontecido, uma vez que cada uma elegeu os “gestores” que comandam, ou melhor, não comandam... daí ocorrem fatalidades dessas proporções para que se façam presentes, o que é pior, nem isso fizeram. Êita país desajustado! Vamos acabar com isso e começar tudo de novo!
[1] Emprega-se aqui tal termo, compreendendo-o como estrangeirismo naturalizado, isto é, o uso impôs à regra. Entretanto, sabe-se que, segundo Domicio Proença Filho tal vocábulo aportuguesou-se mantendo a pronuncia do termo em inglês: media, a que corresponde o mesmo significado: “media, aplicado à comunica de massa”. Essa media inglesa corresponde ao termo latino media, forma do neutro plural de médium, que queria exatamente dizer ‘meio’.
A mídia[1] tem alto poder de sedução na comunidade. Principalmente a televisiva, a qual transmite acontecimentos ao vivo e em cores para o mundo inteiro em questão de segundos. Até ai não demais se a entendermos como tecnologia digital transmitida por satélite. Entretanto, se se quer vê-la como mecanismo de informação e entretenimento, às vezes, em busca do “furo” de reportagem os profissionais que atuam neste meio de comunicação ferem o limite da ética e do bom senso, quando intensificam a reprise até exaustão de acontecimentos, principalmente aqueles de caráter trágico como ocorrido recentemente com Airbus 3054 da TAM, no aeroporto de Conhgonhas – São Paulo – SP, em, 17 julho de 2007.
Muitos estudos têm sido vazados em linguagem acadêmica sobre a presença e reflexos da mídia nas sociedades modernas. Neste não há tão grande pretensão, todavia visa apontar os excessos cometidos pela emissora de televisão que, sob o disfarce de informar; transformaram uma “desgraça” espetáculo. Por outro lado, nem se importaram com a dor dos parentes e famílias, construindo, inclusive hipóteses na tentativa manter a audiência de seus telejornais.
Com tanta influência para informar e formar opiniões os profissionais da mídia comercial ainda não se conscientizaram do limite entre a notícia e o sensacionalismo. Para tanto, deveria saber que o modo como comunicam os fatos é, na verdade, um construto de ideologia e preconceitos, de modo subliminar, ou até mesmo explicito.
O que as emissoras de televisão a semana inteira fizeram foi um massacre total à memória dos acidentados e, principalmente, uma afronta aos familiares que em meio a dor eram levados a emitir opiniões sobre um assunto tão delicado; o gesto do assessor da presidência, Marco Aurélio de Melo ao ver uma suposta informação de que a causa da “desgraça” não se aplicava ao Governo. Dessa maneira, ficam evidentes os objetivos da televisão comercial, sobretudo, da Globo, construir hipótese e massificá-la à exaustão sem levar em conta o sofrimento de ninguém. Tal massificação faz com que milhares de pessoas sejam responsáveis pelo acontecido, uma vez que cada uma elegeu os “gestores” que comandam, ou melhor, não comandam... daí ocorrem fatalidades dessas proporções para que se façam presentes, o que é pior, nem isso fizeram. Êita país desajustado! Vamos acabar com isso e começar tudo de novo!
[1] Emprega-se aqui tal termo, compreendendo-o como estrangeirismo naturalizado, isto é, o uso impôs à regra. Entretanto, sabe-se que, segundo Domicio Proença Filho tal vocábulo aportuguesou-se mantendo a pronuncia do termo em inglês: media, a que corresponde o mesmo significado: “media, aplicado à comunica de massa”. Essa media inglesa corresponde ao termo latino media, forma do neutro plural de médium, que queria exatamente dizer ‘meio’.
Um comentário:
Oi, Robério, sou um observador atento da mídia... E como tal, percebi que a espetacularização do privado, com a revelação das biografias dos vitimados no acidente, foi intensa. Mas é disso que a imprensa vive, da dor alheia, mesmo se compadecendo com o outro. Por outro lado, se não a fizesse, pensaríamos todos que a "verdade" não foi totalmente mostrada... Parabéns para TV CULTURA que foi a primeira a chegar no local do acidente, porque estava fazendo uma reportagem no aeroporto. Uma equipe flagrou a única cena de pessoas se jogando do prédio da TAM. Ao distribuir o material para as emissoras comerciais, cortou a cena da queda. Se fosse captada pela Globo, a Record ou outra comercial qualquer, esta imagem seria insistentemente mostrada até à exaustão.
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