quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

TORPEDO ANÔNIMO

Eis que batem à porta: boa noite! Esquecestes de ir embora, senhor?! Já são mais de oito da noite, sendo mais precisa; oito e meia. Adverte a secretária. Distraído e absorto em meio às solenes capas de processos não ouve tal advertência, tampouco o barulho do “torpedo” que chegara ao celular que, dispensado há horas entre códigos se mantinha na inerte tal qual a quem lhe desprezou. Todavia, o conteúdo do torpedo trazia um convite cheio de lascívia até então não lida.
Ufa, chega! Nossa, são nove horas, estou aqui tem mais de 12 horas; que estou fazendo comigo nessa vida infame. Cadê o celular. Revira pilhas de processos e o encontra com alerta de mensagem passadas várias horas.
- Sei que não deves lembrar por que sóis muito ocupado e já se passou um bom tempo, mas queria lembrá-lo de que ainda sinto você com olhos ofegantes a me assaltar tal o lobo que espreita sua presa de repente; com a lascívia que só os depravados solitários têm nos olhos dissimulados me cobiçava. Se ainda lembra essa imagem, responda assim que puder. Hoje, desejo ser presa sem resistir. (número desconhecido).
Nossa! A vida é um grande salão de festa e que big festa. Absorto no mundo dos papéis e vidas alheias, tirado ao baile e nem me dou conta disso. Agora não tem como dançar a bailarina se perdeu em meio às máscaras do salão. Até mais papelada, até mais códigos penal e civil que consultei. Até marcador de páginas. Restam-me poucas músicas para o final da festa da vida e lá vou eu.
Dirigindo avenida a fora tenta encontrar a dona do número desconhecido, em vão, porque imagens delas e situações efêmeras misturam: Isso não podia ter me acontecido, não ouvir o celular e também podia ter ficado até tarde lá.
Em casa, vinte e duas horas e quinze minutos; celular ao lado, ou melhor, na mão e várias ligações chegavam, entretanto nenhuma ligação era com número desconhecido. Decepção! Será uma noite em que mistérios tomaram conta da cabeça e corpo que terão calores intensos por toda a noite.
A campainha, inconveniente brada às seis horas. Ainda insone a primeira ideia que lhe toma o projeto do dia será encontrar o número desconhecido, ou melhor, encontrar de preferência a assinante tirana que, provocando os instintos masculinos mais vorazes, escondeu no anonimato do torpedo.
Alongamento, corrida na esteira, aparelhos de musculação, suor, água e banho frio. Nem mesmo as dores da malhação intervieram suficientemente para apagar as palavras do torpedo.
Nossa! Quem será? Não me lembro de ter vivido esse flerte! Acho que estou estressado e devo pedir férias, férias para quê se não consigo me desligar desses anonimato que me tomam a cabeça...

sábado, 15 de janeiro de 2011

LÍNGUA(GEM) DA INTERNET: COMUNICAÇÃO DO POVO

Já se passaram várias décadas em que a revolução provocada pela escrita propagada através da impressa, quando Gutemberg facilitou o acesso de boa da população mundial a linguagens, saberes, conhecimentos e identidades até então resumidas àqueles que se mantinham no poder  por meio do dominio da leitura do código escrito, tendo com isso controlado a participação nos mais diversos meios sociais, politicos e culturais de sujeitos de classe sociais subalternas. Todavia, a popularização dos meios de comunicação de massa auxiliou na construção de novas mentalidades e, consequentementente, têm permitido que as pessoas em quase todos os lugares do mundo produzam e publiquem informações em tempo real, mantendo vivas suas identidades através de uso da língua(gem) da internet.
A internet por meio de seus recursos, incluindo sites de relacionamentos e programas instituicionais ligados à educação e à comunicação oferece a sociedade contemporânea oportunidades de se comunicar e, assim, dividir entre "cidadãos do mundo" criações e recepções tanto de literaturas quanto de problemas sociais. Cita-se como exemplos, as atitudes de governantes déspotas que, arbitrariamente, fecham emissoras de rádio, televisão e jornais, contudo o mundo inteiro por meio de redes sociais construidas por meio da internet e, que têm no celular e computadores pessoais socializado esses acontecimentos usando uma lingua(gem) específica que não pode ser retida pela censura.
Na verdade, o que estas questões nos mostra, talvez, seja a participação de classes populares no processo de criação e exposição de identidades sociais. Nesse sentido, a comunicação entre povos de diferentes culturas e continentes hoje, ocorre em virtude de existir uma língua(gem) que, às vezes, tem ares de código secreto noutro tem aspectos sociais e inclui a todos sem que haja a necessidade de se afirma, pois todos de misturam.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

WEBLOG: HORIZONTES PARA A AQUISIÇÃO E ENSINO DE ESCRITA

Existem indicativos de que as tecnologias de informação e comunicação têm colocado em destaque posicionamentos didáticos e pedagógicos até então vigentes, sobretudo no que diz respeito à aquisição e ao ensino de linguagem por meio dos usos efetivos do computador e da internet como mecanismos de inserção dos sujeitos ao mundo da linguagem digital que, por essência, é quirográfica.
Compartilha-se aqui parte desse ideal, porque se entende que o weblog além de sua posição como artefato tecnológico, constitui-se ainda como hipergênero, pois permite a prática de aquisição e ensino de gêneros outros. Assim sendo, o profissional da educação, especialmente os professores de linguagem, código e suas tecnologias ao compreenderem que essas questões poderão de fato inseri-lo, bem como seus estudantes à pratica de escrita e, por conseguinte, à aquisição de linguagem por meio do universo da escrita proporcionada pelo mundo digital.
Para entendimento melhor da tese e filiação à ideia de que o weblog constitui-se em hipergênero, argumentar-se-á ponderando que: o ato de interlocução via internet ocorre através de escolhas realizadas pelos interagentes discursivos. Significa, à proporção que os envolvidos no processo criativo: professores e estudantes preenchem os “vazios” comunicativos sugeridos pela demanda comunicacional, os textos seguirão seus conceitos de gêneros.
A integração de linguagem escrita por meio do trabalho professoral, voltado para a aquisição dos elementos da escrita nesse contexto contemporâneo representa o ideal de que existem formas de aprender e apreender novas competências comunicativas através da prática de escrita no weblog é, sem dúvida, uma de milhares de forma de realizar ações pedagógicas que aproximam professor e estudantes em torno de uma questão comum, o uso das ferramentas digitais possibilitadas pela internet.
Mediante isso, coloca-se em questão o perfil do profissional da educação, assim como, as exigências que o mundo e a escrita no mundo virtual exigem de todos. Logo, há de se reconhecer que existem dificuldades por partes do professores de linguagens em colocar em atividade efetiva a presença dos gêneros textuais em sala de aula. Entretanto, os estudantes já os praticam em sala virtuais, especialmente, nos seus weblogs pessoais.
Nesse mister, a preparação dos professores para vivência com as práticas de linguagem no mundo virtual, cada vez mais se torna fundamental assim como é preciso uma formação em que os gêneros textuais se façam presentes de modo que eles possam associar os conceitos abstratos das língua, às tentativas em que se incluam as produções textuais ao nível do weblog.
É basilar entender que no weblog criar, experienciar, trocar e avaliar sejam vistas como atividades horizontalizadas, uma vez que o espaço de produção se constitui de modo aberto, isto sé, os interagentes da escrita participam de modos a se expressarem livremente. Porém isso não significa que eles perdem o cerne da questão, até porque ambos conhecem a linguagem e o código que artefato tecnológico demanda.
Questiona-se então: caberia a quem a inserção de professores à teoria do ensino de gêneros textuais, bem como ao ambiente de escrita virtual, uma vez que os estudantes já se apropriaram da ideia da escrita livre nas redes sociais? Sabe-se que tentativa para incluir as tecnologias digitais no ambiente escolar de forma a atenderem as demandas da escrita e da leitura tanto de professores quanto de estudantes tropeça, sobretudo no que diz respeito ao despreparado de professores em quererem superar ações cristalizadas nas quais ainda restam defesas em nome de um ensino substancialmente reprodutivista em que o professor concentra em si mesmo o poder de dizer o que deve ou não ser produzido ao nível da aquisição da linguagem e dos elementos fundantes da escrita.
Essas concepções levam a horizontes que apontam caminhos para que o professor por meio do uso das tecnologias digitais, com destaque para o Weblog, estimule seus estudantes à prática de aquisição de linguagens e códigos que a tecnologia da escrita potencializa no ambiente virtual. Entretanto, para que isso ocorra de maneira sistemática é necessário que o profissional da linguagem se comprometa em atuar de forma aberta, garantindo aos envolvidos o direito a participação.
Para tanto, é capital estimular a pesquisa e a aprendizagem dos profissionais da linguagem, códigos e tecnologias, informando-os de que a escola e sociedades contemporâneas solicitam uma atuação mais equânime entre aqueles que ensinam e aqueles que se põem no lugar de aprendentes, trocando saberes, informações e habilidades tanto no campo da tecnologia quanto no campo da linguagem.
No que diz respeito às habilidades com a escrita digital, os estudantes são exímios praticantes, cabendo ao professor em sua função (pro) ativa e sistemática, atuar no plano da orientação para que as técnicas e sejam mais bem aplicadas quando da produção de linguagem, especialmente, quando esta ativada no ambiente virtual.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ESCREVER E VESTIR É UMA QUESTÃO DE ESTILO

Tem quem diga que cada sujeito, a sua maneira de ser e estar; de acordo com o contexto no qual atua e produz ações de linguagem como se estivesse usando uma roupa de alta costura ou não. No que diz respeito à escrita, existem os estilistas da língua que, tomando as regras da língua as transformam em elementos essenciais para a construção de uma boa comunicação, alta costura!? Por outro lado, aqueles que trabalham no campo da moda, estilistas. Estes, por sua vez, colocam suas intuições a serviços da criação de peças de roupas que, mesmo sendo esquisitas e até consideradas inapropriadas em determinados contextos, às vezes, as vemos usadas no cotidiano, estão nas ruas.
Diante dessa questão é interessante dizer que se evidencia um problema filosófico: a Estética. Filósofos sempre discordaram a respeito desse conceito, até porque a beleza e o belo são de inteira responsabilidade daquele que ver, observa o que lhe é apresentado em dado contexto a partir de suas referências.
Escrever tem sido ao longo dos tempos, considerado uma arte e, portanto, estava reservado aos gênios e artistas da língua. Entretanto, a sociedade contemporânea tem possibilitado várias formas de manifestação de pensamento por meio das atividades de linguagens, sejam elas orais ou escritas. Lembrando sempre que a comunicação escrita é a que permanece como ponto central da sociedade, mas tem sua articulação baseada na beleza da vestimenta oralidade.
Desse lugar, escrever através das tecnologias digitais vem se constituindo um novo modo maneira de se repensar a ideia de belas letras. Acontece que, sites de relacionamentos são colocados no ar, permitindo a todos aqueles que navegam no ambiente digital, produzir suas próprias roupas através dos fios livres que as linguagens digitais permitem às ousadias.
Nesse contexto cabe a cada um, escolher quais são as melhores maneiras de escrever e se vestir, uma vez que estão à disposição vários recursos linguísticos e estilísticos a todos que, podem se vestirem conforme a alta costura da comunicação escrita, formal ou podem se valer de costura iconoclasta. Sugere-se então que, todas as formas de escrever e vestir são válidas e, certamente, tem sua beleza e respaldo de sua comunidade.