terça-feira, 29 de junho de 2010

EM (CANTOS)...

A noite andando com passos lentos parecia denunciar o que veria acontecer. Na penumbra, corpos desenhados à mão da sombra se expunham esculpidos em molduras dos feixes de luz que passeavam entre prédios.
Perambulando a esmo, os pensamentos iam e vinham ao encontro do passado vivido numa cidade do interior, onde a praça era local de encontros à luz da lua cheia. Ali se vivi as historias de um futuro que para poucos chegaria; conhecer e viver na cidade grande seriam a realização do sonho de infância.
Hoje, à noite as sombras lhe fazem companhia e em (cantos) que jamais apareceram nas histórias de infância, lhes revelam a solidão do mundo entre escuros humanos que se revelam em cada esquina.
Prosseguir sem destino...!? Pára e contemplar as vitrines da vida é sentir-se exposto nela. Então, vagabundear pelos em (cantos) da vida às escuras e às sombras de si passou a ser o seu destino.
Aqui e ali, passado, presente e futuro se confundem e não revelam muito de escuras esquinas que ainda estão por vir. Televisores ligados por detrás de vidraças revelam em (cantos) que não sei existem ou hão de existir. O que se ver são sombras a iludir...

2 comentários:

Anônimo disse...

Lembrei de alguns dos meus momentos de infância, não de encontros amorosos, mas quando brincava em noite de lua cheia e ao dormir tinha medo das histórias contadas pelos meu avó. Sonhos, lembranças, isso é tão maravilhoso. E esse sonho de morar em uma cidade grande, realizarei um dia...xeroooo pra ti.

Anônimo disse...

Gosto da forma como expressa literariamente o espírito bucólico de quem vive no interior, feliz, porém não sabe. O desejo de morar na cidade grande é, talvez, devido a falta de oportunidade que existe no interior, onde se perde cada vez milhões de talentos jovens. Prabéns por captura com a lente da literatura essa realidade. Gsoto do conto.