terça-feira, 29 de junho de 2010

EM (CANTOS)...

A noite andando com passos lentos parecia denunciar o que veria acontecer. Na penumbra, corpos desenhados à mão da sombra se expunham esculpidos em molduras dos feixes de luz que passeavam entre prédios.
Perambulando a esmo, os pensamentos iam e vinham ao encontro do passado vivido numa cidade do interior, onde a praça era local de encontros à luz da lua cheia. Ali se vivi as historias de um futuro que para poucos chegaria; conhecer e viver na cidade grande seriam a realização do sonho de infância.
Hoje, à noite as sombras lhe fazem companhia e em (cantos) que jamais apareceram nas histórias de infância, lhes revelam a solidão do mundo entre escuros humanos que se revelam em cada esquina.
Prosseguir sem destino...!? Pára e contemplar as vitrines da vida é sentir-se exposto nela. Então, vagabundear pelos em (cantos) da vida às escuras e às sombras de si passou a ser o seu destino.
Aqui e ali, passado, presente e futuro se confundem e não revelam muito de escuras esquinas que ainda estão por vir. Televisores ligados por detrás de vidraças revelam em (cantos) que não sei existem ou hão de existir. O que se ver são sombras a iludir...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

QUERÊNCIA

Quando estou sem você
é tão ruim de viver
que ando pela rua
de cabeça na lua
e sinto sua presença
a me seguir como sombra
que envolve meu especto
com querencia

domingo, 27 de junho de 2010

WEBLOG: COMUNICAÇÃO, DIALOGISMO E FORMAÇÃO CONTINUADA

Este ensaio vislumbra colocar em evidência uma constatação que vem sendo realizada ao nível da pesquisa do mestrado, na qual se compreende o weblog como tecnologia intelectual que possibilita a realização e modus de linguagem continua e em rede. Isso, certamente, passa a configurar uma perspectiva de comunicação e diálogo, elementos fundamentais para a realização de formação continuada, visto que todos podem participar de modo a construir uma relação de autonomia e respeito entre as autorias. Autor e leitor troacam de lugar o tempo todo.
O weblog em sendo uma tecnologia intelectual em que todos podem dialogar de maneira assíncrona, certamente, possibilita aprendizagens continuadas e, assim, poderá servir de meio pelo qual todos passam a pertencer a determinados contextos socioculturais e assim produzir e socializar conhecimentos.
Nesse contexto, diz-se que a relação dialógica entre enunciados – post e comentários – , mesmo os que estão separados no tempo, é que permite fazer uma interlocução com Bakhtin para dar suporte as formas de relação como os ambientes virtuais recentes, como é o caso dos weblogs.
Quando se escreve um post automaticamente se pensa no superdestinatário que, segundo Bakhtin é aquele que interage responsivamente com o autor. Isso produz uma reação em cadeia, de maneira que, na maioria das vezes se constrói uma rede de aprendizagem. Por outro lado, essa ação promove “primeiro uma delimitação conciliadora, depois a cooperação” (BAKHTIN, 2000, p. 376). “Cooperação que parte do reconhecimento da existência de zonas fronteiriças, onde a competição, mesmo a retórica, não tem sentido, onde a autonomia se firma no diálogo e os limites se tornam faróis que guiam a ação.” (GUTIERREZ, 2005, p.12).
Ao se considerar o post como uma produção textual de sentido completo, busca-se assim compreender Bakhtin (2000) entende que cada enunciado é em si mesmo completo e irreproduzível. O simples repetir já muda o sentido do que foi repetido. Um enunciado é sempre inédito, embora criado sobre algo de antemão dado, um sentimento, uma visão de mundo: “o objeto vai edificando-se durante o processo criador” (BAKHTIN, 2000, p.349).
Assim, weblog edifica-se como espaço de formação continuada em rede, visto que a maioria dos enunciados postados possibilita a interação entre os sujeitos – autor e leitor – que ao fazer seus comentários esclarecem e até desconstroem sentidos até então considerados válidos.

Num blog, cada post, é um enunciado completo, aberto para comentários e que, assim, engendra uma relação dialógica com outros enunciados. Cada post ou comentário é um enunciado novo, irreproduzível, que vai além de refletir algo dado e externo. O aspecto público de um post é uma condição que não apenas permite, mas que propõe o diálogo. (GUTIERREZ, 2005, p.12).

É interessante que se compreenda que no weblog os textos são publicizados de maneira a permitir que o leitor interatue. Com isso, assume lugar de autoria ao colocar publicamente suas compreensões da discussão proposta no e pelo post. Logo, "um post está, deste modo, sempre aberto às novas vozes que se somam ao diálogo e compõem polifonicamente outros textos, posts, comentários num diálogo que não se fecha, sentido sempre inacabado." Pondera (GUTIERREZ, 2005, p.13).
Nesta perspectiva, estabelece-se o dialogismo entre os cibernautas que, por meio de uma ação individual, promove o diálogo e o acesso à formação continuada e em rede, pois cada um que participa com comentários vai construindo e entrelaçando visões diferenciadas sobre o objeto.
Assim sendo, atuar no weblog tanto por meio de post quanto através de comentários, conforme propõem Bakhtin (2000, p. 352), é “tornar se parte integrante do enunciado do texto [...]”, e, por sua vez um enunciado considerado em sua relação com a realidade, com o sujeito real e com outros enunciados, torna-se uma ação dialógica.
Por fim, há na produção publicada no weblog o que Bakhtin denominou de relação dialógica entre enunciados, mesmo os que estão separados no tempo, suportam as relações e estabelecem sentidos entre si. Então, quando escreve e/ou se ler um post e se compreende, automaticamente vira se parte deste texto, passando a compor o “terceiro num diálogo [...]” (BAKHTIN, 2000, p. 355), o superdestinatário que interage responsivamente por meio dos comentários ou de outros posts interlinkados. O comentário num post pode possibilitar “primeiro uma delimitação conciliadora, depois a cooperação” (BAKHTIN, 2000, p. 376).
Para Gutierrez, (2005) a cooperação existente entre os cibernautas que participam da blogosfera partem do reconhecimento de que há “zonas fronteiriças, onde a competição, mesmo a retórica, não tem sentido, onde a autonomia se firma no diálogo e os limites se tornam faróis que guiam a ação.” (GUTIERREZ, 2005, p.14).
Diante desse quadro, pode-se inferir que no weblog está a potência e a possibilidade de se vivenciar atos de comunicação que, levando ao dialogismo que reconhece os sujeitos como participe da produção e socialização do conhecimento, certamente, promovem a formação continuada entre aqueles que estão abertos a desconstrução e, consequentemente, a reformulação de novos pensamentos.

Bibliografias consultadas.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

GUTIERREZ, Suzana. Distribuição de Conteúdos e Aprendizagem On-line. Revista Novas Tecnologias na Educação - Renote Porto Alegre: CINTED-UFRGS, v. 2, n. 2, nov. 2004 . Disponível em http://www.cinted.ufrgs.br/renote/nov2004/artigos/a6_distribuicao_conteudos.pdf, acesso em 20 mar 2005.

GUTIERREZ, Suzana. Mapeando caminhos de autoria e autonomia: a inserção das tecnologias educacionais informatizadas no trabalho de professores que cooperam em comunidades de pesquisadores. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. 233p.

GUTIERREZ, Suzana. Weblogs e educação: contribuição para a construção de uma teoria. In. Novas Tecnologias CINTED-UFRGS na Educação, 2005.





sexta-feira, 25 de junho de 2010

CIBERESPAÇO: FELICIDADES E ANGÚSTIAS

Sabe-se que a internet tem nos feitos infelizes e maravilhados ao mesmo tempo. E mais: estar conectado é viver a concorrência de uma vida cheia de aproximações e distanciamentos. Isso sem dúvida promove momentos de felicidades; todos se animam ao encontrar via Orkut um amigo ou parente que fazia muito tempo que estava fora de contato. Isto também causa angústia por que, às vezes, faltam condições financeiras para que se faça viagem ao encontro do ente querido.

Por outro lado, a internet tem sido uma maneira de se ler e escrever de maneira espontânea, divertida e intimista. Mário Prata (2006) escreveu na crônica "Amor só de letras" que a internet possibilita a produção e a socialização de sentimentos por meio da escrita.

E descobri, muito feliz da vida, que nunca uma geração de jovens brasileiros leu e escreveu tanto na vida. Se ele fica seis horas por dia ali, ou ele está lendo ou escrevendo. E mais: conhecendo pessoas. E amando essas pessoas. Jamais, em tempo algum, o brasileiro escreveu tanto. E se comunicou tanto. E leu tanto. E amou tanto. (PRATA, 2006).

    Nesse aspecto de comunicação instantânea as Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs – tendo na internet uma maneira de se encontrar virtualmente com os seus pares. É importante compreender que a escolha dos interlocutores nesse processo comunicativo é extremamente severa. Isso significa dizer que ambos precisar estar em acordo, e se exporem às exigências de linguagem e imagem na rede.

    A exemplo da expansão do modo de comunicar e amar que, segundo Prata (2006) é uma necessidade da vida moderna em que as tecnologias se fazem estruturantes e, por conseguinte, essencial às relações sociais na rede.

domingo, 20 de junho de 2010

EDUCAR NA CULTURA DAS TICMDs

Sabe-se que a educação ocorre em todos os lugares e por vários meios. Destaca-se, hoje, que a educação também promovida no âmbito das tecnologias e mídias digitais, posto que as crianças e adolescentes estejam em contato direto e em tempo real dos acontecimentos nas mídias. Assim, destaca-se a supremacia dos meios de comunicação de massa, nos quais tudo é transformado em bens de consumo. Com isso, pode-se pensar que há educações sendo veiculadas por meio das redes sociais criadas nas mídias digitais, especialmente na internet.

Nesse espaço há questões a serem postas em destaque. O quê? Como? Por que se deve pensar em novos modos de se fazer educação numa cultura em que existe a supremacia das tecnologias da informação, midiática e digital? Quais identidades vêm sendo colocadas como objetos de uma política educacional de inclusão de grupos subalternos à cena da produção e socialização de saberes culturais e coletivos nas mídias?

No campo do consumo, as mídias têm desempenhado papeis educativos bastante interessantes. Isso sem dúvida tem ou deveria conduzir a uma nova maneira de se fazer educação, visto que a maioria dos sujeitos envolvidos no processo educacional são consumidores desde imagens até desejos inatingíveis. “Hoje vivemos outros tempos, e o consumo assume nas sociedades atuais não só a função de suprir necessidades, mas também, entre outras, a de identificador social.” Afirma Patrícia Ignácio ao mostrar como as crianças vivem e constroem suas identidades e, consequentemente, são educadas na sociedade de consumo.

Nessa perspectiva, Canclini (2006) ao tratar das questões relacionadas à mediação que as mídias possibilitam, pondera que o valor dos objetos a que estes indivíduos se vinculam é, fruto das mediações socioculturais em que são e estão indiciados os modos de se fazer a educação. Em outras palavras, é por meio de uma educação volta para o reconhecimento do significado social e cultural dos objetos adquiridos pelos sujeitos que se tem a ideia de pertencimento dos indivíduos e seus grupos sociais.

Essa distinção social, associada à posse de objetos, acionada a teia articulada para a captura de consumidores e movimenta cifras astronômicas mediante o enredamento de milhões de sujeitos que vivem em busca de imagem pública e aceitação social. (Ignácio, 2009, p. 48).

Estas constatações possibilitam reflexões no sentido de se compreender a forte relação entre educar para e na época da supremacia das Tecnologias da informação e das mídias digitais. Estas por sua vez são espaços de aprendizagem e modos de consumo que a escola precisa ver como lidar com esse processo de construção dos sujeitos social que, no ato e desejo de consumir não aplica de maneira ordenada os saberes oferecidos pela escola. E mais: admite-se que a relação entre o modo de educar da mídia é basicamente suportado pela ambiente escolar, por que é na escola onde se estabelecem as relações de poder, identidade e cidadania, sendo estas em virtude do tipo de objeto que se usa.



sexta-feira, 18 de junho de 2010

SARAMAGO VAI AO ENCONTRO DE DEUS

Saramago considerado por muitos críticos e leitores, dentre estes últimos prefiro ficar e dizer que tratou-se de um escritor corajoso e com estilo provocador, sobretudo ao questionar de maneira bastante premente o modo como a cultura judaico-cristã conduzia a vida da sociedade moderna.
Enquanto crítico literário é interessante afirmar que Saramago vivenciou todas as transformações ocorridas na sociedade contemporanea. Certamente isso lhe deu subsídios para se posicionar enquanto observador e, em seguida, narrar a seu modo, uma vez que a comunidade que relatava via e viver com visão turva para os acontecimentos cotidianos.
Saramago conhecido por seus ideias politicos e sociais sempre levantou a voz contra as injustiças, os grandes poderes econômicos, vindo a colocar em sua vozes de segmentos alijados. Nesse contexto, era irônico com os encaminhamentos feitos pela Igreja, visto que em seu último romance Caim - 2009  tece pesadas críticas à Igreja, vindo a ser mais uma vez criticado pelo poder eclesiático.
"estamos afundando na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista ou é estúpido,ou insensível ou milionário," afirmou Saramago em dezembro de 2008 ao lançar o seu livro "As pequenas memórias" na qual expoe suas vivências na infância. Vivendo sempre esses dilemas contidianos Saramago agora deve conversar com Deus em uma longa audiência para que tudo fique esclarecido para ambos o que certamente será transformado em grande romance em a personagem principal será Ele com suas indissiocrasias.

GERAÇÃO Y E AS ELEIÇÕES

Eleitores "calouros" estão de olho nos candidatos na rede


Andreia Santana, do A TARDE On Line



Lunaê Parracho / Agência A TARDELylliam Bezerra, 17, quer que candidatos mantenham presença nas redes sociais mesmo após a eleiçãoPesquisa recente divulgada este semana pelo Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), mostra que a Geração Y, formada pelos jovens nascidos entre os anos 80 e 90, espera crescer rápido na carreira e para isso se preocupa cada vez mais com a formação superior. Super tecnológicos e hiperconectados, usuários avançados de ferramentas que para seus pais ainda são um mistério (msn, orkut, twitter, facebook, Youtube) os jovens Y focam na educação como meio de ascensão social e se preocupam com a qualidade do ensino no país e estados de origem. Usando meios digitais - internet e dispositivos móveis (celulares e i-phones) - como veículo principal de adquirir informação, essa turma se conecta em rede para acompanhar seus candidatos nas eleições majoritárias de Outubro próximo.



Boas propostas para a educação é a principal preocupação de estudantes como Lillyam Bezerra, 17, Madson Vinícius Meneses, 17, e James Richard, 19. Os três são calouros do curso de Direito da Faculdade Batista Brasileira e vão votar pela primeira vez este ano. A convite de A TARDE, os três revelaram suas percepções da campanha feita pelos principais candidatos ao Planalto e ao Palácio de Ondina, justamente no habitat por onde mais transitam: a internet. "Acompanho a agenda dos meus candidatos e também as propostas que eles trazem para essa campanha", diz Lillyam, a única dos três que já sabia em quem vai votar desde antes de começar a seguir os candidatos no Twitter, ferramenta de micro-blog que tem nos brasileiros o seu segundo maior público, perdendo apenas para os Estados Unidos em número de usuários.



Oriunda de uma família onde o interesse por política é incentivo desde cedo, Lillyam escolheu votar este ano, embora ainda seja facultativo, porque acha "importante

exercer essa liberdade e cidadania, fazer parte do exercício democrático", discursa. Demonstrando que além de usuária, também entende de internet, a adolescente acredita que a rede mundial de computadores é a melhor maneira dos candidatos manterem contato com seu eleitorado em qualquer hora do dia. "É a forma certa para chegar até os jovens, porque a gente passa muito tempo conectado e as informações se espalham rápido na internet"



Endossando a fala da adolescente, a advogada paulista e especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro lembra que a internet funciona 24 horas por dia, sete

dias por semana, além de ser uma forma barata de fazer campanha, "porque não é como a tv, que tem tempo específico". Patricia Peck afirma ainda que a campanha em ambiente virtual tem a vantagem de focar tanto no eleitor na faixa etária dos adolescentes ouvidos pela reportagem, 16 a 18 anos, ou seja, o público do primeiro voto, quanto nos indecisos. "E o eleitor de primeiro voto também é, na maioria das vezes, quem está indeciso".



Canudo para garantir emprego - A pesquisa do Ibmec foi iniciada em 2007 e mapeou estudantes de cursos de administração nas principais cidades do país. O estudo pontua que os jovens da Geração Y, embora não tenham perfil 100% homogêneo, possuem uma meta comum: todos querem garantir o ensino superior porque acreditam que com o diploma na mão, entrarão mais facilmente no mercado, principalmente no serviço público.



James Richard, que é filho de educadora e mantém um blog onde discute, entre outros temas, sociologia, confirma a tendência. "Educação é muito importante, porque o jovem se preocupa com o seu futuro. Existe uma 'febre de faculdade' e quem fala de qualidade de ensino nos cativa mais", enfatiza James, que tem na internet e na TV os seus principais meios de informação. Sendo que na rede, ele acessa prioritariamente os sites dos veículos de imprensa e complementa as informações através de blogs e redes sociais.



O rapaz acredita que a tv vem perdendo audiência na sua faixa etária porque "o foco do noticiário é sensaciolista, a qualidade está caindo e só se fala em violência. Na internet tenho a vantagem de buscar diversos tipos de informação ao mesmo tempo, o leque de opções é maior".



Educação, mas aliada a questão da segurança pública, é a principal motivação de Madson Vinicius para monitorar os candidatos na internet. O adolescente ainda está

ondeciso quanto ao seu voto, mas tem focado atenção nos candidatos que apresentam propostas para todos os segmentos da sociedade. "Educação, tráfico de drogas, violência na escola, acredito que os programas precisam abranger esses temas e mostrar ações concretas, porque a gente tem medo de sair de casa e chegar mais tarde e nas escolas acontece a venda de drogas abertamente", opina. Uma das vantagens de acompanhar a campanha online, para Madson, é a possibilidade de recuperar informações. "Dá para ver um vídeo de uma entrevista se a gente perdeu o programa", exemplifica.



A possibilidade de compartilhar dados, inerente a internet, é ainda enfatizada por Lillyam Bezerra, que diz re-twittar (distribuir através do twitter) informações sobre os candidatos que acha relevantes dividir com os próprios seguidores na rede de microblogs. "Procuro mandar para quem tem visão parecida com a minha. Um sempre alerta o outro para alguma coisa interessante, todo mundo fica conectado e o que não tem importância a gente já elimina da lista".



Sem revelar quem são seus candidatos, "O voto é secreto né"!, a jovem diz ainda que acompanha a oposição com o mesmo empenho. "É importante saber o que todos pensam". Ela também manda um recado para os políticos que se apropriam das redes sociais como forma de expor suas plataformas de campanha: "Será que depois que eles se elegerem vão continuar conectados nas redes? Porque durante a eleição tudo acontece, mas depois..."

Fonte: http://www.atarde.com.br/politica/noticia.jsf?id=3883472

terça-feira, 15 de junho de 2010

LOUCURA

Que as minhas loucas palavras
Revelem ao infinito o prazer
De existir entre as sanidades medíocres
Daqueles que louco me considerem.



As minhas falas são partes
Que se desprendem de mim
Como se vidas próprias tivessem.



Nesse conflito revela-se um existir
No mundo das palavras que
Nem mesmo eu sei possuir



Simplesmente as palavras estão
E vivem em mim dizendo para
Onde tudo pode ir; a loucura
É o meu jeito de existir.



15 de junho de 2010
Robério Pereira Barreto

domingo, 13 de junho de 2010

PROIBIDO...

Aquele beijo proibido está travado
Entre os lábios que sedentos
Clamam pelo sabor açucarado
Presente em tão nacarada boca.


Hoje, arrepende-se por tão racional
Ter sido diante do objeto proibido
A desejar-lhe ser possuído.

O desejo ainda toma-lhe o corpo
Com o calor da loucura do querer,
Mas a razão friamente disse não!


Entre o querer irracional em sentir
Seu doce sabor em proibido beijo
Se enternecer de remorso por
Não se permitir a realizar tal desejo.

sábado, 12 de junho de 2010

EGOCENTRISMO E NEUROSE NA ESCRITA DE SADE

O texto que segue foi  palestra realizada no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias - DCHT - XVI - UNEB - Irecê - BA, a partir do convite feito pela professora Mestra Maria Aurenívea Souza de Assis, coordenadora do projeto de extensão: Estudos de criação literária: poesia, ao qual estava vinculada a mostra de cinema e teve como filme a ser debatido, Quills - Contos proibidos do Marques de Sade.
Então, diz-se que o segue abaixo é apenas uma síntese do que foi tratado após a exposição do filme aos estudantes do curso de Letras do já mecionado departamento. Obviamente, muitas outras coisas foram ditas em virtude da presença da audiência e que não estão expressas aqui, mas vai valer a intenção em espraia aqueles que não estiveram no debate.

Os seres humanos sempre questionaram, através da história, a sociedade e seus limites de moralidade. Pode-se dizer que o Marques de Sade foi o principal deles. Em pleno século 18, em meio à sangrenta Revolução Francesa, tornou-se o mais perigoso dos dissidentes, tendo inclusive criado o termo sadismo.

Vários de seus biógrafos o consideram uma pessoa contraditória. Algumas vezes era brilhante e sensível. Outras, era egoísta e demoníaco. Foi tão escandaloso que continua a chocar a todos no século 21 e seu legado ainda promove debates sobre o que fazer com aqueles que exploram alegremente os mais sinistros tabus.

O verdadeiro Marquês de Sade nasceu em 1740 em Paris e viveu durante um dos períodos mais tumultuados da história da França. Ficou conhecido pela palavra cuja criação foi inspirada nele: o sadismo, referindo-se aos prazeres sexuais derivados da dor. Mas, Sade foi muito mais do que um experimentador sexual. Foi um escritor que ficou preso durante 27 anos pelo crime de escrever sobre o lado mais obscuro do ser humano. Em 1772, foi sentenciado à morte por crimes sexuais e escapou abertamente. Mais tarde, tornou-se um revolucionário e, novamente, escapou da guilhotina. Publicou romances eróticos, foi banido da administração de Napoleão e passou os últimos anos de sua vida num asilo. Marquês de Sade transformou-se num mito.

Sade: uma maneira de ser, de viver a insensatez do ser

Há em Sade uma capacidade de mover o leitor de seu estado de conforto para o principio de realidade. Isso certamente ocorre pelo fato de que a escrita sadeana é tributária de uma sociedade pseudo-moralista é suas práticas sexuais são evidentemente escondidas no prazer insano da negação.

À medida que Sade traz á tona por meio de uma narratividade que beira o excêntrico e vão ao lume do erótico, vêem-se descritas de maneira explícitas os tabus sexuais de uma sociedade. Não obstante à culpa que se escritor parece querer expurga de si por meio de uma escrita cuja esquizofrenia é constituída por mutilações ao corpo no momento em que Sade se ver distante da possibilidade de se construir pronunciar sobre seus “demônios” íntimos que lhe ensandecem com as palavras.

Nessa mesma ótica é importante destacar a importância da palavra para Sade, uma vez que o ato de dizer é fundante para sua existência. Então “A instantaneidade da palavra de ordem, sua imediatidade, lhe confere uma potência de variação em relação aos corpos aos quais se atribui a transformação.” (DELEUZE, GUATARRI, 1995, p.21).

A obra do Marques de Sade é, sem dúvidas, uma realização do prazer individual que, traduzido pela efemeridade da dor o torna uma questão coletiva e, por isso, faz com que todos se sintam submersos no mundo eroticamente sugerido por seu estilo narrativo. Isso, por sua vez leva a decretação de um texto carregado de significados cujo prazer perpassa o conformismo cultural, seja por meio de um racionalismo intransigente daqueles que se sentem representados pelo discurso narrativo do autor, ou por meio de uma fetichização do corpo em virtude de suposições moralista sobre a sexualidade e o prazer individual ou coletivo.

Na ribalta sadeana não é possível encontrar sujeitos ativos e ou passivos. Todos são sujeitos e objetos ao mesmo tempo. A narrativa sadeana é prescritiva de atitudes reais em que o ser humano vive a insensatez de ser simplesmente humano.

Em Sade se ver a questão do amor socrático no qual os corpos se juntam em buscar de um prazer alienável. Ambos se entregam aos desejos momentâneos e, com isso, a transformação corpórea é reconhecida pela devassidão que há em cada um. Desse ponto de vista é importante salientar que “o amor é uma mistura de corpos que pode ser representada por um coração atravessado por uma flecha, por uma união de almas” (DELEUZE, GUATARRI, 1995, p.19).

Infortúnios éticos e morais

Para Françoia a obra de Sade transita entre o infortúnio e a moralidade, posto que em sua filosofia libertina, o autor descreve as concepções que sociedade judaico-cristã tem do homem.

Isso fica evidente na obra justine quando no início Marquês nos pede que pela boa-fé possamos dar atenção misturada com interesse pelo que será narrado, a obra toda, do começo ao fim, é uma crítica acirrada tanto à justiça que só toma o homem próspero como o correto, o bom, quanto para a igreja, com sua falsa moral cristã, da liberdade roubada do fraco pela mão do mais forte, das ações criminosas para se alcançar de qualquer modo um fim desejado, dos vícios como contrapartida da virtude, do carrasco impiedoso com sua vítima. Não obstante, tomados estes exemplos não como desvio da regra, mas como a descrição fiel da natureza humana.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

GERME

O germe que devorará meu corpo

Um dia foi alguém dominado
Pela ambição tornou-se verme
E, escorrendo para baixo da derme
Da terra manduca-se de cada um
Que vilmente enterrado.



Ambicioso hoje, verme amanhã
Cuja voracidade torna-se afã
E cada vez mais alimenta-se
De coisas pequenas e vãs.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

BRIL...

Em seu olhar hostil
havia um grão maior, o Bril

Na sua face austera
existia a sabedoria de eras
em que somente o pó da terra
podia afirma seu poder de fera

Indomável em suas querelas
mas meiga em seus afagos
em manhãs de primavera

O perfume das flores
suaviza o clamor das feras
que habitam cada nosso interior
quando no peito pulsa a vida
e o desejo se faz amor.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

AFORISMA DO BARRETO

Sabedoria é ter paciência para compreender que somos inteligentes à medida que respeitamos as inteligências e humanidades alheias.