domingo, 13 de setembro de 2009

OLHOS QUE NOS FAZEM DESEJAR: HIPERMÍDIA

Pensar a posição do homem contemporâneo ante ao universo de informação via imagem é, sobretudo, recordar o nascimento das tecnologias inteligentes criadas nos séculos precedentes à era da comunicação eletrônica, a qual revolucionou a pragmática da comunicação moderna. Com isso, Pierre Lévy conduz nosso pensamento àquilo que chama de terceiro pólo do espírito, isto é, o pólo informático-mediático.
Nesse nível de comunicação, segundo o filosofo francês, isso acontece numa espécie de continuum em que vontades e desejos são compartilhados por mensagens a partir das imagens elaboradas e veiculadas no hipertexto; TV onde os diálogos são formatados por meio de imagens, criando dessa maneira no cognitivo do leitor-espectador, imaginações e fetiches (o que aparece na mídia, especialmente na TV existe, posto que ao contrário não acontece.).
Diante disso, “atores da comunicação conectados a uma rede, dividindo um mesmo hipertexto, numa relação totalmente nova com os conceitos de contexto, de espaço e de tempo das mensagens.” São, aqui o que veremos como noção cronológica normalmente empregada para delimitar o tempo do discurso, seja verbal ou visual é contestada. Assim Lévy nos assegura a existência da velocidade pura, pois as barreiras do tempo linear das narrativas são quebradas graças a “pluralidade de devires imediatos” trazidos pelas imagens que, instantaneamente levam o leitor-usuário a desejar e escolher a melhor imagem que a priori preenche suas necessidades imediatas.
A hipermídia é, portanto, olhos que fazem o leitor desejar e, talvez trazer à tona suas fantasias e imaginações. Para Boff esse acontecimento é a transformação em que todos desejam passar, ou seja, os espectadores sonham em se transforma em seres importantes a partir da inserção de sua imagem na hipermídia a tal ponto de verem suas identidades modificadas.
A imagem segundo o teólogo, na sociedade contemporânea ganha status de identidade e afirma: “E a identidade de uma pessoa é mais e mais a imagem que se projeta dela para os outros e menos o que ela é em si mesma em sua profundidade, em sua dialogaçao consigo e com seu universo interior e exterior. Ou se participa efetivamente desse tipo de sociedade-espetáculo, sendo um ator real, ou se participa pelo imaginário e pela imagem.” Como exemplificação do que mostrar Boff, historicamente Orwell apresentou em seu livro 1984 a sociedade do espetáculo que, segundo o ambiente da narrativa era a sociedade soviética que vivia o caos das perseguições da política arbitrária do comunismo. Atualmente, em versão pós-moderna eis que a TV Globo nos últimos cinco anos vem apresentando e construindo identidades em seu reality Show Big Brother Brasil, no qual milhões de pessoas se vêm representadas por personagens imaginárias criadas por produtores e roteiristas. Por isso, explicitaremos nessa comunicação os conceitos e implicações que comunicação na hipermídia conduz seus usuários diariamente.

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