O CIBERDISCURSO E O FENÔMENO DA DIVERSIDADE NA LÍNGUA EM GRUPO SOCIAL, INTERNAUTAS
Robério Pereira Barreto[1]
Sabemos que a partir de Saussure o caráter social das línguas tornou-se fartamente esclarecido. Até porque passamos a entendê-la como sistema de signos convencionais os quais auxiliam os membros de dada comunidade lingüística realizarem comunicação à sua maneira, cremos ainda que, a função dela seja cada vez mais fundamental para que as relações humanas se estabeleçam cada vez mais em tempo real. Por isso, a comunicação nas redes digitais tem sido cada vez mais acompanhada de procedimentos de pesquisa científica nos quais se ligam novas ciências e técnicas, especialmente a cibernética.
Com base nisso, Preti (2003) nos lembra que a sociedade e a língua mantêm relações amplas e, com isso, nos situa dizendo que:
Desde que nascemos um mundo de signos lingüísticos nos cerca, e suas inúmeras possibilidades comunicativas começam a tornar-se reais a partir do momento em que, pela imitação e associação, começamos a formular nossas mensagens. E toda nossa vida em sociedade supõe um problema de intercambio e comunicação que se realiza fundamentalmente pela língua, o meio mais comum de que dispomos para tal. (PRETI, 2003, p. 11)
Dessa maneira, situamos os ciberdiscursos[2] produzidos nas mídias digitais como elementos de justaposição dos signos, isto é, no meio digital, sobremodo na internete, os usuários da língua utilizam gestos, sons e imagens por meio dos quais são identificados e aceitos nas comunidades de fala. Neste sentido, entendemos a dinâmica social da língua na medida em que “é o suporte de uma dinâmica social que compreende não só as relações diárias entre os membros de comunidade como também uma atividade intelectual que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica ou literária.” (Preti, 2003, p.12).
Além disso, a língua é um fenômeno de interação por meio do qual os atores comunicativos atuam nos grupos sociais, elevando a realidade ao status de signos. Com isso a vida se manifesta em significantes verbais e não-verbais, sendo às vezes arbitrários com os quais se processam os fluxos da comunicação nas redes digitais, sobretudo, na internete.
Diante disso, inferimos que a produção de linguagem nos espaços virtuais onde a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) se tornou ferramenta essencial, a produção lingüística ganhou caráter interdisciplinar, isto é, o homem comum, bem como poetas, sentiu a necessidade de ampliar seus campos comunicativos; para isso produzem enunciações cujos sentidos são aportados pelo enunciatário conforme seu lugar de fala e escuta na rede digital.
Assim sendo, vimos ao longo das últimas décadas do século passado, o nascimento e a expansão dos meios de comunicação de massa e, por conseguinte, a divulgação de pesquisas sobre o aumento de necessidades individuais e coletivas de aproximação dos saberes entre ciência e técnicas de produção de discurso. Isto tem sido realizado de maneira nunca vista antes, pelos usuários das salas de bate-papo, grupos e comunidades cibernéticas.
Há quem afirme ainda que essa geração de usuário da língua venha, à sua maneira, usando um código lingüístico baseado no processo fonético da língua. Desse modo, vai aos poucos fixando na consciência coletiva dos internautas, comportamentos lingüísticos que garantem a unificação do código, revelando os ideais da comunicação entre os grupos cibernéticos.
Para Perini esta questão é fruto de uma legislação, isto é, uma norma lingüística por meio da qual os usuários desse código [sala de bate-papo] acabam por eleger a “melhor maneira de comunicar-se dentro de seu grupo geográfico e social”. (PERINI, 2003, p. 47). Ainda conforme o autor:
...a partir do instante em que a comunidade aceita uma língua como seu meio primordial de comunicação, toda e qualquer variação lhe será prejudicial, motivo pelo qual a tendência é manter sua unidade, colaborando todos, consciente e inconscientemente, no sentido de sua nivelação, pois dessa maneira a compreensão será mais fácil, e a própria integração do indivíduo na cultura comum se dará com maior facilidade. (PERINI, 2003, p. 48)
Neste sentido, o caráter social da língua pretendido por Saussure se concretiza nos espaços digitais onde há uma constante manipulação da estrutura, sobremodo, no léxico e na fonologia em que são difundidas variações muito grandes. Estes aspectos serão mais detalhados quando forem analisados os excertos do corpus selecionado.
Em tese, a linguagem praticada pelos internautas no espaço cibernético é do ponto de vista social eminentemente urbana, portanto, supõe-se que seus usuários sejam de cultura média. De acordo com Perini isso contribui para a unificação dos falantes, bem como a divulgação de elementos da cultura e sociedades regionais, visto que tudo é posto num nível lingüístico em que todos se compreendem em todos os lugares do mundo.
[1] Professor de Linguagens e literaturas.
[2] Ver Barreto e Baldinotti Ciberdiscurso e interculturalidade na web. Tangará da Serra [MT], Editora Tangará, 2005.
Sabemos que a partir de Saussure o caráter social das línguas tornou-se fartamente esclarecido. Até porque passamos a entendê-la como sistema de signos convencionais os quais auxiliam os membros de dada comunidade lingüística realizarem comunicação à sua maneira, cremos ainda que, a função dela seja cada vez mais fundamental para que as relações humanas se estabeleçam cada vez mais em tempo real. Por isso, a comunicação nas redes digitais tem sido cada vez mais acompanhada de procedimentos de pesquisa científica nos quais se ligam novas ciências e técnicas, especialmente a cibernética.
Com base nisso, Preti (2003) nos lembra que a sociedade e a língua mantêm relações amplas e, com isso, nos situa dizendo que:
Desde que nascemos um mundo de signos lingüísticos nos cerca, e suas inúmeras possibilidades comunicativas começam a tornar-se reais a partir do momento em que, pela imitação e associação, começamos a formular nossas mensagens. E toda nossa vida em sociedade supõe um problema de intercambio e comunicação que se realiza fundamentalmente pela língua, o meio mais comum de que dispomos para tal. (PRETI, 2003, p. 11)
Dessa maneira, situamos os ciberdiscursos[2] produzidos nas mídias digitais como elementos de justaposição dos signos, isto é, no meio digital, sobremodo na internete, os usuários da língua utilizam gestos, sons e imagens por meio dos quais são identificados e aceitos nas comunidades de fala. Neste sentido, entendemos a dinâmica social da língua na medida em que “é o suporte de uma dinâmica social que compreende não só as relações diárias entre os membros de comunidade como também uma atividade intelectual que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica ou literária.” (Preti, 2003, p.12).
Além disso, a língua é um fenômeno de interação por meio do qual os atores comunicativos atuam nos grupos sociais, elevando a realidade ao status de signos. Com isso a vida se manifesta em significantes verbais e não-verbais, sendo às vezes arbitrários com os quais se processam os fluxos da comunicação nas redes digitais, sobretudo, na internete.
Diante disso, inferimos que a produção de linguagem nos espaços virtuais onde a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) se tornou ferramenta essencial, a produção lingüística ganhou caráter interdisciplinar, isto é, o homem comum, bem como poetas, sentiu a necessidade de ampliar seus campos comunicativos; para isso produzem enunciações cujos sentidos são aportados pelo enunciatário conforme seu lugar de fala e escuta na rede digital.
Assim sendo, vimos ao longo das últimas décadas do século passado, o nascimento e a expansão dos meios de comunicação de massa e, por conseguinte, a divulgação de pesquisas sobre o aumento de necessidades individuais e coletivas de aproximação dos saberes entre ciência e técnicas de produção de discurso. Isto tem sido realizado de maneira nunca vista antes, pelos usuários das salas de bate-papo, grupos e comunidades cibernéticas.
Há quem afirme ainda que essa geração de usuário da língua venha, à sua maneira, usando um código lingüístico baseado no processo fonético da língua. Desse modo, vai aos poucos fixando na consciência coletiva dos internautas, comportamentos lingüísticos que garantem a unificação do código, revelando os ideais da comunicação entre os grupos cibernéticos.
Para Perini esta questão é fruto de uma legislação, isto é, uma norma lingüística por meio da qual os usuários desse código [sala de bate-papo] acabam por eleger a “melhor maneira de comunicar-se dentro de seu grupo geográfico e social”. (PERINI, 2003, p. 47). Ainda conforme o autor:
...a partir do instante em que a comunidade aceita uma língua como seu meio primordial de comunicação, toda e qualquer variação lhe será prejudicial, motivo pelo qual a tendência é manter sua unidade, colaborando todos, consciente e inconscientemente, no sentido de sua nivelação, pois dessa maneira a compreensão será mais fácil, e a própria integração do indivíduo na cultura comum se dará com maior facilidade. (PERINI, 2003, p. 48)
Neste sentido, o caráter social da língua pretendido por Saussure se concretiza nos espaços digitais onde há uma constante manipulação da estrutura, sobremodo, no léxico e na fonologia em que são difundidas variações muito grandes. Estes aspectos serão mais detalhados quando forem analisados os excertos do corpus selecionado.
Em tese, a linguagem praticada pelos internautas no espaço cibernético é do ponto de vista social eminentemente urbana, portanto, supõe-se que seus usuários sejam de cultura média. De acordo com Perini isso contribui para a unificação dos falantes, bem como a divulgação de elementos da cultura e sociedades regionais, visto que tudo é posto num nível lingüístico em que todos se compreendem em todos os lugares do mundo.
[1] Professor de Linguagens e literaturas.
[2] Ver Barreto e Baldinotti Ciberdiscurso e interculturalidade na web. Tangará da Serra [MT], Editora Tangará, 2005.
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