quarta-feira, 18 de julho de 2007

ARRELIA DE MORTE




No além sertão
há gente vivendo
à imagem e sem pão.

Moribundo, o sertanejo
sente correr gélido
nas veias o sangue
aguado sem sustança;
sente na espinha teimoso calafrio;
Fome talvez!?

Desejoso pastoreia o céu.
Lá, nuvens em forma...
não são de água
apenas vento soprando.

Tal arrelia o leva a pensar
na melodia da morte;
porque a natureza lhe arrelia:
Urrrrrrr, Urrrrrrr, Urrrrrrr
Sóis um homem sem sorte!

À noite na imensidão do norte
o roceiro de rosto disforme
tem o velho e magro cão
como único consorte.

18 de julho de 2007.

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